Durante a Visita Pastoral ao Decanato São José de Anchieta, o bispo diocesano, Dom Joel Portella Amado, visitou dois importantes espaços de preservação ambiental: o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), na sede de Guapimirim, e o Parque Natural Municipal Barão de Mauá, em Magé. Em ambas as visitas, Dom Joel destacou a importância da preservação da criação como responsabilidade cristã e essencial para a sobrevivência humana.
No Parnaso, Dom Joel esteve acompanhado do administrador paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Ajuda, em Guapimirim, Padre Luan de Souza Gonçalves; do decano, Padre Leonardo Tassinari; do diácono Frederico Fernandes; e do Padre José Luiz Montezano. Durante a visita, o bispo conheceu o Museu Von Martius, instalado na antiga sede da Fazenda Barreira do Soberbo.
O museu homenageia o botânico e naturalista alemão Friedrich Philipp Von Martius, lembrado no Dia Nacional da Botânica, comemorado em 17 de abril, data de seu nascimento. Von Martius foi responsável por registrar mais de 12 mil espécies da fauna e flora brasileiras e integrou a missão científica enviada ao Brasil pelos governos da Baviera e da Áustria, em 1817. Segundo registros históricos, ele percorreu diversas regiões do país a cavalo durante três anos, hospedando-se, ao final, na Fazenda do Soberbo — local onde hoje é possível conhecer parte de seus escritos e a casa onde viveu em Guapimirim.
Durante a visita, Dom Joel também percorreu uma trilha na mata e conheceu a Capela de Nossa Senhora da Conceição, patrimônio religioso e cultural da região, símbolo da presença de Deus na história local e do cuidado com a criação.
No Parque Natural Municipal Barão de Mauá, em Magé, o bispo foi recebido pelo gestor do parque, Ademantos Carlos da Silva, que apresentou a história do local e o processo de recuperação do manguezal. Dom Joel descreveu a restauração ambiental como “mais um milagre da bondade de Deus”, fruto do esforço humano em sintonia com a graça divina. Em sinal de esperança e compromisso com a criação, o bispo plantou uma muda de uma das espécies nativas da reserva.
A fala de Dom Joel remete a um episódio marcante: há 25 anos, a região do manguezal foi cenário de um dos maiores desastres ambientais da área, causado por um derramamento de óleo. No entanto, após anos de trabalho conjunto entre pescadores, ambientalistas e moradores, o que antes era destruição transformou-se em sinal de renascimento e vida nova.
Graças ao processo de recuperação, já foram registradas mais de 150 espécies de aves, além do retorno de diversos tipos de caranguejos ao ecossistema. O parque hoje conta com passarela, mirante, alojamentos, lanchonete e um deck com vista para o mar, tornando-se um espaço de contemplação, educação ambiental e espiritualidade.
A visita de Dom Joel reforça o compromisso da Igreja com o cuidado da Casa Comum, como exortou o Papa Francisco na encíclica Laudato Si’. Preservar a criação é também um ato de fé, de gratidão e de responsabilidade com as futuras gerações.
