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Paróquia do Sagrado celebra jubileu de 75 anos em 125 anos de presença franciscana em Petrópolis

Frei Augusto Luiz Gabriel

“Celebrar o jubileu é uma oportunidade de voltar às origens, voltar àquilo que é essencial, fazer a experiência da libertação de Deus e de invocar a sua misericórdia”. Foi com essas palavras que o guardião e pároco, Frei Jorge Paulo Schiavini, declarou aberta as celebrações do Jubileu de 75 anos de criação da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus e dos 125 anos da chegada dos primeiros frades franciscanos a Petrópolis (RJ). A Celebração Eucarística, presidida por Frei Jorge, foi concelebrada pelo mestre do Tempo da Teologia, Frei Marcos Andrade, e pelo vigário paroquial, Frei José Ariovaldo da Silva, nesta terça-feira (9/02), às 18 horas. O ano jubilar vai se estender até 9 de fevereiro de 2022.

Obedecendo as normas sanitárias, a Santa Missa foi transmitida ao vivo pelo Facebook da Paróquia do Sagrado e contou também com a presença de fiéis, paroquianos, lideranças de movimentos e pastorais que lotaram a Igreja do Sagrado.

Frei Jorge iniciou sua homilia explicando que a experiência de se celebrar um jubileu tem suas origens na Sagrada Escritura, sobretudo no livro do Levítico, onde se lê que a cada 50 anos, ‘no dia da expiação’(Lv 25,9), quando a misericórdia do Senhor era invocada sobre todo o povo, o som da trombeta anunciava um grande acontecimento de libertação: ‘Será para vocês um ano de júbilo’ (Lv 25,10), citou o celebrante.

Segundo o frade, o ano jubilar é um tempo forte na fé. “Celebraremos alguns momentos fortes para render graças a Deus pelo caminho de fé já trilhado e para nos dispormos mais uma vez à inspiração divina na missão atual da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, no estilo de São Francisco de Assis”, explicou.

Frei Jorge fez então um resgate histórico e lembrou da celebração do cinquentenário da chegada dos franciscanos a Petrópolis. Recordou que, na ocasião, realizou-se uma campanha durante o mês de janeiro de “cinquenta mil comunhões”, para que um grande número de pessoas participasse da eucaristia. “Nós planejamos uma programação espiritual um pouco diferente, mas com um objetivo parecido: mensalmente, na primeira sexta-feira do mês, celebraremos a ‘Missa de Ação de Graças pelo Jubileu’”, adiantou.

O pároco anunciou também que serão celebradas todas as festas dos padroeiros das cinco comunidades da Paróquia. “A solene liturgia da festa do Sagrado Coração de Jesus, celebremos no dia da Dedicação da Igreja do Sagrado e no dia da instalação da Paróquia do Sagrado, em 19 de maio”, acrescentou.

“Que o exemplo de fé e desapego dos missionários franciscanos, que deixaram sua terra Natal para servir o povo de Petrópolis, possa fortalecer nossa fé e aumentar nossa disposição de servir a Deus e aos irmãos com generosidade de coração! Rendamos graças a Deus pelos 125 anos de presença dos filhos de São Francisco nesta acolhedora cidade de Petrópolis, que nos tem acompanhado durante tanto tempo e nos deu a graça de aqui colhermos tantos frutos”, disse. “Dentre os mais variados benefícios que recebemos, contamos com a confiança e a amizade de tantas pessoas e famílias que conosco vivem a fé neste lugar abençoado que é a cidade de Petrópolis”, destacou.

Para Frei Jorge, ao rememorar a história do início da Paróquia do Sagrado, recorda-se a ação de Deus na vida de tantas pessoas que sonharam e trabalharam pelo Reino de Deus: “Que neste ano possamos recordar a história dos Franciscanos em Petrópolis e da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus nas várias atividades programadas e em nossas conversas com muitos que fazem parte dessa história e continuam a escrevê-la nos dias de hoje. Rendamos graças a Deus por tantos homens e mulheres que foram pedras vivas do edifício espiritual que é a Igreja, construída sobre o fundamento que é o próprio Jesus Cristo”.

“Neste Eucaristia rendamos graças a Deus por tudo de bom que Deus realizou na vida dessa Paróquia e na vida dos Franciscanos e que o Senhor nos dê a graça de viver e anunciar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo com intensidade e alegria”, finalizou.

Após a homilia, a celebração teve continuidade com a liturgia eucarística. No final, como tradicionalmente acontece em todas as terças-feiras e em muitas Igrejas do mundo, Frei Jorge rezou a oração e bênção de Santo Antônio e abençoou o pão dos pobres.

UM POUCO DE HISTÓRIA

O guardião e pároco do Sagrado, como popularmente é conhecido, pautou-se na história e fez uma bonita memória da criação da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus e da chegada dos franciscanos em Petrópolis.

No dia 16 de Janeiro de 1896, chegou a Petrópolis o primeiro grupo de franciscanos vindo da Alemanha, a convite de monsenhor Guidi, para assistência espiritual dos emigrantes alemães de Petrópolis (Veja vídeo). Frei Basílio Roewer, assim descreve: “Monsenhor Guidi alugou uma casa nos fundos da igreja, mandou provê-la de todo o necessário pelas prestimosas irmãs do Asilo do Amparo e fixou a inauguração da comunidade para depois da chegada da Europa do Arcebispo do Rio de Janeiro, devendo este desembarcar no dia 15 de janeiro de 1896. Monsenhor Guidi fez chamar por telegrama os religiosos que formariam a comunidade. Subiram estes no dia 16 de janeiro e no mesmo dia foi-lhes entregue pelo monsenhor Guidi a casa e assim foi estabelecida a 1ª comunidade dos franciscanos de Petrópolis. Os primeiros religiosos foram Frei Ciríaco Hielscher, Frei Zeno Walboroehl e o irmão leigo Frei Mariano Feldmann”. Frei Ciríaco foi o primeiro guardião.

