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São Francisco de Assis e a Origem do Presépio – Pe. Anderson Alves

Um dos símbolos mais típicos do Natal é o presépio, presente em nossas casas, praças, igrejas e muitos locais públicos. O presépio recorda o Nascimento de Jesus em Belém e tem como sua fonte primeira os Evangelhos. São Lucas disse que, tendo-se completado os dias de Maria dar à luz, “teve o seu filho primogênito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria” (Lc. 2, 7). Jesus é colocado numa manjedoura, que, em latim, se diz praesepium, que é a origem da nossa palavra “presépio”. A palavra “Belém”, por sua vez, significa “casa do pão”. Santo Agostinho leu isso de modo simbólico e disse: “Deitado numa manjedoura, [Jesus] torna-Se nosso alimento”.

Historicamente, o inventor do presépio foi São Francisco de Assis. Em 2019, o Papa Francisco escreveu a carta apostólica Admirabile Signum, sobre o significado e o valor do presépio. Ele recordava a origem do presépio, como nos apresenta “As fontes franciscanas”, mais precisamente a obra de Tomás de Celano, “Vita prima”. Aquele texto diz que a origem do presépio está em Gréccio, na Valada de Rieti. Naquele local São Francisco de Assis parou, provavelmente quando voltava de Roma, onde recebera a aprovação da sua Regra, em 29 de novembro de 1223. No ano anterior, o santo esteve na Terra Santa e visitou Belém. As grutas de Gréccio devem ter lhe lembrado a paisagem de Belém. “As Fontes Franciscanas” falam do que aconteceu em Gréccio naquela noite de Natal. O Papa as cita e escreve assim:

“Quinze dias antes do Natal, Francisco chamou João, um homem daquela terra, para lhe pedir que o ajudasse a concretizar um desejo: ‘Quero representar o Menino nascido em Belém, para de algum modo ver com os olhos do corpo os incómodos que Ele padeceu pela falta das coisas necessárias a um recém-nascido, tendo sido reclinado na palha duma manjedoura, entre o boi e o burro’. Mal acabara de o ouvir, o fiel amigo foi preparar, no lugar designado, tudo o que era necessário segundo o desejo do Santo. No dia 25 de dezembro, chegaram a Gréccio muitos frades, vindos de vários lados, e também homens e mulheres das casas da região, trazendo flores e tochas para iluminar aquela noite santa. Francisco, ao chegar, encontrou a manjedoura com palha, o boi e o burro. À vista da representação do Natal, as pessoas lá reunidas manifestaram uma alegria indescritível, como nunca tinham sentido antes. Depois o sacerdote celebrou solenemente a Eucaristia sobre a manjedoura, mostrando também deste modo a ligação que existe entre a Encarnação do Filho de Deus e a Eucaristia. Em Gréccio, naquela ocasião, não havia figuras; o Presépio foi formado e vivido pelos que estavam presentes” (Francisco, ADMIRABILE SIGNUM. Tomás de Celano, Vita Prima, 85).

Tomás de Celano lembra que naquela noite um dos presentes viu que jazia na manjedoura o próprio Menino Jesus. E daquele presépio do Natal de 1223, “todos voltaram para suas casas cheios de inefável alegria”.

Segundo o Papa, “com a simplicidade daquele sinal, São Francisco realizou uma grande obra de evangelização. O seu ensinamento penetrou no coração dos cristãos, permanecendo até aos nossos dias como uma forma genuína de repropor, com simplicidade, a beleza da nossa fé”. De fato, “o presépio é como um Evangelho vivo que transvaza das páginas da Sagrada Escritura”. E o presépio é motivo de alegria e de esperança para nós, especialmente na agitação e incertezas dos nossos dias. Ele nos dá a certeza de que Deus não nos abandona. Ele se fez homem por nós, para ser nosso alimento, nossa vida, nosso sustento. Ele se abaixou para que o homem se levantasse e reencontrasse o autêntico sentido da sua vida.

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