Na noite de Quinta-feira Santa, na celebração da Ceia do Senhor, popularmente conhecida também como Missa do Lava-pés, Dom Joel Portella Amado falou sobre a mensagem central de Jesus neste período, que é um Deus que, por amor, se entrega totalmente “por cada um de nós”. A missa foi celebrada na Igreja Matriz Auxiliar Nossa Senhora da Piedade em Magé, com o bispo diocesano recordando o momento em que Jesus lava os pés dos Apóstolos, lavando os pés de 12 meninos da Paróquia de Magé.
A missa, com a igreja lotada, foi concelebrada pelo pároco, Padre Leonardo Tassinari, que agradeceu a presença de Dom Joel e sua disponibilidade em estar junto ao povo, lembrando que “onde está o bispo, a Igreja de Cristo está presente”. Também concelebraram a missa os vigários paroquiais, Padre Luan de Souza Gonçalves, Padre Caio Cesar da Silva Freitas e Padre José Luiz Montezano, com a assistência dos diáconos permanentes, ministros extraordinários da Comunhão, coroinhas e goretinhas. Ao final da celebração, aconteceu a procissão do translado do Santíssimo para capela, onde os fiéis permaneceram em adoração.
Ao iniciar sua homilia, Dom Joel comentou que este ano optou por celebrar nos quatro decanatos, ao contrário de seu primeiro ano na Diocese, quando celebrou o Tríduo Pascal na Catedral de Petrópolis. Mais uma vez, ele enfatizou que este período da Semana Santa deve ser vivido como um grande retiro espiritual, convidando todos a refletirem sobre as ações e ensinamentos de Cristo.
Dom Joel, fazendo referência ao viver o Tríduo Pascal como retiro, lembrou que “a Semana Santa é um grande retiro. Ela não é uma encenação, ela não é uma recordação, ela não é um rito a ser cumprido entre outros, mas ela é, como toda a vida, um tempo em que somos chamados a reduzir a correria e a focar na razão de tudo, que é Jesus”, afirmou Dom Joel. Ele instou os fiéis a se perguntarem: “O que é que Jesus diz? O que é que Jesus faz?” e a saírem das missas com essas questões em seus corações.
Mantendo uma reflexão com espírito de retiro, Dom Joel comentou sobre a passagem do Domingo de Ramos, quando o povo aclamou Jesus com gritos de “Hosana ao filho de Davi”, e contrastou isso com a escolha de Barrabás em vez de Jesus. “O que fez aquele povo virar 180 graus? De bendito a optar por crucificar?”, destacou, enfatizando que a revolta e o sofrimento podem cegar as pessoas, levando-as a desejar vingança.
“Jesus não veio para matar. Ele veio para carregar sobre si nossas dores, nossos sofrimentos”, disse Dom Joel, ressaltando a importância da mensagem de paz e reconciliação que Jesus trouxe. Ele lembrou que, na noite em que Jesus instituiu a Eucaristia, ele também lavou os pés dos discípulos, um gesto que simboliza serviço e humildade. “Eu não vim para mandar. Eu não vim para dominar. Eu vim para reconciliar. Eu vim para pregar o perdão”, afirmou.
Dom Joel também fez uma analogia entre a Páscoa e a entrega de Jesus. “Ele não disse: ‘Este é o cordeiro pascal.’ Eu sou o cordeiro pascal. Porque Jesus não nos dá coisas. Jesus nos dá a si mesmo”, explicou. Ele enfatizou que o amor de Jesus é tão grande que se manifesta na simplicidade da hóstia, mas que tem o poder de transformar o coração.
Ao final de sua reflexão, Dom Joel convidou todos a permanecerem em oração e a refletirem sobre a importância da reconciliação e do amor em suas vidas. “A cada dia, a sua celebração”, concluiu, lembrando que, apesar das dificuldades e da escolha do povo em rejeitar Jesus, a verdadeira mensagem da Páscoa é a Ressurreição e a esperança que ela traz.