Na véspera da festa de São Lourenço, diácono e mártir, quando se celebra o Dia do Diácono, a Diocese de Petrópolis realiza o Jubileu dos Diáconos, no Santuário Jubilar Bom Jesus de Matosinhos, com a presença do bispo diocesano, Dom Joel Portella Amado. O Jubileu deve contar com a presença dos 70 diáconos, sendo que quatro são transitórios e devem ser ordenados sacerdotes em dezembro.
Rogerio Tosta /Ascom Diocese de Petrópolis
A retomada do diaconato permanente pelo Vaticano II trouxe uma nova força evangelizadora para a Igreja. Dom Joel afirma que essa decisão foi fundamental para enriquecer a Igreja e ampliar sua presença nas comunidades. “Durante séculos, o diaconato era apenas uma etapa para o sacerdócio. Com o Concílio e a concretização pelo Papa Paulo VI, a Igreja ganhou uma nova dimensão de serviço”, destaca. (leia entrevista com o bispo)

Na Diocese de Petrópolis, a Escola Diaconal Santo Estevão nasceu ainda durante o governo do quarto bispo diocesano, Dom Filippo Santoro, atual arcebispo emérito de Taranto, na Itália. A primeira turma de diácono permanente somente foi ordenada em 2013, pelo quinto bispo diocesano, Dom Gregório Paixão, OSB, atualmente arcebispo de Fortaleza, Ceará.
Desde que chegou à Diocese de Petrópolis, em março de 2024, Dom Joel tem destacado o grande serviço prestado pelos diáconos, que, segundo ele, se destacam por sua dedicação à ação evangelizadora. “O diácono, em virtude do sacramento da ordem, deve dedicar tempo e compromisso efetivo ao serviço indicado pela Igreja”, explica Dom Joel. Além das funções litúrgicas, eles têm uma missão ampla e vão além do âmbito religioso, sendo considerados homens da Palavra de Deus.
“A Igreja deve estar presente em realidades como a pobreza, a fome e a solidão”, enfatiza o bispo, destacando que o diaconato é uma responsabilidade que traz consigo um chamamento divino.
Os diáconos também exercem papéis cruciais nas pastorais sociais. Dom Joel ressalta a importância de suas ações caridosas e seu papel como motivadores de caridade na comunidade. “Na nossa diocese, os diáconos têm se destacado como animadores em várias pastorais sociais”, afirma o bispo.

O Diácono Vagner Corrêa de Lima reflete sobre sua experiência: “O maior desafio é atender às expectativas da comunidade, mas a alegria está em ver o Reino de Deus crescendo entre nós.” Sua esposa, Vanessa Lopes Ramos de Lima, complementa: “Desde o primeiro momento, percebi que o Senhor também chamava a mim através dele. A missão é nossa.”
“O chamado não é algo querido ou pretendido pela própria pessoa; é algo que Deus prepara, chama e capacita”, comenta o Diácono Francisco Carlos de Assis Borchio. Sua esposa, Sandra Felix dos Santos Borchio, acrescenta: “A formação de Francisco não foi apenas dele; minha vida e visão de fé foram transformadas.”
Diácono Fábio Luiz de Souza Baia destaca a importância da entrega, afirmando que “o diaconato não é apenas meu, mas da minha família. Precisamos viver a missão de evangelizar juntos.” Gisa, sua esposa, complementa afirmando que “a vocação do diaconato é um chamado para mim também. Apoiamos um ao outro na missão.”
Para o Diácono Binho “o apoio da família é o combustível para a missão pastoral”, observa, lembrando que sua vocação foi despertada pelo seu pároco, na época o Padre Willyam. Sua esposa, Gicélia de Cássia Francisco da Silva do Amaral, destaca: “A jornada de Binho é um chamado nosso. Meu envolvimento na comunidade se aprofundou após sua ordenação.”
Tanto os diáconos, quando suas esposas, testemunham que é preciso manter o equilíbrio entre o ministério diaconal, a família e o trabalho profissional. Destacando que, para isso, além da oração é preciso ter diálogo entre todos os membros da família, principalmente entre o casal. A trajetória dos diáconos permanentes é emblemática do serviço e compromisso na Igreja, ressaltando que essa vocação traz responsabilidades que exigem amor e dedicação.
A seguir leia a entrevista completa com o bispo diocesano e com os diáconos permanetes Vagner, Fábio, Francisco, Binho e suas esposas:
Diácono Vagner: O diaconato exige testemunho familiar, no trabalho e dedicação pastoral
Diácono Francisco: a orientação de um formador foi decisiva na sua caminhada
Diácono Fábio: a missão exige entrega, e tudo o que somos deve ser vivido para evangelizar
Diácono Binho: uma vocação surgida no convite e pela força da família