Leão XIV: Um Papa Agostiniano que Renova a Esperança – Pe. Anderson Alves

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No dia 8 de maio de 2025, a eleição do cardeal Robert Francis Prevost como Papa Leão XIV marcou a história da Igreja Católica. A Praça São Pedro reuniu fiéis de todas as nações, celebrando a fé, a esperança e a fraternidade cristã. Eleito na terceira semana da Páscoa, após a Quaresma do Papa Francisco, sua internação no hospital Gemelli e, enfim, sua Páscoa, o momento evidenciou a Igreja como uma grande família, capaz de encontrar força na adversidade e renovar a confiança no amor de Deus.

Ao saudar os fiéis da varanda da Basílica de São Pedro, Leão XIV reafirmou sua identidade agostiniana, declarando: “Sou filho de Santo Agostinho” e citando o grande Doutor da Igreja: “Para vós sou bispo, convosco sou cristão”. Primeiro Papa agostiniano e segundo pontífice americano, ele assume a missão de conciliar o norte rico da América com o sul pobre, unindo em sua trajetória teologia, filosofia, pastoral e direito, pilares fundamentais da tradição católica.

A escolha do nome Leão XIV remete a Leão XIII, que preservou a Ordem de Santo Agostinho, impedindo sua supressão no século XIX. Fundada oficialmente em 1243 pelo Papa Inocêncio IV, a ordem se expandiu no Renascimento, levando missões às Américas, Ásia e África, chegando ao Peru em 1551, onde Leão XIV atuou por quase três décadas. No século XVIII, sob José II da Áustria, diversos mosteiros foram fechados, mas Leão XIII restaurou a ordem no século XIX, reforçando seu legado.

A espiritualidade agostiniana destaca-se pela devoção a Maria, pela dedicação aos estudos e pelo compromisso missionário e educacional. Entre seus membros notáveis, Gregor Mendel, pai da genética moderna, evidencia o impacto da ordem no pensamento científico. O equilíbrio entre tomismo e a tradição agostiniana fortalece a formação filosófica, teológica e pastoral da Igreja.

Leão XIV estudou na Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino (Angelicum), consolidada por Leão XIII, especialmente após a encíclica Aeterni Patris (1879), que impulsionou o estudo tomista, levando à criação das Faculdades de Filosofia e Direito Canônico. Em 1906, Pio X elevou o Angelicum ao status de Pontificium, e em 1923, Pio XI o reconheceu como a principal sede tomista no mundo. Sua sólida formação em Direito Canônico, aliada à espiritualidade agostiniana, faz de Leão XIV um líder que une doutrina e pastoral, reafirmando o princípio de Santo Agostinho de que fé e vida pastoral são inseparáveis, pois a moral cristã consiste em viver as verdades da fé.

O método teológico agostiniano se expressa na máxima “Credo ut intelligam; intelligo ut credam”, refletindo a inseparável relação entre fé e razão. Santo Agostinho ensina que “a fé busca, o entendimento encontra” e que a inteligência deve ser usada para buscar a Deus (De Trinitate XV, 2, 2). A eleição de Leão XIV reafirma essa visão essencial do cristianismo, ressaltando que a fé ilumina o entendimento e orienta a razão.

Diante dos desafios atuais, sua chegada ao papado representa um marco para a Igreja, que precisa de um líder capaz de conciliar profundidade teológica, clareza na evangelização e compromisso com a formação sacerdotal. Com Leão XIV, a tradição agostiniana e tomista volta ao centro do pensamento e da missão pastoral, reforçando a identidade cristã em um mundo marcado por crises.

A Praça São Pedro celebrou não apenas um novo Papa, mas um pastor comprometido com a fé, a razão e a evangelização. Seu pontificado promete harmonia entre tradição e renovação, conduzindo a Igreja com firmeza e esperança, reafirmando que Deus jamais abandona seu povo e que o mal não prevalecerá.

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