Durante a novena em preparação para a festa de São José, padroeiro da Paróquia de Água Quente, em Teresópolis, a comunidade recebeu no quinto dia o bispo diocesano, Dom Joel Portella Amado. “O momento vai além da devoção: a novena que precede o grande dia é uma oportunidade única para reflexão e crescimento espiritual. Mesmo com a agitação que marca a festa, é essencial que os fiéis compreendam o verdadeiro significado do que celebram”, comentou o bispo, reforçando a importância de uma novena como caminho para que os fiéis estejam preparados para o grande dia, a festa do padroeiro.
O pároco de Água Quente, Padre Bruno Francisco, agradeceu a presença do bispo no quinto dia da novena. Fazendo uma analogia com o tempo de sua adolescência, ele comentou a alegria de receber o bispo, comparando-a à que sentia quando esperava o pai chegar do trabalho. “Hoje, com a presença do senhor em nossa Paróquia, recordei o meu tempo de criança, quando aguardava meu pai chegar do trabalho. É uma grande alegria, como filhos que somos, receber o bispo diocesano em nossa comunidade”, afirmou Padre Bruno Francisco.
A preparação para a festa é uma tradição profundamente valorizada, segundo o bispo, e deve ser um caminho de fé. “Eu gosto de participar da novena em preparação para o dia do padroeiro. Não vou dizer que gosto mais da novena do que do dia da festa, porque o dia da festa é especial, mas a novena nos dá um tempo para refletir”, explicou.
E de fato, a rotina festiva pode ser um grande desafio para aqueles que buscam um momento de introspecção. “No dia da festa, tudo é mais agitado. Há barraquinhas, procissões e muita empolgação. Mas é na novena que conseguimos compreender melhor o que o céu deseja nos ensinar por meio de nosso padroeiro, São José”, ressaltou Dom Joel.
Assim como na vida cotidiana, em que a correria nos impede de notar detalhes importantes, a celebração da festa pode fazer com que aspectos essenciais da fé passem despercebidos. Nesse contexto, São José surge como um modelo de santidade a ser seguido. “A pergunta que devemos fazer é: o chamado à santidade é apenas para São José ou para nós também? A resposta é clara: é para todos nós. Como está escrito: ‘Sede santos, porque eu, o Senhor, sou santo'”, comentou o bispo diocesano.
A santidade, no entanto, não é um caminho solitário. “Precisamos de ajuda e de um modelo. A maior ajuda é a graça de Deus. O modelo, para todos nós, é São José”, afirmou Dom Joel.
A reflexão se apoia em um trecho do profeta Ezequiel, que afirma que até mesmo uma pessoa que comete pecados graves, se se arrepender verdadeiramente, será acolhida por Deus. “O que é mais importante? A pessoa arrependida ou o amor de Deus que perdoa? Deus sempre é maior, e até o arrependimento já é fruto da ação divina”, completou o bispo.
Nesse sentido, a mensagem do Evangelho ressoa fortemente: o perdão é um dos maiores desafios da fé cristã. “O que fazer quando alguém nos trai ou nos machuca?”, questionou o bispo, lembrando o momento em que Jesus, do alto da cruz, pediu o perdão por aqueles que o crucificaram. “O natural seria pagar o mal com o mal. Mas esse não é o caminho de Jesus. Ele ensinou o amor aos inimigos. Esse é o diferencial do cristão”, reforçou Dom Joel.
O chamado à santidade não é abstrato, afirma o bispo diocesano, mas se materializa por meio de exemplos concretos. São José, ao longo de sua vida, enfrentou desafios e dificuldades, mas permaneceu firme na fé e no amor a Deus. “Ele foi um esposo fiel, um pai presente, um homem de oração e de ação. Se amamos São José como santo, devemos nos perguntar: estamos buscando a santidade como ele?”, indagou o bispo.
Em tempos de incerteza e desafios, a mensagem de São José permanece atual: ser santo não significa apenas cumprir rituais, mas moldar atitudes, pensamentos e sentimentos conforme os ensinamentos de Deus.