Participação da Diocese na Conferência de Meio Ambiente

No ano em que a Campanha da Fraternidade tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”, celebrando, entre outras comemorações, os dez anos da Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco, a Diocese de Petrópolis marcou presença na 6ª Conferência Municipal de Meio Ambiente do Município de Petrópolis. O evento, que teve como tema “Emergência Climática: O desafio da transformação ecológica”, ocorreu no dia 18 de janeiro, na Casa dos Conselhos Augusto Ângela Zanatta, sendo representada pelo diácono permanente Sérgio Gonzalez e pelo assessor de comunicação Rogério Tosta.

Dividida em cinco eixos – Mitigação; Adaptação e Preparação para Desastres; Transformação Ecológica; Justiça Climática; e Governança e Educação Ambiental – a conferência contou com a presença de 300 pessoas, que tiveram a oportunidade de discutir os temas e apresentar propostas para serem levadas à Conferência Estadual do Meio Ambiente. O secretário municipal de Meio Ambiente e vice-prefeito, Albano Filho, destacou a importância da participação da Igreja na conferência, comentando que o tema deste ano da Campanha da Fraternidade é importante para ajudar na conscientização das pessoas sobre a crise climática.

Prevenção, educação ambiental os pontos de apoio

 

Na parte da manhã, com o início dos trabalhos, foram apresentadas três palestras: Monitoramento, Alerta – Alarme e Desocupação, apresentada pelo professor e pesquisador Leandro Torres Di Gregório, que desenvolveu o tema sob os aspectos de implantação e melhoria dos pontos de apoio, alarmes e rotas de fuga, preparação e capacitação de pessoal e equipamentos necessários. Foram destacados os pontos referentes à localização segura dos pontos de apoio, facilidade de acesso, redundância de energia e comunicação adequada.

A segunda palestra foi sobre Justiça Climática, apresentada pela ativista ambiental Pâmela, do Instituto TJNS, destacando que não existe “Planeta B”. A palestra desenvolveu o conceito de alinhar questões ambientais com direitos humanos, equidade e justiça social. Foi enfatizado que os segmentos da sociedade que menos impactam o meio ambiente são os que mais sofrem as consequências. Em contraposição, os segmentos que têm mais recursos para enfrentar as consequências e os eventos extremos são os que têm melhores condições econômicas. Foram apontados como possíveis caminhos para a justiça climática: a redução das desigualdades, educação climática, implementação de leis que protejam o direito das comunidades e o incentivo a movimentos sociais.

A última palestra foi sobre Educação Ambiental, apresentada pelos palestrantes Cláudia Neves, Cristiane Ferraz e pelo professor Conrado Vila. Foi destacado o PROMEA, Programa de Meio Ambiente, que está sendo regulamentado e para o qual já existe uma minuta de decreto. O professor Conrado apontou o conceito de que a Educação Ambiental deve ser transversal, pois trata-se da transmissão de valores entre seres humanos. O professor indicou que, nesse aspecto, se requer uma mudança de cultura.

Plano Diretor de Hidrologia e Drenagem

Na segunda parte da conferência, os participantes foram divididos em grupos de trabalho para discutir cada um dos cinco eixos e elaborar as propostas. O diácono Sérgio Gonzales, um dos representantes da Diocese de Petrópolis, participou do eixo Mitigação e apresentou a proposta do desenvolvimento de um Plano Diretor de Hidrologia e Drenagem, visando a quantificação das vazões de origem pluvial que ocorrem em cada bacia hidrográfica, bem como a incidência das referidas vazões sobre os rios da cidade, identificando cada local de inundação e a extensão das referidas áreas inundadas.

O referido Plano Diretor permitirá definir as soluções adequadas para cada local de inundação, indicando a ordem e sequência adequada das intervenções e o alcance de cada uma. O eixo da mitigação defendeu a ideia de transformar Petrópolis em “Cidade Esponja”. Foi defendida também a proposta de incentivo fiscal para proprietários de áreas de mata na cidade, constituídas em ilhas verdes. O representante da diocese destacou que as referidas ilhas, ecossistemas com espaço para fauna e flora, abrigam pequenos bosques, beneficiando a temperatura e umidade local, ao mesmo tempo que reduzem o escoamento superficial das águas, reduzindo o nível de enchente, amortecendo e também permitindo a percolação da água da precipitação pluvial no solo, garantindo a recarga do lençol freático e contribuindo para a perenidade dos rios da cidade. As referidas propostas foram aprovadas pelo plenário.

Fortalecimento dos NUDECs e os Núcleos Ambientais Paroquiais

O assessor de comunicação da Diocese, Rogério Tosta, participou do grupo Adaptação e Preparação para Desastres, defendendo o fortalecimento dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil (NUDECs) e apoiando a proposta de criação de planos diretores de prevenção e defesa civil para as comunidades, dentro da realidade de cada uma, lembrando, como apontou o professor Leandro Torres, que as comunidades possuem características diferentes umas das outras, mesmo estando dentro de uma mesma região.

Rogério Tosta apresentou ainda a proposta que vem sendo desenvolvida pela Diocese de Petrópolis, que é a criação de Núcleos Ambientais Paroquiais, com o objetivo de formar as pessoas que participam das paroquiais em ações de prevenção e conservação ambiental e para atuação em momentos de desastres com conceitos de defesa civil.

 

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