O encontro de gerações de religiosos e religiosas no Jubileu da Vida Consagrada na Diocese de Petrópolis
A reprodução das notícias e fotos é autorizada desde que contenha a assinatura: Ascom/Diocese de Petrópolis
A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) – Núcleo Petrópolis e Teresópolis – realizou, em conjunto com a Diocese de Petrópolis, o Jubileu da Vida Consagrada, no dia 2 de fevereiro, quando se celebrou o Dia Mundial da Vida Consagrada. O encontro aconteceu no Santuário Jubilar Igreja Santa Teresa, em Teresópolis, onde estava a Cruz da Esperança, um gesto concreto do Regional Leste da CNBB para o Ano Jubilar 2025. O evento contou com a presença do bispo diocesano, Dom Joel Portella Amado, que conduziu uma reflexão, orientou para a experiência da escuta no Espírito e presidiu a missa de encerramento na Igreja Jubilar Santa Teresa.
Rogerio Tosta/Ascom Diocese de Petrópolis
Uma das características marcantes do Jubileu da Vida Consagrada foi a troca de experiências entre os religiosos e religiosas, propiciada pelo encontro de gerações. Participaram religiosas com mais de 60 anos de vida consagrada, entre elas a centenária Irmã Bertha Rocha Costa, da Congregação das Irmãs Angélicas de São Paulo. Para ela, a esperança, como propôs o Papa Francisco para o Jubileu 2025, significa ter total confiança em Deus:
— Eu tenho total confiança em Deus, porque sou criatura Dele e Ele cuida de mim. Cada um de nós é criatura de Deus, Ele vai cuidar; por isso, não tenha medo, pois Ele falou: “Eu estou contigo”. Então, mesmo com esse mundo agora tão destroçado, mesmo com tudo isso, eu vejo que o bem vai superar o mal. Como vai ser eu não sei, mas vai terminar bem. Eu confio plenamente em Deus — afirmou a Irmã, que ainda deu um testemunho sobre sua vida religiosa, contando que viveu experiências difíceis, como ameaças de morte, mas que sempre confiou em Deus e obedeceu a seus superiores.
Fotos: Rogerio Tosta/Ascom Diocese de Petrópolis
Amanda Milena Soares da Silva, que ingressou neste ano no noviciado das Irmãs Angélicas em Teresópolis, compartilhou sua alegria em viver pela primeira vez o Jubileu da Vida Consagrada. Para ela, encontrar irmãos e irmãs consagrados foi uma oportunidade especial:
— Olhar para as irmãs e ouvir o testemunho de cada uma fortalece a nossa vocação, o nosso chamado. Ou seja, celebrar o Dia da Vida Consagrada é uma grande alegria.
Para a Irmã Vera Los, da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, participar do Jubileu da Vida Consagrada teve um motivo ainda mais especial: no mesmo dia, ela celebrou 65 anos de vida consagrada.
— Nem sei explicar, fico emocionada. Eu sinto a presença do Senhor na minha vida, mais de perto, fazendo festa comigo. Porque as coincidências também são um gesto de Deus. Eu vejo a presença d’Ele se manifestando ao longo do caminho, que não é fácil — comentou a Irmã.
Sobre o Jubileu da Esperança, Irmã Vera destacou que, em seu olhar, esperança é ter fé e a certeza da presença de Jesus:
— A gente fala que a esperança é Jesus. Ontem, na liturgia (01/02), a primeira leitura dizia que a esperança, a fé, consiste em viver nesta terra a experiência que será no céu. É colocar o sentido da nossa vida para além de todas as aparências. É acreditar no invisível, esperar o invisível que me foi prometido em Jesus Cristo, um invisível que também posso sentir ao longo da jornada. Não vou negar: a gente sente, no meio das desesperanças, dos conflitos, das tristezas e dos grandes desafios, a presença do Senhor Jesus. Esperança é ter fé, e ter fé é acreditar em Deus — afirmou.
A troca de experiências entre religiosos com mais anos de caminhada e os mais novos também chamou a atenção do Frei Ítalo, da Ordem dos Frades Menores Conventuais, que destacou a beleza de vivenciar isso no Dia Mundial da Vida Consagrada.
— Celebramos esse Jubileu na alegria de viver o Jubileu da Esperança. E, no dia 2, especificamente Dia da Vida Religiosa Consagrada, recordamos a história de tantos religiosos e religiosas. Aqui, no nosso momento de jubileu, temos religiosos com 100 anos, 74 anos e 80 anos de idade, com 70 anos de vida religiosa, e também jovens que encontram nos mais velhos uma fonte de inspiração — ressaltou.
Frei Ítalo chamou atenção ainda para a vida religiosa em comunidade, ressaltando que é marcada pela fraternidade, pela oração e pelo trabalho:
— A característica da vida religiosa é uma alegria muito profunda, é viver a esperança no olhar dos nossos irmãos e irmãs mais idosos. Para nós, jovens, isso é uma grande inspiração. Para mim, de modo especial, o dia de hoje é significativo, pois completo cinco anos de profissão religiosa, e ver religiosos com 70 anos é uma inspiração — frisou.
Irmã Andreia, uma das coordenadoras do Jubileu da Vida Consagrada na Diocese, falou sobre a importância desse encontro:
— Hoje, no Dia Mundial da Vida Religiosa Consagrada, nós, religiosos do núcleo da CRB de Petrópolis e do núcleo da CRB de Teresópolis, nos reunimos para celebrar bem o jubileu da esperança. Fomos chamados a refletir que a esperança é o cerne de toda a vida, não só dos consagrados, mas de toda a vida cristã. O Papa Francisco, no final do ano, abrirá a Porta Santa na certeza de que todo cristão levará no coração e manterá acesa a esperança, uma esperança que não pode morrer.
Ela ressaltou ainda o dever dos religiosos de celebrar o Ano Jubilar com entusiasmo:
— Vivemos num mundo onde há muitas guerras e violência, e tudo isso precisa acabar. Temos o dever, enquanto religiosos e religiosas, de celebrar bem este Ano Jubilar, com alegria e sem perder de vista que a esperança é o início de tudo. Assim como Jesus, somos anunciadores da palavra d’Ele, onde estivermos.
Frei Ítalo, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, também falou sobre a espiritualidade de São Francisco de Assis a partir da perspectiva da esperança:
— Celebrar o jubileu, ainda mais sob a inspiração de São Francisco, é vivenciar de fato a esperança. São Francisco buscava muito essa esperança; ele a via em Deus, através da criação e das pessoas. Isso demonstra ainda mais a presença de Deus por meio da esperança. O olhar carinhoso de São Francisco, sempre voltado ao Pai por tudo e por todos, é um olhar de esperança e misericórdia. Para mim, este Ano Jubilar representa ter o olhar de São Francisco, que vê o amor de Deus em tudo o que se manifesta, percebendo a presença viva de Deus.
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