A Igreja celebra no dia 14 de fevereiro, a Quarta-Feira de Cinzas, quando se inicia o Tempo da Quaresma, período de preparação para a grande festa litúrgica a Páscoa.
Neste dia, em todas as igrejas católicas, os cristãos ao participarem da Santa Missa recebem sobre a cabeça cinzas, simbolizando e nos lembrando que somos mortais, por isso, quando o padre faz o sinal da cruz com as cinzas na testa de cada fiel, em diz: “Lembre-se de que você é pó e ao pó voltará” ou “Arrependam-se e creiam no Evangelho”.
Neste dia, com a celebração das cinzas, lembramos também o momento que Jesus Cristo entra no deserto (cf: Mt 4,1-11), fica durante 40 dias jejuando e sofrendo as tentações apresentadas por Satanás. Ao fim desse período, Jesus inicia sua pregação pública, anunciando e testemunhando reino de Deus.
Por isso, o Tempo da Quaresma, que vai da Quarta-feira de Cinzas até a missa da Ceia do Senhor, o cristão católico é convidado a jejuar, praticas a caridade e intensificar a oração.
Quaresma é a partilha dos 40 dias de Jesus no deserto, tentado por Satanás. Talvez, imaginamos desertos clássicos, de areia e solidão, perigos e emboscadas.
Mas, para nós, hoje, os desertos mais difíceis de enfrentar são o cansaço, as problemáticas ou aridez das nossas vidas. Assim, este tempo de graça, definido por Dom Tonino Bello como “escalada da vida”, ensina-nos a não escolher os atalhos dos compromissos fáceis, da desconfiança, do pecado, mas saber partilhar este tempo com Jesus, para aprender a dar as justas prioridades.
Aproveitar deste tempo para ouvir a Palavra de Deus e rezar é um convite para colocar Deus acima de tudo e de nós mesmos. Jejuar é renunciar a tudo o que nos satisfaz, mas não ao coração: a oração e a Eucaristia nutrem o coração e dão sentido à vida, porque o amor sacia a verdadeira fome e sede de viver e ser feliz.
Se a oração abre o coração às coisas verdadeiras e o jejum nos educa a escolher o que realmente conta na vida, a caridade é sua consequência natural. Talvez, alguns acham que o “jejum da carne” é fora de moda, mas, se pensarmos bem, não é o “abrir mão da carne” que custa tanto, mas, acima de tudo, obedecer à Igreja, Mãe e Mestra, que nos convida a fazê-lo: isto representa toda a sua atualidade. Porém, além deste jejum, não devemos esquecer o jejum do egoísmo, da desconfiança, das falsas seguranças, do ódio, da indiferença.