Na celebração do 111º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado (Leia na íntegra a Mensagem do Sumo Pontífice), o Papa Leão XIV destacou a importância da esperança na interseção entre migração e missão. Este evento, alinhado ao Jubileu dos Migrantes e do Mundo Missionário, oferece uma oportunidade singular para contemplar as complexas relações entre essas esferas.
Desafios Globais e Esperança Divina
O Santo Padre reconheceu que, atualmente, a humanidade enfrenta guerras, violência e injustiças, agravadas por eventos climáticos extremos que forçam milhões a buscarem refúgio longe de seus lares. Ele advertiu que um foco excessivo nos interesses locais põe em risco a solidariedade global e a partilha de responsabilidades, num momento em que o desenvolvimento de armamentos e a crise climática são ameaças crescentes.
“O desejo de um futuro de dignidade e paz deve florescer em nossos corações,” afirmou o Papa, referindo-se à visão dos profetas sobre um tempo vindouro de prosperidade e harmonia. Este futuro, já iniciado por Jesus Cristo, é parte integral do plano divino para a humanidade.
O Papel da Esperança na Migração
Segundo o Catecismo da Igreja Católica, a esperança se conecta ao desejo de felicidade implantado por Deus no coração humano. O Papa destacou a busca por essa felicidade como fator motivador para muitas jornadas contemporâneas de migração. Refugiados e migrantes, com sua fé resiliente, são testemunhas dessa esperança, transformando suas provações diárias em atos de coragem.
“Esses viajantes são mensageiros de esperança, suas ações ecoam a experiência do povo de Israel no deserto,” ressaltou, evocando a proteção divina na luta pela sobrevivência.
Igreja Peregrina e Missão de Esperança
O Papa Leão XIV reflete sobre a natureza peregrina da Igreja, sustentada por uma esperança transcendente que a mantém rumo à pátria celestial. Ele fez um apelo para que a Igreja evite “sedentarização”, continuando firme em sua missão peregrina.
Ele ainda enfatizou que migrantes católicos podem agir como missionários nos países que os acolhem, contribuindo para a revitalização espiritual das comunidades. “Sua presença deve ser reconhecida como uma bênção divina que traz nova energia e esperança,” declarou, citando Hebreus 13:2 para exaltar a virtude da hospitalidade.
Chamado à Colaboração e Acolhimento
Papa Leão XIV destacou a importância de preparar adequadamente os migrantes para essa missão, enfatizando a necessidade de colaboração entre as igrejas. As comunidades de acolhimento, por sua vez, podem testemunhar a esperança de reconhecer todos como irmãos e irmãs.
Ao concluir sua mensagem, o Santo Padre confiou os migrantes à proteção da Virgem Maria, rogando para que ela mantenha viva a esperança em seus corações, à medida que trabalham para construir um mundo que reflita o Reino de Deus, a verdadeira pátria aguardada ao término da jornada humana.
Papa Leão XIV reforça assim que a esperança, mesclada com a missão e a fé inabalável dos migrantes, pode transformar nosso mundo e aproximá-lo do plano divino desejado pela humanidade.