
Na manhã da Quinta-feira Santa, com o clero diocesano e religioso, reunido na Catedral São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, Dom Joel Portella Amado, bispo diocesano, presidiu a Missa dos Santos Óleos, ressaltando a importância da celebração, como manifestação do amor de Deus. Ao final da missa, o bispo diocesano fez um pedido aos fiéis, para que, ao longo do dia e à noite deêm um abraço no padre pelo dia de instituição do sacerdócio por Jesus, no momento da última ceia.
Além da benção dos óleos usados nos sacramentos do Batismo, Crisma, Unção dos Enfermos e a renovação das promessas sacerdotais. O bispo diocesano promoveu um momento de acolhimento, afirmando que a Diocese ganhava um grande presente, ao anunciar a incardinação dos padres Héctor Eugênio Velarde Arrieta e Alexandre Sobral Arosa e do diácono Ronald Cankin Ma Lam, que antes pertenciam a uma instituição e agora passam afazer parte do clero diocesano.

Além do clero diocesano e religiosos, a missa contou com a presença de Dom José Maria Pereira, Bispo Auxiliar da Arquidiocese São Sebastião do Rio de Janeiro, que até a sua nomeação para bispo, pertencia ao clero de Petrópolis e era o Vigário Geral, hoje cargo exercido pelo Padre Paulo Cesar, Pároco de Nossa Senhora Aparecida em Piabetá. Dom Joel acolheu a todos, saudando os fiéis presentes e religiosos e religiosas.
Em sua homilia, Dom Joel destacou a importância de vivenciar a Semana Santa como um período de retiro espiritual. “Aprendi muito cedo na minha vida a ver a Semana Santa como um grande retiro, um tempo de profunda oração, reflexão e meditação”, declarou.
Para Dom Joel, a liturgia da Semana Santa oferece uma oportunidade singular para fortalecer a fé e tornar-se mais semelhante a Cristo. “Se não corrermos muito e conseguirmos ajustar nossas vidas para participar de cada celebração, veremos o presente que a Igreja nos dá”, afirmou ele.
O bispo ressaltou também a importância do amor de Deus como fonte de esperança em tempos difíceis. “A percepção do amor do Senhor por nós deve ser uma fonte de esperança. Se a vida é complicada, essa percepção é o que nos fortalece”, disse Dom Joel.
Ele falou sobre alguns sinais importantes do amor de Deus: a consagração dos óleos e a renovação do sacerdócio. Sobre os óleos, Dom Joel explicou: “Os óleos são abençoados e distribuídos por todas as igrejas da diocese para que, pelo batismo e pela unção, possamos sentir a presença e proteção do Senhor”.
O Sacerdócio como sinal do amor de Deus

Como neste dia, na celebração dos Santos Óleos os sacerdotes renovam as promessas sacerdotais, lembrando também a instituição do sacerdote por Jesus com a última ceia. Dom Joel destacou a importância do sacerdócio como um dos grandes sinais do amor de Deus. Ele enfatizou que o Senhor escolheu seres humanos, em um mistério que transcende a compreensão, para conduzir Sua Igreja e administrar os sacramentos. “O Senhor deixou para que sua Igreja fosse conduzida e na condução, os sacramentos acontecessem pelas mãos de seres humanos, escolhidos num mistério que não compreendemos, que é a graça de Deus”, afirmou Dom Joel.
Dom Joel continuou sua reflexão, ressaltando que Deus não escolheu materiais inanimados para a sua missão, mas sim “carne e osso, deixou sonhos, esperanças e uma resposta apaixonada que diz, como certa música canta: ‘Senhor, se tu me chamas, eu respondo desde aqui’”.
Dirigindo suas palavras aos padres, Dom Joel os convidou a recordar sua vocação e o chamado que receberam de Deus. “Hoje de manhã, ao rezar, eu ia numa direção e vinha uma lembrança na minha mente; eu segurava, ia naquela direção, e depois deixei que a lembrança acontecesse, e o Senhor me fez lembrar hoje como foi que Ele me chamou”, compartilhou Dom Joel, refletindo sobre sua própria jornada espiritual.
O bispo também destacou a alegria que vem ao responder ao chamado divino, mesmo diante da própria indignidade. “Quando nós respondemos a Ele, dizemos: ‘Senhor, eu não sou digno, mas eu sou feliz’. E o grande segredo que se pode ouvir de qualquer sacerdote está no fundo daquela famosa frase: ‘Começaria tudo outra vez, se o Senhor me chamasse’”, afirmou.
Dom Joel enfatizou que a convocação divina é uma realidade constante em nossas vidas. “E se pararmos para pensar, não é ‘se o Senhor me chamasse’, porque na verdade o Senhor nos chama”, disse, citando a primeira leitura do dia. Ele lembrou que “cada dia o Senhor abre meus ouvidos de discípulo”, reforçando a ideia de que todos são chamados a agir em nome de Deus.
Na sequência, o bispo fez referência ao profeta Isaías e ao evangelho, onde Jesus se apresenta como aquele que traz libertação e esperança. “O que o Senhor pede para nós, seja você padre, seja você bispo, é ser um anunciador da esperança. Por onde você passar, deixe o suave odor da esperança que se alimenta do amor de Cristo”, orientou.
Dom Joel também fez uma observação sobre a leitura de Jesus na sinagoga, notando que Ele omitiu uma parte do texto de Isaías que falava sobre vingança. “Jesus lê quase tudo, só tira uma frase. Ele fecha o rolo e não lê a tal frase ‘proclamar um ano de vingança da parte do Senhor’. Não, Jesus fica com a parte do profeta Isaías, que é esperança, que é paz, que é carinho, que é amor, que é conciliação”, explicou.
Por fim, Dom Joel concluiu sua homilia com um apelo à esperança e à força que vem da fragilidade. “Nós somos frágeis, mas é nisso que se manifesta a nossa força”, disse, citando São Paulo. “Não desistamos do amor de Deus, não busquemos outro fundamento no nosso sacerdócio que não seja o amor de Deus; qualquer outra coisa vai ficar de lado”, finalizou, incentivando todos a acolherem o chamado divino com fé e determinação.
