Papa alerta para o bullying nas escolas: quem o pratica se prepara para a guerra, não para a paz

Audiência Papa Francisco Foto COPYRIHHT@VATICAN MEDIA

No encontro com várias associações de professores católicos italianos, Francisco fez uma análise dos desafios educacionais à luz do Jubileu da Esperança. O encontro foi realizado este sábado (04/01), no Vaticano.

Jane Nogara – Vatican News

Na manhã deste sábado, 4 de janeiro, o Papa Francisco recebeu os membros de três associações ligadas à escola: Associação italiana de Professores católicos, União Católica Italiana de professores, Dirigentes, Educadores, Formadores e a Associação de Pais das Escolas Católicas.

A pedagogia de Deus

O Papa iniciou seu discurso recordando que o período litúrgico do Natal é uma época que nos mostra a pedagogia de Deus. “E qual é o seu ‘método educacional’? É o da proximidade”, explicou, Deus é próximo, compassivo e terno. As três qualidades de Deus: proximidade, compaixão e ternura.

É o Senhor que “como um professor entra no mundo de seus alunos, Deus escolhe viver entre os homens para ensinar por meio da linguagem da vida e do amor”. Em seguida, explicou: “Jesus nasceu em uma condição de pobreza e simplicidade: isso nos chama a uma pedagogia que valoriza o essencial e coloca a humildade, a gratuidade e a aceitação no centro”. Esclarecendo ainda que “a pedagogia de Deus é uma pedagogia do dom, um chamado para viver em comunhão com Ele e com os outros”. Além disso, acrescentou, “essa pedagogia é um convite para reconhecer a dignidade de cada pessoa, começando por aquelas que são descartadas e marginalizadas”.

Caminho do Jubileu

O Pontífice recordou ainda que estamos no início do caminho do Jubileu, que “tem muito a dizer ao mundo da educação e das escolas”. De fato, ponderou Francisco, “peregrinos da esperança” são todas as pessoas que “buscam um sentido para suas vidas e também aquelas que ajudam os mais jovens a percorrer esse caminho”.

“Um bom professor é um homem ou uma mulher de esperança, porque se dedica com confiança e paciência a um projeto de crescimento humano.”

“A esperança é o motor que sustenta o educador em seu compromisso diário, mesmo nas dificuldades e fracassos. Mas como não perder a esperança e alimentá-la todos os dias?”, questionou o Papa, convidando os presentes a manterem “o olhar fixo em Jesus, mestre e companheiro de viagem: isso permite que vocês sejam realmente peregrinos da esperança”.

E acrescentou: “Essas esperanças humanas, por meio de cada um de vocês, podem encontrar a esperança cristã, a esperança que nasce da fé e vive na caridade. E não vamos nos esquecer: a esperança não decepciona, o otimismo decepciona, mas a esperança não decepciona. Uma esperança que supera todo desejo humano, porque abre mentes e corações para a vida e a beleza eterna”.

Transmitir uma nova cultura

Motivando os presentes o Papa faz um fervoroso apelo afirmando que “a escola precisa disso! Sintam-se chamados a elaborar e transmitir uma nova cultura”, disse, “baseada no encontro entre gerações, na inclusão, no discernimento do verdadeiro, do bom e do belo; uma cultura de responsabilidade, pessoal e coletiva, para enfrentar os desafios globais, como as crises ambientais, sociais e econômicas, e o grande desafio da paz”. Neste ponto, Francisco insistiu com os presentes que para uma escola de futuro e sem guerra é fundamental “nunca praticar bullying uns com os outros, se na escola vocês praticam bullying contra meninas e meninos que têm algum problema, isso é se preparar para a guerra, não para a paz”.

O presente da escola é o futuro da sociedade

“Nunca esqueçam de onde vocês vieram, mas não caminhem com a cabeça voltada para trás, lamentando os bons e velhos tempos!”, recomentou o Papa, afirmando em seguida: “Em vez disso, pensem no presente da escola, que é o futuro da sociedade, que está passando por uma transformação histórica. Pensem nos jovens professores que estão dando seus primeiros passos na escola e nas famílias que se sentem sozinhas em sua tarefa educacional. A cada um deles, proponham seu estilo educacional e associativo com humildade e novidade”.

Por fim, Francisco concluiu o encontro com um encorajamento: “Tudo isso eu os encorajo a fazer juntos, com uma espécie de ‘pacto entre as associações’, porque dessa forma vocês podem testemunhar melhor o rosto da Igreja na escola e para a escola. A esperança nunca fica parada, a esperança está sempre no caminho e nos faz caminhar. Portanto, sigam em frente com confiança!”.

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