Festa de São Pedro e São Paulo, as colunas da Igreja

A Igreja celebra no dia 29 de junho, a festa de São Pedro, Apóstolo e primeiro Papa, e a festa de São Paulo, que de perseguidor foi um grande apóstolo, levando a mensagem de Cristo aos pagãos. Os dois morreram em Roma e juntos, a tradição os apresenta como colunas da Igreja. O Papa Bento XVI,a homilia da festa destes santos em 2012 afirmou “”a tradição cristã sempre considerou São Pedro e São Paulo inseparáveis: de fato, juntos, eles representam todo o Evangelho de Cristo. Mas a sua ligação como irmãos na fé adquiriu um significado especial em Roma”.

O Padre Leonardo João da Silva, na sua reflexão no quadro Festas Litúrgicas, na WebTv Amor Divino, afirma que “a alegria da Igreja na Festa de hoje: Pedro e Paulo não só falaram, não só viveram, mas também morreram pelo seu Senhor; e já sabemos pelo próprio Cristo-Deus que não há maior prova de amor que dá a vida por quem amamos!”.

São João Paulo II, quando Papa, na homilia na festa de São Pedro e São Paulo, em 1980, afirmou “a Igreja de Roma celebra hoje a memória de ambos. A «Pedra» e o «Instrumento escolhido» encontraram-se definitivamente aqui. Aqui cumpriram ambos o ministério apostólico, aqui o selaram definitivamente com o testamento do sangue por eles derramado, com o testemunho do sacrifício total da vida”.

Em 2023, ao celebrar a festa de São Pedro e São Paulo, o Papa Francisco afirmou sobre eles: “Pedro e Paulo eram pessoas verdadeiras, e nós, hoje mais do que nunca, precisamos de pessoas verdadeiras”.

A seguir, a reflexão do Padre Leonardo

A festa, ou melhor, a solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo é uma das mais antigas e solenes do ano litúrgico. Ela foi inserida no santoral muito antes da festa do Natal e havia desde o séc. IV o costume de celebrar neste dia três missas.

A primeira na basílica de São Pedro no Vaticano, a segunda na basílica de São Paulo fora dos muros e a terceira nas catacumbas de são Sebastião, onde as relíquias dos apóstolos tiveram de ser escondidas por algum tempo para protegê-las de profanações.

Há um eco deste costume no fato de que além da missa do dia é previsto um formulário para a missa vespertina da vigília. Depois da Virgem Santíssima, são precisamente são Pedro e são Paulo, juntamente com São João Batista, os santos comemorados mais frequentemente e com maior solenidade no ano litúrgico.

Além da festa de 29 de junho há de fato o dia 25 de janeiro (conversão de São Paulo), 22 de fevereiro (Cátedra de São Pedro) e 18 de novembro (dedicação das basílicas dos dois apóstolos).

Pedro, que tinha como primeiro nome Simão, era natural de Betsaida, irmão do Apóstolo André. Pescador, foi chamado pelo próprio Jesus e, deixando tudo, seguiu ao Mestre, estando presente nos momentos mais importantes da vida do Senhor, que lhe deu o nome de Pedro.

Chegou a negar Jesus durante o processo que culminaria em Sua morte por crucifixão. O próprio Senhor o confirmou na fé após Sua ressurreição (da qual o apóstolo foi testemunha), tornando-o intrépido pregador do Evangelho através da descida do Espírito Santo de Deus, no Dia de Pentecostes, o que o tornou líder da primeira comunidade.

Pregou no Dia de Pentecostes e selou seu apostolado com o próprio sangue, pois foi martirizado em uma das perseguições aos cristãos, sendo crucificado, segundo a tradição, de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se julgar digno de morrer como seu Senhor, Jesus Cristo. Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações para que São Marcos escrevesse seu Evangelho.

Paulo, cujo nome antes da conversão era Saulo ou Saul, era natural de Tarso. Recebeu educação esmerada “aos pés de Gamaliel”, um dos grandes mestres da Lei na época. Tornou-se fariseu zeloso, a ponto de perseguir e aprisionar os cristãos, sendo responsável pela morte de muitos deles.

Converteu-se à fé cristã no caminho de Damasco, quando o próprio Senhor Ressuscitado lhe apareceu e o chamou para o apostolado. Recebeu o batismo do Espírito Santo e preparou-se para o ministério.

Esta Solenidade de São Pedro e São Paulo nos dá a oportunidade para algumas ponderações importantes. A Igreja é apostólica. Esta é uma sua propriedade essencial. João, no Apocalipse, vê a Jerusalém celeste fundada sobre doze alicerces com os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro (cf. Ap 21,14).

Eis: a Igreja não pode ser fundada por ninguém, a não ser pelo próprio Senhor, que a estabeleceu sobre o testemunho daqueles Doze primeiros que ele mesmo escolheu. Seu alicerce, portanto, sua origem, seu fundamento são: o ministério e a pregação apostólicos que, na força do Espírito Santo, deverão perdurar até o fim dos tempos graças à sucessão apostólica dos Bispos católicos, transmitida na Consagração episcopal.

Dizer que nossa fé é apostólica significa crer firmemente que a fé não pode ser inventada nem tampouco deixada ao bel-prazer das modas de cada época; crer que a Igreja tem como fundamento os Apóstolos significa afirmar que não somos nós, mas o Cristo no Espírito Santo, quem pastoreia e santifica a Igreja pelo ministério dos legítimos sucessores dos Apóstolos. O critério daquilo que cremos, a regra da nossa adesão ao Senhor Jesus, a norma da nossa fé é aquilo que recebemos dos santos Apóstolos uma vez para sempre.

Eis o sinal do verdadeiro Apóstolo: dar a vida pelo rebanho, com Jesus e como Jesus, gastando-se, morrendo, para que os irmãos vivam no Senhor! Por isso, caríssimos meus, a alegria da Igreja na Festa de hoje: Pedro e Paulo não só falaram, não só viveram, mas também morreram pelo seu Senhor; e já sabemos pelo próprio Cristo-Deus que não há maior prova de amor que dá a vida por quem amamos!

Bem-aventurado é Pedro, bendito é Paulo, que amaram tanto o Senhor a ponto de darem a vida por ele! Nisto são um exemplo, um modelo, uma norma de vida para todos nós. Aprendamos com eles!”

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