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Simpósio sobre patrimônio cultural reúne técnicos na Diocese de Petrópolis

22 05 2017 Simpósio Preservação do Patrimônio
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Durante dois dias, a Diocese de Petrópolis foi sede do primeiro Simpósio: Preservação do Patrimônio Artístico e Cultural, promovido pelo Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que reúne as dioceses do Estado do Rio de Janeiro. O objetivo do encontro foi dar inicio a discussão de forma técnica e profissional sobre a importância da preservação dos bens culturais, que para Igreja, além do caráter artístico, tem o valor sagrado, místico, como definiu o museólogo, frei Roger Brunorio.

O encontro foi aberto, na tarde de sexta-feira, com a presença do presidente do Regional Leste 1, o cardeal da Arquidiocese São Sebastião do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta. Ele disse que esta é uma nova iniciativa da Igreja no Brasil, a partir da criação da Comissão Episcopal Especial para os Bens Culturais e segundo ele, em todos os regionais da CNBB haverá encontros como o que ocorreu na Diocese de Petrópolis.

O Cardeal do Rio ressaltou ainda que o encontro mostra a preocupação da Igreja com a necessidade de preservar os bens culturais materiais e imateriais. “Temos muitos patrimônios históricos no Estado do Rio, inclusive nesta cidade que nos acolhe na Universidade Católica de Petrópolis. É com satisfação que abro este encontro como presidente do regional”.

A solenidade de abertura, além de Dom Orani, contou com a presença do arcebispo de Niterói, Dom José Francisco Rezende Dias, do arcebispo de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira e do Bispo de Duque de Caxias, Dom Tarcisio Nascentes dos Santos e do vice-reitor da UCP, Marcelo Vizani Calazans. O Grão-Chanceler da Universidade e Bispo da Diocese de Petrópolis, Dom Gregório Paixão (OSB) coordenou os trabalhos e agradeceu a presença de todos, principalmente dos bispos que participaram do primeiro e segundo dia do Simpósio.

O encontrou contou ainda com a presença de personalidades como o diretor do Museu Imperial, Maurício Vicente Ferreira Jr., o presidente da Fundação Cultural de Paraíba do Sul, Lael Rocha, padres, religiosos, universitários, pesquisadores e restauradores. Uma das presenças marcantes do Simpósio foi dos seminaristas de várias dioceses, pois como ressaltou Dom Gregório Paixão, são eles os futuros sacerdotes e serão os responsáveis por guardar e preservar os bens culturais.

Ao encerrar o Simpósio: Preservação do Patrimônio Artístico e Cultural, no final da tarde de sábado, Dom Gregório Paixão ressaltou a simplicidade do encontro, porém prático e com objetivo claro de fomentar em todos o desejo de preservar e cuidar dos bens culturais. Ele lembrou que a Igreja possui várias pastorais, ele elas, a Pastoral da Cultura, que abre espaço para os bens culturais. “Em nosso Estado temos milhares de bens tombados e precisamos ter um olhar cuidados, pois este patrimônio pertence a Igreja e ao povo brasileiro. Nós produzimos cultura e a cultura cristã invadiu toda a terra e o Brasil foi formado por uma cultura cristã e por isso devemos trabalhar para preservá-la”.

Da beleza a elaboração de projetos

Os dois dias do Simpósio: Preservação do Patrimônio Artístico e Cultural, realizado no salão nobre da UCP, foi marcado por conferências que partiu do conceito de beleza que leva o ser humano ao encontro de Deus, até as diretrizes para elaboração de um projeto, com objetivo de conquistar recursos para restauração do patrimônio cultural. Ficou claro para todos os participantes que dinheiro há para ser aplicado, mas que tudo depende de projetos bem elaborados e que tenham uma relação com a comunidade.

A primeira conferência foi apresentada pelo arcebispo de Niterói, Dom José Francisco Rezende Dias, que falou sobre “A beleza salvará o mundo: a arte como expressão das coisas criadas por Deus”. O arcebispo ressaltou que todos os seres apresentam uma beleza singular na maneira como articulam equilíbrio e harmonia. Dom Francisco citou ainda Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski, quando ele afirma que “sem a beleza os homens de desesperariam de si mesmo” e ainda segundo filósofo “não podemos viver sem pão, mas também é impossível existir sem a beleza”.

O mestre em artes visuais, Rafael Azevedo Fontenelle apresentou a segunda conferência com o tema “Patrimônio cultural fluminense: avanços, retrocessos e perspectivas”. Durante sua apresentação, falou sobre alguns aspectos históricos dentro do processo de preservação do patrimônio cultural, entre elas a catalisação dos bens para o registro e controle, com objetivo único da preservação, evitando assim a perda dos bens culturais. O inventário dos bens culturais, segundo Rafael é fundamental para preservação dos bens culturais e segundo ele, isto está previsto em lei.

O primeiro dia do Simpósio foi concluído com apresentação de Dom Gregório Paixão, sobre o “Patrimônio material e imaterial brasileiro do Acordo Brasil-Santa Sé”. O Bispo fez uma apresentação do tratado, dando destaque para os artigos que falam sobre a utilização, guarda e manutenção dos bens culturais. Ele frisou que, pelo tratado, tanto a Igreja quanto o Governo Brasileiro, reconhecem que o patrimônio cultural material e imaterial pertence à Igreja, que é guarda destes bens, pois pertence também ao patrimônio cultural brasileiro.

O segundo dia do Simpósio começou com a missa, presidida por Dom Gregório Paixão e em seguida aconteceu a primeira conferência, que teve como tema “Dificuldade de preservação do patrimônio artístico católico: análise de uma realidade”, apresentada pelo museólogo, Frei Roger Brunorio. Ele ressaltou a necessidade do cuidado com o patrimônio cultural, frisando a todo momento que para os cristãos, além do aspecto de obra de arte, tem ainda toda a mística, que sem ela, perdem todo valor para a Igreja.

A chefe do escritório técnico da Região Serrana do IPHAN, Fernanda Zucolotto fez uma apresentação da legislação e do trabalho realizado pelo órgão, assim como destacou os inúmeros bens tombados na região e no Estado. Ela destacou ainda os vários projetos apresentados e as formas para que os mesmos sejam aprovados pelo IPHAN.

Na quarta conferência do segundo dia, foi apresentado o tema “Aquisição de recursos junto às entidades de fomento cultural” pelo gerente do Departamento de Cultura do BNDES, Marcelo Gondstein. Na sua apresentação ele deixou claro que recurso existe, mais o que é necessário são projetos bem elaborados e quem estejam ligados a comunidade e que sejam, após os investimentos sustentáveis para manutenção dos restauro realizado.

A última conferência foi apresentada por Kátia Rossi, gerente de projetos, que falou sobre “Elaboração e apresentação de projetos culturais às leis de incentivo à cultura”. De forma didática, Kátia mostrou como acontece a elaboração de um projeto e suas principais características para atender as exigências daqueles que vão financiar o projeto.

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura ‘Ascom Diocese de Petrópolis’.
Texto e Fotos são de propriedade da Diocese de Petrópolis e dos autores em artigos assinados (Lei de Direitos Autorais). 

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