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A Pandemia do Smartphone (Parte II) – Pe. Anderson Alves

O primeiro capítulo do livro de Manfred Spitzer, “A epidemia do smarhphone”, resume as principais descobertas dos danos do uso do celular sobre a saúde e a educação das pessoas. Essas descobertas são expostas amplamente nos diversos capítulos do livro, a partir de dezenas de estudos científicos. Os dados são os seguintes:

  • Na Coreia do Sul, o percentual de jovens com dependência dos celulares é de 30%. Um estudo alemão de 2015 sobre o uso dos smartphones por parte de 500 jovens entre 8 e 14 anos fala do risco de dependência em 8% dos usuários.
  • O Serviço Sanitário alemão diz que naquele país os jovens entre 12 e 17 anos passam em média quase três horas por dia nas redes sociais. Acrescentamos que, no Brasil, segundo dados de 2021, os brasileiros passam 1/3 do seu tempo acordado no celular, ou seja, 5,5 horas. Isso é praticamente ¼ do dia. De forma que uma pessoa com 40 anos, passou praticamente 10 anos olhando para a tela de um celular, o que deveria nos fazer refletir.
  • Na nova classificação internacional de doenças (ICD-11, “International Classification of Diseases”), publicada em 18/06/2018 apareceu a doença da dependência dos jogos online e no computador.
  • Nos EUA o número de suicídios entre meninas e jovens mulheres dobrou em poucos anos. Ao buscar as causas, descobriu-se que a tendência a se suicidar determinada por investigações psicológico-psiquiátricas aumentava em relação ao aumento de horas de uso das mídias digitais.
  • Um estudo britânico feito com mais de 1.000 adolescentes mostra que quem passa mais de 3 horas por dia em Facebook, com a idade de 13 anos, tem o dobro de probabilidade de sofrer depressão quando tiver 18 anos.
  • Estudos mostram há tempos que assistir TV causa sobrepeso; o problema se acentua com o uso de dvds, jogos no computador e o celular. Nos últimos trinta anos a atividade física dos jovens e das crianças foi reduzida em 90%. Em todo o mundo a vida sedentária e o sobrepeso são os efeitos colaterais mais comum, causados pelo uso das telas.
  • Computadores e celulares causam danos à instrução: nenhum estudo feito (até 2018) conseguiu demonstrar uma influência positiva dos computadores ou do uso da internet sobre o aprendizado escolar.
  • Ao contrário, há diversos dados que demonstram os efeitos adversos desses meios. Uma análise dos dados PISA, relativos a mais de 50 países no arco de dez anos documenta que quanto mais um país investe nas infraestruturas digitais (computadores, wifi nas escolas etc.), piores são os rendimentos escolares das pessoas daquela região.
  • Estudos demostram que os smartphones limitam as capacidades cognitivas e fazem cair o quociente de inteligência (QI). Mesmo quando não são usados, a sua mera presença sobre a escrivaninha ou no ambiente de estudo distrai, impedindo a concentração, o estudo profundo e a memorização.
  • Os celulares minam a confiança recíproca entre as pessoas que vivem em sociedade e comprometem as nossas já frágeis democracias.
  • Enquanto a verdade fatiga para ser aceita em nossa sociedade, as falsidades estão dispersas em meio mundo. As mídias digitais colaboram com a difusão de notícias falsas, enquanto a verdade fica perdida no meio de tanta falsidade.
  • Youtube induz a população mundial ao extremismo, de forma nunca vista antes na história; e Facebook recolhe informação sobre os seus usuários, embora haja regulamentação na Europa e em outras partes do mundo que o proíbem.

Os capítulos do livro expõem esses dados e muitos outros estudos. Vamos fazer o mesmo nos próximos artigos.

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