Lectio Divina – Sábado da 1ª Semana da Quaresma

Mons. Paulo Daher

No livro do Deuteronômio 24, 16-19, o Moisés dirigiu a palavra ao povo em nome de Deus pedindo que siga os preceitos do Senhor.  Porque o Senhor escolheu este seu povo, para mostrar a todos quem Ele é.    

Moisés lembra que o povo escolheu Deus como seu Senhor. E este seu Senhor manifestou sua aceitação propondo a maneira como o povo devia se conduzir em sua vida para merecer as bênçãos do Senhor.

A aceitação do que Deus pede para que seja mesmo seu povo é seguir seus preceitos. Estes manterão o povo numa vida religiosa tal que terá sempre a presença do Senhor conduzindo seu destino diante de todos os  outros povos.

Em nossos relacionamentos humanos a melhor maneira de nos entendermos com as pessoas é aceitar cada um como é e saber conduzir-nos para conviver em paz e cada um respeitar e ser respeitado pelo outro.

Com Deus devemos ter a mesma atitude. Embora saibamos que nem sempre conseguimos cumprir nossa palavra, Deus jamais deixa de cumprir o que promete. E por isso também nos ajuda para, se nos afastarmos dele, retomar de novo o caminho certo que nos leva a Ele.

É uma espécie de vai-vem da história de nossa vida. Porque somos frágeis e às vezes até inconstantes. Mesmo assim o Senhor nos ama.

O que Deus quis escolhendo os judeus como seu povo e procurando acompanhar toda a história deles entre altos e baixos, da parte do Senhor, Ele não se arrepende. O que Deus ama e determina não volta atrás.

O que vemos com não acontecer as promessas de Deus sobre o destino de seu povo, não é culpa de Deus nem sua vontade. O povo é que foge de seus compromissos.

Seria como Deus prometesse água para alguém mostrando o caminho que leva à fonte. Se ela não vai pelo caminho certo, não poderá se queixar quando estiver com sede, dizendo que Deus não cumpriu o que prometeu.

Pensemos em nós. Quando nascemos Deus nos acolheu com amor. No batismo selou-nos como seus filhos. Em sua Igreja dá-nos tudo que precisamos para a realização de nossa vida. Sempre Deus espera que nos como filhos respondamos a seus apelos de amor. E então? Como vamos?

Em Mateus 5, 43-48, Jesus lembra o preceito dado aos antigos:  amar os que nos amam, odiar os inimigos. Agora é amar a todos. Porque Deus é Pai de todos e faz descer benefícios á terra sobre maus e bons, porque todos são filhos de Deus. Sejam perfeitos como o Pai do céu.

Parece que nós hoje podemos entender o que é amar os inimigos, embora tenhamos dificuldades. Mas para os judeus e ainda hoje para os muçulmanos seguidores de Maomé, quem não aceita Deus ou Alá é um inimigo com quem não devo nem me comunicar.

Para entender um pouco porque não aceitar o inimigo, este é aquele que me fez algum mal, aquele que só trama o mal para mim e me detesta. Não posso ajuda-lo, não posso contar com ele, pois irá me trair. Aquele com quem ninguém de minha família pode conviver.

Entendemos a dificuldade de cumprir o que Jesus pede!

O melhor é em nosso coração não querer mal a ele, nem tramar algo que o prejudique. Vou rezar por ele, esvaziar qualquer raiva que surja em mim pelo mal que ele me desejar ou de fato fizer.

Se não depende de mim que ele trabalhe comigo, vou ser prudente para não maltrata-lo. E pensar duas vezes quando tivermos que preparar algo que é pedido para que se consiga o melhor.

Porque devo amar os inimigos? Porque todos somos filhos de Deus e irmãos entre nós. E mais: Jesus morreu por todas as pessoas e de modo especial por todos os pecadores e por aquele que não querem saber dele.

Foi o sentido de sua oração no auge do sofrimento na cruz: Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.(Lc 23,34)

Por fim devemos orar para que aqueles que me desejam o mal possam ser tocados pela graça de Deus para mudarem sua maneira de pensar e agir.

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