Desde o início, em quase todas as culturas, a árvore é símbolo da vida. Aparece no livro do Gênesis, como árvore do conhecimento do bem e do mal (Gen. 2, 17) e árvore da vida (Gen. 2, 9). A cruz de Cristo é reconhecida como a “árvore da vida”, pelos cristãos, pois redime os homens que pecaram ao comer do fruto da árvore proibida. O próprio Jesus é chamado no livro do Apocalipse de “o vivente”, (1,18) e de “Árvore da vida” (2, 7). Ele recupera a comunhão do homem com Deus, perdida por ter comido o fruto da árvore proibida (Gen. 3, 6).
A árvore de Natal está historicamente ligada à figura de São Bonifácio, monge nascido em 680 na Inglaterra com o nome de Winfrido. Ele foi um monge beneditino, enviado pelo Papa Gregório II para evangelizar os povos germânicos do norte da Europa. Bonifácio era um homem muito capaz, cheio de coragem, de aptidão para a organização e por isso foi apelidado pelo papa de “Bonifacius”, ou seja, o que faz bem todas as coisas.
Conta certa tradição que na noite de Natal de 724 São Bonifácio encontrou pagãos reunidos diante do “Carvalho Sagrado do Trovão de Geismar” para adorar o deus Thor. Eles iriam sacrificar uma criança e o santo teria então gritado: “este é o vosso Carvalho do Trovão e esta é a cruz de Cristo que quebrará o martelo do falso deus Thor”. O Santo tomou então um machado e começou a golpear a árvore. Os pagãos pensavam que Thor iria defendê-la, mas ocorreu que um vento forte surgiu de repente e a árvore caiu sem grande esforço. Com aquela madeira o santo construiu uma capela de São Pedro, onde viria ser a sede da diocese.
Atrás do poderoso carvalho havia um jovem abeto verde. São Bonifácio o viu e dirigiu-se aos pagãos dizendo: “Esta pequena árvore, uma jovem filha da floresta, será esta noite a vossa árvore sagrada. É a madeira da paz, pois suas casas são construídas de abeto. É o sinal de uma vida sem fim, porque as suas folhas estão sempre verdes. Observai como ela aponta diretamente para o céu. Que isso seja chamado de árvore do menino Jesus; reuni-vos em torno dela, não na floresta, mas nas vossas casas; ali não se realizarão mais ritos de sangue, mas sim dádivas de amor e ritos de bondade”.
Bonifácio conseguiu converter os pagãos e o chefe da aldeia colocou um abeto em sua casa, alocando velas nos seus galhos, o que passou a ser imitado, especialmente na Alemanha. A árvore de Natal se difundiu no mundo a partir do século XVII. Em 1982, o Papa João Paulo II recebeu uma árvore de um doador da Polônia e a colocou na Praça São Pedro. A partir de então uma grande árvore de Natal é colocada naquele local, ao lado do presépio. Cada ano a árvore é doada por um país ou grupo de fiéis de regiões diferentes da Europa.
No dia 12/12/2008, o Papa Bento XVI abençoou a árvore de Natal doada por peregrinos da Áustria e colocada na Praça de São Pedro. Naquela ocasião disse: “A árvore de Natal, a sua figura que se estende para cima, o verde e as luzes nos ramos são símbolos da vida. Eles também nos mostram o segredo da Noite Santa. Cristo, o filho de Deus, traz nova esperança e novo esplendor ao mundo escuro, sombrio e não redimido em que nasceu. Se o homem se deixar tocar e iluminar pelo esplendor da verdade viva que é Cristo, conhecerá a paz interior do coração, para se tornar portador da paz numa sociedade que anseia profundamente pela reconciliação e pela redenção”.
A árvore sempre verde, iluminada e apontada como uma seta para o céu é, pois, sinal de reconciliação e de vida. Por isso, é um dos mais belos e amados símbolos do Natal, difundidos em todo o mundo.