No dia 9 de fevereiro de 1946 foi assinado o decreto de criação da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. Na carta do monsenhor Francisco Gentil Costa, endereçada ao bispo de Niterói, apresentou-se os limites da criação da nova paróquia: “Tendo ocorrido em 16 de janeiro deste ano de 1946 o cinquentenário do Convento do Sagrado Coração de Jesus dos Padres Franciscanos que no decurso de meio século tanto trabalharam pela vida espiritual e pela prosperidade de Petrópolis, […] constituem ocorrências de ordem história motivo ponderável para vossa Excelência Reverendíssima, haja por bem, neste ano de 1946, decretar a criação da Paróquia Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis”.

No Decreto da criação da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, vê-se Dom José, bispo diocesano de Niterói, atendendo ao pedido de  do monsenhor Francisco Gentil Costa. “Faremos saber que atendendo às necessidades espirituais dos fiéis residentes na Paróquia de S. Pedro de Alcântara de Petrópolis, cuja população nestes últimos anos muito tem aumentado e considerando o maior bem espiritual da mesma cumprindo as determinações eclesiásticas, […] havemos por bem, pelo presente Nosso Decreto criar, erigir e canonicamente instituir na forma do Direito Canônico e costumes legítimos da Igreja do Brasil, a nova Paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis […]. Dado e passado em nossa Cúria Episcopal nesta cidade e bispado de Niterói, sob nosso sinal e selo da Nossa Chancelaria aos 9 de fevereiro de 1946.

Mais tarde, em 10 de maio de 1946, Dom José, assina a provisão de Vigário da Igreja do Sagrado Coração de Jesus. “Faremos saber que atendendo nós ao bem espiritual dos fiéis confiado à nossa pastoral solicitude e querendo que os fiéis da Paróquia do Sagrado Coração em Petrópolis não fiquem por mais tempo privados de pastor que zele por sua eterna salvação, havemos por bem nomear Vigário da dita Paróquia o reverendo Frei Ático Eyng, uma vez que na sua pessoa concorrem letras e qualidades próprias de um guia espiritual e pastor”.

No livro do Tombo da Paróquia, encontram-se também ricos registros escritos pelo monsenhor Gentil sobre a atividade do 1º Vigário da Paróquia do Sagrado, atualmente denominado como pároco: “A campanha em favor da santificação dos domingos e da assistência da Santa Missa era a ocupação sincera e constante do novo pastor. Reunia as crianças da Paróquia na missa das 8h na matriz fazendo uma prática adaptada ao auditório. Chegou ao ponto de declarar que 1.500 crianças da Paróquia participaram da missa dominical”.

Desde 2019, Frei Jorge Paulo Schiavini é o 18º pároco da centenária Igreja do Sagrado. Frei Ático Francisco Eyng foi o primeiro no período de 1946 a 1948. O segundo foi Frei Luiz Gonzaga Costa, de 1948 a1949. Depois vieram: 3º) Frei Lauro Ostermann (1949-1956); 4º) Frei Aniceto Krocker (1956-1967); 5º) Frei Jose Bertoldi (1967-1969); 6º) Frei Faustino Tomelin (1969-1979); 7º) Frei Clarêncio Neotti (1980-1982); 8º) Frei José Aussems (1983-1986); 9º) Frei Luis Dalmago (1986-1989); 10º) Frei Augusto Koenig (1989-1992); 11º) Frei Geraldo Freiberg (1992-1995); 12º) Frei Vitalino Turcato (1995-2000); 13º) Frei Vitalino Piaia (2000-2007); 14º) Frei Adriano Freixo Pinto (2007-2012); 15º) Frei Angelo José Luiz (2013-2016); 16º) Frei César Külkamp (2016), atual Ministro Provincial. O antecessor de Frei Jorge foi Frei James Luiz Girardi (17º), que atuou como pároco entre os anos de 2016 a 2018.

PROGRAMAÇÃO

Várias atividades estão previstas para a celebração destas duas datas comemorativas. Mensalmente, sempre na 1ª sexta-feira do mês uma missa de Ação de Graças marcará este tempo forte na fé. Prevê-se também a realização da “Exposição Virtual de fotos de Batismos, Ordenações e de Casamentos”, realizados na Igreja do Sagrado. Além disso, o cronograma prevê a produção de vídeos sobre a história da Paróquia e da presença franciscana em Petrópolis;  o resgate da história das comunidades, pastorais, movimentos e serviços por meio de texto e imagens e o resgate de acontecimentos históricos e personalidades que fizeram parte dessa história.

“Celebremos no Ano Jubilar a história de fé dos que nos antecederam, para que com a graça de Deus possamos viver e anunciar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo com intensidade e alegria”, declarou Frei Jorge!

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Texto e Fotos são de propriedade da Diocese de Petrópolis e dos autores em artigos assinados (Lei de Direitos Autorais). 

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