Dissemos anteriormente que os 47 princípios encontrados nos seis documentos antes citados podem ser reduzidos a cinco princípios éticos: beneficência, não maleficência, autonomia, justiça e explicabilidade. Esses princípios constituem um quadro ético robusto para a formulação de políticas, melhores práticas e recomendações na IA.
Os cinco princípios éticos encontrados por Floridi podem ser apresentados, sinteticamente, da seguinte forma:
- Beneficência: busca promover o bem-estar, preservar a dignidade humana e sustentar o planeta.
- Não maleficência: não causar mal a ninguém, incluindo o respeito à privacidade.
- Autonomia: significa o poder “decidir de decidir”.
- Justiça: promover a prosperidade, preservar a solidariedade e evitar a iniquidade.
- Explicabilidade: leva a tornar possível a aplicação dos outros princípios através da inteligência e responsabilidade.
A convergência de princípios éticos entre diferentes documentos, elaborados por pessoas de diversas culturas e países, confirma a universalidade da ética. Isso sugere que, independentemente das diferenças culturais, existe uma base ética comum na adoção de IA. Esses princípios éticos não apenas refletem experiências humanas e sociais típicas, mas também fornecem um quadro robusto para a formulação de políticas e melhores práticas.
A análise de Floridi demonstra que, apesar das variações culturais e linguísticas, há uma surpreendente semelhança nos princípios éticos globais aplicados à IA. Esses princípios universais são essenciais para guiar o desenvolvimento e a implementação da IA de maneira que beneficie a sociedade como um todo. A ética na IA, portanto, deve ser vista como um campo dinâmico e interconectado, fundamentado em valores compartilhados que transcendem fronteiras culturais e nacionais.