5ª-feira da 7ª Semana da Páscoa – Mons. Paulo Daher

5ª-feira da 7ª Semana da Páscoa

Em Atos 22, 30; 23, 6-11, o apóstolo preso em Jerusalém foi apresentado ao tribuno romano. Este perguntou a Paulo de que o acusavam. Estando diante do sinédrio dos judeus e sabendo estarem fariseus e saduceus, Paulo afirmou: “eu estou aqui por causa de nossa esperança, a ressurreição dos mortos.” Aí começou a confusão e discussões entre fariseus e saduceus pois estes não acreditavam na ressurreição. Então um grupo de fariseus disse: “nenhum mal achamos neste homem.” O tribuno tirou Paulo do meio deles e reconduziu-o à fortaleza. À noite o Senhor disse a Paulo: “Coragem! Assim como prestasse testemunho de mim em Jerusalém, deverás testemunhar também em Roma.”

Sejam simples como as pombas e espertos como as serpentes (Mt 10, 16).   S. Paulo foi sagaz. Aproveitou a fraqueza de seus adversários para confundi-los ao falar sobre a ressurreição, que não era fé dos saduceus.

Jesus havia predito estas perseguições, sofrimentos, acusações diante de tribunais. Estes fatos nos lembram que nada escapa aos olhos de Deus. E sua palavra é que Ele nos iluminará nestes momentos e nos dará força para superar estas contradições. Cristo não promete livrar-nos delas. Muitas vezes sim, até confunde nos adversários da religião.

Muitas vezes S. Paulo fala do valor e necessidade da fé em Cristo. Ela é sempre necessária em todos os momentos de nossa vida. De modo especial em ocasiões de contradição ou desamparo passageiro. Por isso o justo viverá da fé (Rm 1,17). Neste mundo vivemos pela fé ((2Cor 10, 15; Gl 3,11).

Acreditar, ter fé faz parte da vida humana.  Fé é acreditar em algo, em alguém. Tem base na confiança que depositamos nas coisas ou nas pessoas. Nas coisas, em vista da segurança que podemos ter ao utilizá-las. Nas pessoas pelo que representam de credibilidade para nós.

Acreditar nos outros pelo que são, representam ou podem ser. É dar crédito às pessoas pelo que merecem ser aceitos de nossa parte. A fé dá às pessoas vários benefícios:

  1. segurança interior pelos elementos que tem, fortalecida pelas razões, pelos fatos comprovados, experiência, testemunho de muita gente.
  2. Faz perder muitos medos, dúvidas, indecisões, dá firmeza ao que se escolhe. Diminui bastante a desconfiança.
  3. Traz serenidade diante até do impossível. Sabe esperar, confiar. Não esmorece fácil diante das dificuldades. Não coloca sua esperança só nas forças do homem. Confia em Deus, no bem, nas pessoas sinceras.

A fé pode estar junto com deficiências e erros. Pessoas tímidas, ignorantes podem ser facilmente influenciáveis pela fé, confiança nas pessoas. Ao mesmo tempo o objeto da fé pode se fiar em coisas que não existem de fato, fruto da ignorância, de uma confiança exagerada em superstições ou crendices. Isto acontece porque esta confiança fortalece a vontade nas decisões, dando mais segurança.

 

Em João, 17, 20-26, Jesus rezou: “eu oro por ele e por todos os que acreditarem em meu nome por meio de sua palavra. Que sejam um como Tu, Pai estás em mim e eu estou em ti. Para que o mundo creia que tu me enviaste. Peço que onde eu estou, também eles estejam comigo. Eu lhes dei a conhecer o teu nome e lhes darei mais ainda, para que o amor com que me amaste esteja neles e eu neles.”

Além do dom da fé que Cristo nos dá, Ele ora por nós. Que quer dizer isto? Deus não ora. Nós é que oramos, dirigimos nossa palavra ao Senhor nosso Deus. Este oro de Jesus é sua ação salvadora. Ele veio para interceder por nós ao Pai.

Estamos sempre em sua mente e em seu coração.  Muito mais talvez do que sua ação que mantem vivas as criaturas e na existência todos os seres. Pois é Deus quem sustenta tudo o que criou.

Em nós como seres humanos sua presença é mais profunda. Além de nos manter na vida, nos envolve com seu amor.

Em primeiro lugar, pela missão confiada a eles, os apóstolos são os primeiros a sentirem sua presença salvadora. Mas todos os que O invocarem com fé e desejarem ouvi-lo e seguir seu caminho sentirão o fogo do mesmo amor que há entre o Pai e o Filho.

Duas palavras se repetem nos lábios de Cristo: conhecer o nome de Deus, invocá-lo e ser iluminado por seu amor. O mesmo amor que Jesus tem ao Pai e que é correspondido pelo Pai com o Espírito Santo.

O nome de Deus é santo, sagrado, próprio do Senhor, especial, capaz de ao ser ouvido e aceito ou pronunciado realizar maravilhas. Por este nome que é Palavra por excelência tudo é criado e tudo se transforma (Jo 1, 3 ).

Esta palavra, este nome, produz, cria, reacende a chama do amor verdadeiro de Jesus para com seu Pai, que é transmitido a cada pessoa que aceita o Filho, Jesus como amado pelo Pai: o amor com que o Pai ama Jesus ocupe o coração de quem Jesus escolhe.

Ao reler esta apresentação simples do amor que Jesus tem a nós que é o mesmo que o Pai tem a Ele, paremos um pouco para refletir com calma: que faremos com este presente valioso que está à nossa disposição: sabermos que somos amados de forma tão envolvente por Jesus que quase nos confundimos com Ele?

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