O jubileu é um evento significativo na tradição cristã, com raízes tanto na Bíblia quanto na história da Igreja. O conceito de jubileu tem origem na Bíblia, especificamente no Antigo Testamento. No livro de Levítico, capítulo 25, é descrito como um ano de libertação e restauração que ocorria a cada cinquenta anos. Durante o ano do jubileu, as dívidas eram perdoadas, os escravos eram libertados e as terras que haviam sido vendidas eram devolvidas aos seus proprietários originais. Este ano especial era um tempo de renovação espiritual e social, refletindo a misericórdia e a justiça de Deus.
O texto de Levítico 25, 8-16 (Bíblia Ave-Maria) diz: “Contarás sete anos sabáticos, sete vezes sete anos, cuja duração fará um período de quarenta e nove anos. Tocarás então a trombeta no décimo dia do sétimo mês: tocareis a trombeta no dia das Expiações em toda a vossa terra. Santificareis o quinquagésimo ano e publicareis a liberdade na terra para todos os seus habitantes. Será o vosso jubileu. Voltareis cada um para as suas terras e para a sua família.
O quinquagésimo ano será para vós um jubileu: não semeareis, não ceifareis o que a terra produzir espontaneamente, e não vindimareis a vinha não podada, pois é o jubileu que vos será sagrado. Comereis o produto de vossos campos. Nesse ano jubilar, voltareis cada um à sua possessão. Se venderdes ou comprardes alguma coisa de vosso próximo, ninguém dentre vós cause dano ao seu irmão. Comprarás ao teu próximo segundo o número de anos decorridos desde o jubileu, e ele te venderá segundo o número de anos de colheita. Aumentarás o preço em razão dos anos que restarem, e o abaixarás à medida que os anos diminuírem, porque é o número de colheitas que ele te vende”.
Na história da Igreja, o jubileu tem sido celebrado de várias maneiras ao longo dos séculos. Um exemplo notável é o grande “perdão” concedido por São Celestino V em 1294, antes mesmo do Papa Bonifácio VIII instituir o Ano Santo. Em 1216, o Papa Honório III atendeu ao pedido de São Francisco para conceder indulgência aos que visitassem a Porciúncula. Outro exemplo é a peregrinação a Santiago de Compostela, onde o Papa Calisto II, em 1122, permitiu a celebração do jubileu sempre que a festa do apóstolo Tiago caísse num domingo (Francisco, Spes non confundit).
O jubileu de 2025, proclamado pelo Papa Francisco, continua essa tradição de graça e misericórdia. Este jubileu é uma oportunidade para os fiéis experimentarem o amor de Deus e renovarem sua esperança na salvação em Cristo.