A esperança é firme e segura, embora não seja certa, pois a certeza pertence ao intelecto e é própria da fé. O motivo de segurança e firmeza está na onipotência de Deus, não nas próprias forças. Como recorda o CIC 1820, a esperança é “a âncora da alma, segura e firme, ‘que penetra…onde entrou Jesus por nós, como precursor. (Hb 6,19-20)’”. É também uma arma que nos protege no combate da salvação. O Papa Francisco ecoa esta ideia ao afirmar que a esperança cristã não engana nem desilude, porque está fundada na certeza de que nada e ninguém poderá jamais separar-nos do amor divino (Rm 8, 35.37-39).
A esperança é viva e eficaz, análoga à fé. É também perseverante e paciente, a esperança nos faz esperar em Deus (1 Pe 3,8-9). O CIC 1821 sublinha que, com a graça de Deus, cada um deve esperar perseverar até o fim (cf. Mt 10,22; cf. Concílio de Trento: DS 1541) e obter o gozo do céu, como eterna recompensa de Deus pelas obras boas realizadas com a graça de Cristo. Francisco conecta intrinsecamente a esperança e a paciência, mostrando que a vida cristã é um caminho que necessita de momentos fortes para nutrir a esperança, companheira que permite vislumbrar o encontro com o Senhor. Ele ainda cita São Paulo, que ensina que “a tribulação produz a paciência, a paciência a firmeza, e a firmeza a esperança” (Rm 5, 3-4).
A esperança deve ser humilde, significando não confiar exclusivamente nas próprias forças e dar o primado a Deus. A esperança é também alegre e otimista, sendo como uma participação da alegria do que se espera e gerando otimismo na força de Deus (Rom 12,12; Rom 15,13). Francisco exorta a sermos «alegres na esperança» (Rm 12, 12).