Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição de Raiz da Serra celebra 60 anos de criação

Bispo reflete sobre a verdadeira razão da fé e a importância da comunidade no caminho de crescimento.

Na festa da Visitação de Nossa Senhora, a Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Raiz da Serra, em Magé, celebrou 60 anos de criação como paróquia, preparando-se para as comemorações de 120 anos de sua fundação. O Administrador Paroquial, Padre Marcelo de Castro Alvarenga, agradeceu à comunidade por todo o trabalho para a festa, afirmando que todos formam uma grande família paroquial. Ele também agradeceu a presença do bispo diocesano, Dom Joel Portella Amado.

Rogerio Tosta / Ascom Diocese de Petrópolis

Ao final da missa, as crianças da catequese da Igreja Matriz realizaram uma homenagem a Nossa Senhora, com a coroação da imagem de Nossa Senhora Imaculada. A professora Maria Beatriz apresentou um histórico sobre a Igreja Nossa Senhora Imaculada, que “remonta ao século XIX. Portanto, há bem mais de 200 anos, já ressoava em Raiz da Serra o nome bendito de Maria, sob o título da Imaculada Conceição.”

Conforme os dados apresentados pela professora, a Capela de Nossa Senhora ficava dentro da Fábrica de Pólvoras e, no final do século XIX, a sede da Freguesia de Nossa Senhora da Piedade de Inhomirim foi transferida para a Capela da Nossa Senhora Imaculada. A nova capela, ainda pequena, foi inaugurada em 1906, no terreno onde se encontra hoje, doado pelo Ministério da Guerra. Mas somente em 31 de maio de 1965 foi elevada a Paróquia pelo primeiro bispo da Diocese de Petrópolis, Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra.

A missa, presidida pelo bispo diocesano, além de ser concelebrada pelo Administrador Paroquial, contou com a presença do Vigário Geral da Diocese, Padre Paulo Cesar, e do Padre Antônio Teixeira Pinto, que já foi pároco em Raiz da Serra. O diácono Frederico Fernandes de Oliveira Ferreira, que será apresentado no domingo, dia 1º de junho, à comunidade de Raiz, foi um dos diáconos que ajudou na celebração.

Durante homilia, Dom Joel destacou que a verdadeira razão para participar da missa é estar junto com o Senhor. O bispo criticou a visão de que a participação na celebração deve ser motivada apenas por pedidos ou intenções. “Certa vez, ouvi uma pessoa dizer: ‘Eu só vou à missa quando tenho uma intenção, quando tenho algo para pedir; só assim eu vou’. Isso está certo? Não”, questionou Dom Joel. Ele comparou essa atitude a relacionar-se com pessoas apenas por interesse, afirmando que isso “não se aplica à vida de fé”.

Segundo Dom Joel, a razão fundamental para a reunião diante do altar é a presença viva de Jesus Cristo. Ele mencionou a resposta litúrgica brasileira “Ele está conosco” como uma proclamação central dessa fé. “Temos a graça e a alegria de poder, em nossa celebração, proclamar várias vezes aquilo que é a base de toda a nossa fé: o Senhor Jesus Cristo está vivo e presente no meio de nós”, enfatizou.

Essa presença divina, explicou o bispo, “mexe profundamente com cada um de nós individualmente, e também mexe com todos nós como comunidade”. Individualmente, ela “transforma a nossa vida e impacta a nossa existência”, combatendo a solidão.

Dom Joel conectou a maturidade cristã, simbolizada pelo sacramento da Crisma, à descoberta da presença do Senhor. “Quem é o cristão adulto? Não é aquele definido pela idade física, mas sim a pessoa que, em algum momento da vida, descobre profundamente a presença do Senhor em nosso meio”, disse. Ele definiu a paróquia como uma “comunidade adulta”, que se fortalece no reconhecimento dessa presença, transformando a vida das pessoas e do lugar.

Dom Joel apresentou a Virgem Maria, especialmente no mistério da Visitação, como modelo de comunidade madura. “Assim como Maria, carregando Jesus em seu ventre, foi apressadamente ao encontro de sua prima Isabel, uma comunidade madura não se fecha em si mesma”, explicou. Ele contrapôs o egoísmo (“quem olha apenas para si… tem as trevas como companheira”) à força interior de quem tem Jesus e “precisa compartilhar esse amor, precisa anunciar Jesus”. Ao chegar à casa de Isabel, Maria provocou admiração: “Como pode a mãe do meu Senhor vir me visitar?”, lembrou o bispo, citando a passagem bíblica (Lc 1,43).

Maria, em resposta, expressou sua gratidão no Magnificat, dizendo: “O Senhor fez em mim maravilhas” (Lc 1,49). Dom Joel concluiu sua homilia convidando os fiéis a refletir sobre essa frase em suas próprias vidas e na vida da comunidade. “Não importa há quanto tempo você está nesta paróquia… O que importa é que todos nós, a exemplo de Maria, somos chamados a ser cristãos adultos, a construir uma comunidade adulta, e a proclamar com ela: ‘O Senhor fez em mim maravilhas!'”, finalizou.

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