Dom Joel, na missa de finados, afirma que a saudade é um dom e convida a todos a viver a santidade

Buscando oferecer aos fiéis que visitam o Cemitério Municipal de Petrópolis, no Dia de Finados, mais horários de missa, a Diocese de Petrópolis proporcionou quatro celebrações. A missa das 10h foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Joel Portella Amado. Nos seis municípios que formam a Diocese de Petrópolis, incluindo Bemposta e Inconfidência (onde foi possível), foram celebradas missas. Em Teresópolis, por exemplo, no Cemitério Carlinda Berlim, a celebração foi presidida pelo Padre Tiago Henrique das Dores, da Paróquia São Cristóvão. Em Petrópolis, o prefeito Hingo Hammes participou da missa, juntamente com secretários municipais e diretor do Cemitério.

Durante a homilia, Dom Joel abordou os sentimentos que emergem diante da morte, a importância da saudade e o caminho para transformar a dor em paz, tendo Jesus como a razão maior de nossa esperança. Suas palavras convidaram os fiéis a uma oração pessoal e à vivência do amor e do perdão. Ao final da missa, Dom Joel convidou todos a irem rezar no túmulo dos padres, entre eles do Padre Francisco Montemezzo, falecido em 2021.

Dom Joel iniciou sua homilia reconhecendo a mistura de emoções que a morte evoca. “A celebração de hoje traz para nós aquilo que, ao longo do ano, sempre que nos deparamos com a morte, acaba vindo à nossa mente, ao nosso coração”, afirmou. Ele descreveu essa experiência como uma “mistura de sentimentos”: tristeza, saudade, esperança, medo e paz.

A tristeza e a saudade, explicou o bispo, surgem pela ausência daqueles que se foram, especialmente os que marcaram positivamente nossas vidas. “Nós gostaríamos que, de alguma maneira, essas pessoas… estivessem aqui entre nós”, pontuou.

Contrariando a ideia de que a ausência de saudade seria um alívio, Dom Joel defendeu que “ter saudade é um presente de Deus.” Para ele, a saudade é um “sinal de que a vida vivida com aquelas pessoas valeu a pena, e foi bom, de alguma maneira, estarmos juntos e que gostaríamos de continuar juntos.”

Mais do que um sentimento nostálgico, a saudade é uma “inquietação diante da morte,” um dom de Deus “para que no nosso coração, na nossa mente, nós nunca nos acomodemos com a morte, com a dor, com o sofrimento.”

Jesus: A Razão da Nossa Esperança e Paz

O grande desafio, segundo Dom Joel, é transformar um sentimento triste em esperança e paz, uma tarefa ainda mais árdua quando a morte é “repentina, brusca, violenta, sofrida.” A fé, no entanto, oferece a resposta: “Jesus é a nossa esperança.”

O bispo enfatizou que não se trata de uma aceitação passiva, mas de um compromisso ativo. “É só você lembrar qual foi o mandamento que Jesus deixou: Amar a Deus sobre todas as coisas,” recordou. Embora possa “parecer estranho para a lógica humana,” é nesse mandamento que reside “o caminho da esperança” e a capacidade de transformar dor e sofrimento em paz.

Para ilustrar essa transformação, Dom Joel citou o livro de Jó, o “sofrimento feito gente.” Mesmo diante de uma dor imensa, Jó “não transforma o sofrimento… em revolta, em descrença.” Pelo contrário, “ele vai encontrando, na relação com Deus, forças para transformar a dor e o sofrimento em apenas um momento de passagem, porque o final da estrada é um final de paz.”

Dom Joel incentivou os fiéis a adotarem a mesma atitude, buscando a santidade no dia a dia. Ele compartilhou seu costume pessoal de rezar, lembrando os entes queridos através de fotos, e reconheceu a vasta “multidão” de pessoas que o acompanharam e o ajudaram, sendo “instrumentos do amor de Deus” em sua vida.

A mensagem central do bispo foi um convite a viver no amor, na reconciliação e na paz, concretizando assim a esperança em Jesus. “Quando chegar a nossa hora, o Senhor há de nos dizer: ‘Vem aqui, meu amigo, vem, minha amiga!'”, expressou Dom Joel. Ele lembrou que, embora não saibamos o dia e a hora, em Jesus seremos acolhidos.

Ele concluiu com a aspiração de todo cristão: “Nós queremos ser acolhidos dizendo a Jesus: ‘Meu Senhor e meu Deus,’ a famosa frase: ‘Sei que meus olhos contemplarão aquele que em vida eu busquei, aquele que em vida eu amei.’ E que Ele nos diga: ‘Vinde, benditos de meu Pai!'”

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