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Judas combina como entregar Jesus – Mons. Paulo Daher

Reflexão do Monsenhor Paulo Daher para Semana Santa

Isaías 50,4-9a  apresenta como será o Salvador que há de vir: seus ouvidos hão de ouvir a todos… terá sofrimentos físicos e morais indescritíveis, mas o Senhor estará sempre presente com ele em todos os momentos.

Em nossa vida podemos sonhar coisas boas e até realizá-las, mas temos de preparar nosso espírito para o que nos possa contrariar ou fazer sofrer.

As qualidades aqui apresentadas como formas próprias do servo de Deus, o futuro Messias, caracterizam-no como intercessor misericordioso perante o Pai. A situação de quem é pecador é apresentada como preocupação, mas mostra sempre a vontade de Deus de estar a seu lado para que volte ao caminho do bem: exortando-o por tantos meios e fortalecendo sua vontade debilitada.

E a previsão dos sofrimentos do servo de Deus como participação para o retorno dos que cometem fraquezas, se apresenta como um argumento sobre a sinceridade de Deus que quer acolher com alegria o filho que se afastou e quer voltar para a casa do Pai.

A característica de quem é mensageiro do Senhor é ser um discípulo.

Discípulo é o que se prepara junto ao Senhor, ouvindo, aprendendo para levar a todos a mensagem de amor que Deus tem a todos.

Gosto muito de duas imagens da vida que nos ajudam por seu significado tão humano e dinâmico: a música e a arte da pintura e escultura.

Com elas temos facilidade de sentir e poder expressar sentimentos que estão lá dentro, em nosso íntimo. E ao mesmo tempo que vem lá de dentro da pessoa que usa essas artes, elas mesma repercutem no íntimo de cada pessoa que ouve e vê, como mensagem viva que atinge nossos sentimentos.

O oriental usa muito a música e a escultura como manifestação de seus compromissos, de sua fé.     Encontramos em vários momentos na História do povo de Deus a manifestação da alegria de Deus com seus anjos em ocasiões que marcaram fatos importantes. E monumentos chamados de estelas, como símbolo religioso também.

Em Mateus 26, 14-25, Judas Iscariotes combina com os sacerdotes como iria vender Jesus a eles por trinta moedas de prata. João em seu evangelho cada vez que fala no Iscariotes lembra sua traição. Tudo também teve início como o próprio João às vezes escreve, cuidava do dinheiro para os pobres, mas não agia com honestidade.

Ninguém é perfeito. Nem nós podemos querer ser juízes de ninguém.

Mas a experiência de vida nos mostra que temos muitas qualidades, muitos dons de Deus, mas como diz S. Paulo estão dentro de vasos do barro que somos. Temos de lutar, nos esforçar cada dia, para conseguir o que precisamos. E ainda somos atraídos por outras motivações do que nos agradam e nem nos ajudam a ser melhores.

Jesus pede para irem à cidade e preparar o local para celebrar a Páscoa. Depois todos se reúnem lá e começam a ceia. Jesus se abre dizendo que alguém dentre eles o trairá. Todos perguntam quem será. Pedro pede a João que procure saber quem será. E Jesus aponta o traidor.

Penso com tristeza que a última Páscoa de Jesus não tenha começado tranquila… Mas afinal Jesus teve um gesto que é o símbolo do verdadeiro amor que dava como herança a seus seguidores: o serviço aos outros, lava os pés de seus discípulos. E ainda coloca com sinal forte e significativo de todos os seus seguidores: como eu fiz, vocês devem fazer: lavar os pés uns dos outros. Estar à disposição de todos os que precisam de nosso amor.

Recebera todas as graças que os outros tinham recebido como apóstolos. Jesus lhe queria bem sinceramente.  Cristo sofria por este pecado dele.

Olhando para ele, vemos o retrato de nossa vida. Somos chamados por Cristo. Recebemos muitas provas de que ele sempre nos ama. E quer o nosso bem. No entanto em nossos pensamentos e sentimentos surge às vezes a dúvida: Será que o que eu escolho não é o melhor para mim?   E não ouvimos a voz do Senhor…  Cada apóstolo perguntou naquele momento a Cristo: Por acaso, serei eu Senhor ?

 

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura ‘Ascom Diocese de Petrópolis’.
Texto e Fotos são de propriedade da Diocese de Petrópolis e dos autores em artigos assinados (Lei de Direitos Autorais). 

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