Estão abertas até o fim de junho as inscrições para a segunda turma do curso de especialização Latu Sensu em Governança Eclesial da Faculdade Católica de Santa Catarina (Facasc), de Florianópolis. As aulas, com início em julho, irão capacitar consagrados e leigos para garantir boas práticas de governança corporativa nas organizações religiosas, embasadas na “responsabilidade, transparência e participação”, disse dom Odelir José Magri, bispo de Chapecó.
Andressa Collet – Vatican News
Ainda dá tempo de se inscrever no curso de especialização Latu Sensu em Governança Eclesial da Faculdade Católica de Santa Catarina (Facasc), com sede em Florianópolis, uma instituição de ensino superior credenciada pelo Ministério da Educação (MEC). As vagas, que são limitadas, podem ser garantidas até dia 28 de junho pelo site oficial: facasc.edu.br.
Responsabilidade, transparência e participação
A governança eclesial compreende o sistema de regras, relacionamentos e práticas pelas quais a autoridade e o controle são exercidos dentro das organizações. Em outras palavras, é um sistema pelo qual as organizações são dirigidas e controladas. Dom Odelir José Magri, bispo de Chapecó, do extremo-oeste de Santa Catarina que faz fronteira com a Argentina, comenta sobre a importância de capacitar pessoas nesse âmbito também para a gestão da vida da Igreja. Assim, na perspectiva de uma Igreja Sinodal, como pede o Papa Francisco, o desafio dos católicos é desenvolver formas e práticas de governança que possam ser mais responsáveis, transparentes e participativas, respondendo com coerência a este novo momento da Igreja e da sociedade:
“As três grandes palavras que resumem um pouquinho o sentido desse curso de governança é: responsabilidade, transparência e participação. Claro, num melhor modo de gestão da vida da Igreja, mas compreendendo sobretudo nessa dimensão de transparência e corresponsabilidade na gestão.”
O Padre Rafael Uliano, professor na Facasc, ao explorar o tema, destaca a diferença entre governança e gestão eclesial: “enquanto a gestão envolve o processo geral de tomada de decisões dentro da instituição, a governança é o conjunto de regras e práticas que garantem que a instituição está cumprindo seus deveres”. E é um argumento que toca não somente as grandes organizações, mas as congregações e inclusive as pequenas comunidades do interior; ambas podem correr ricos de desvios que lhes causem desequilíbrio institucional, comentou Pe. Uliano, ao acrescentar: “ao aderir às boas práticas de governança corporativa, as organizações religiosas podem assegurar aos fiéis que os recursos doados estejam sendo aplicados de maneira correta e eficiente, coibir práticas de corrupção, tornando a imagem institucional forte e confiável”. E o bispo de Chapecó acrescenta:
“A gente tem essa mentalidade que a questão administrativa, o aspecto econômico da vida e da Igreja, às vezes foi deixada em segundo plano. Nós sabemos que, nesses últimos tempos, também aumentam as exigências da parte do governo, mas não só: é aquela questão de correspossibilidade e transparência na gestão porque nós trabalhamos com o dinheiro que vem dos nossos cristãos, seja quando a gente olha para o dízimo ou para as ofertas que vem dos cristãos. Temos essa responsabilidade! E, também, para levar mais em conta ainda aquilo que é um cuidado do patrimônio e dos recursos econômicos da Igreja: como investir bem isso, o lucro, aquilo que se ganha, aquilo que se cuida no investimento, depois você investe na vida da evangelização da Igreja. Então, tem aquele retorno direto na dimensão da evangelização.”
O programa do curso de pós-graduação
O curso de pós-graduação de 360 horas de carga horária e duração de 1 ano e meio em forma presencial será coordenado pelo mestre Joveci José de Oliveira Filho. As aulas começam em 15 de julho deste ano e serão direcionadas a: egressos de instituições credenciadas e ou/com diploma convalidado junto ao MEC; a pessoas vinculadas por formação, prática ou interesse nas áreas administrativas eclesiásticas; a bispos, presbíteros, diáconos, religiosos, religiosas, ecônomos, leigos e leigas; a pessoas interessadas em se aprofundar no conhecimento, na pesquisa e na prática da administração eclesiástica. E também aos seminaristas, acrescenta dom Odelir: “olhando para os futuros padres que normalmente fazem a preparação teológica pastoral, mas com pouca atenção a esse aspecto administrativo. Então, o curso é aberto também para os nossos seminaristas.”
O curso vai abordar uma diversidade de temas, incluindo aspectos históricos, bíblicos, imobiliários, tecnológicos, contábeis e jurídicos civis-canônicos da governança. Também inclui tópicos sobre conselhos, comitês, captação de recursos, auditoria, governança estratégica no Terceiro Setor, sustentabilidade social e ambiental, e gestão de crises.
Fonte: Vatican News