Pesquisas empíricas contemporâneas na psicologia cognitiva corroboram a tese da filosofia antiga, retomada por Tomás de Aquino, sobre a existência de uma “lei natural” do comportamento humano válida para todos os homens. Esta teoria sugere um universalismo ético, indicando a existência de princípios morais universais, embora a normatividade desses princípios seja atribuída à reflexão ética.
Lawrence Kohlberg, um proeminente psicólogo, afirma que a “lei natural” destaca princípios universais de justiça conhecidos independentemente de revelações religiosas (Education, moral development and faith, “Journal of Moral Education”, IV 1974). Estudos sobre o desenvolvimento psicológico infantil sugerem que as crianças possuem um senso natural de justiça. Segundo ele, é importante enfatizar esse senso natural, pois há uma tese difundida de que os valores das crianças são exclusivamente ensinados por pais e pela cultura.
Kohlberg destaca que as crianças frequentemente geram e mantêm seus valores morais, mesmo contra ensinamentos culturais. Esses valores têm raízes universais; por exemplo, cada criança sabe que matar é errado, pois o respeito à vida é uma resposta empática natural. Bacchini complementa essa visão, afirmando que a maioria das crianças de quatro anos considera que vitimizar alguém é intrinsecamente errado (Lo sviluppo morale, in Barone, Bacchini, Le emozioni nello sviluppo relazionale e morale, p. 155).
No campo da psicologia cognitiva, há uma crescente aceitação da teoria de uma capacidade moral inata no ser humano. Estudos empíricos revelam que pessoas de diferentes culturas respondem de forma semelhante a dilemas morais, indicando uma disposição natural e universal para compreender o bem e o mal.
Essas pesquisas sugerem que os princípios morais universais são reconhecidos instintivamente, apoiando a noção de um universalismo ético. No entanto, a reflexão ética continua sendo essencial para a fundamentação e aplicação desses princípios na prática.