Festa de Bom Jesus de Matosinhos: testemunhos de fé e esperança

Celebrando 252 anos, mais de 30 mil pessoas participaram da festa de Bom Jesus de Matosinhos, no dia 31 de agosto, que contou com missa solene presidida pelo bispo diocesano, Dom Joel Portella Amado. O reitor do Santuário, padre Márcio Antônio Damasceno, manifestou seu agradecimento pela presença e apoio do bispo, assim como de todos os peregrinos do Bom Jesus e das equipes que trabalharam pela realização da festa.

Atraindo romeiros e devotos de várias regiões, muitos compartilharam suas experiências e sentimentos sobre a visita ao Santuário. Entre eles, João Miguel da Silva Cariús, natural de Itaipava, expressou sua gratidão ao participar do evento. “É muito bom estar aqui, agradando a Deus neste lugar maravilhoso”, afirmou, onde já esteve outras quatro vezes.

Seu primo, Luiz Gabriel Silva, visitante frequente desde a infância, destacou a importância do Santuário como um espaço de paz e espiritualidade. “Aqui, encontramos conforto e amor no coração. Ver as pessoas se divertindo e soltando pipas é maravilhoso. Isso movimenta a economia local e traz alegria à comunidade”, disse Luiz, que já visitou o Santuário mais de dez vezes.

Dona Marli de Jesus Araújo, de Volta Grande, Minas Gerais, em sua terceira visita ao Santuário, veio não apenas para agradecer, mas também para pedir bênçãos pela sua família e amigos. “Sinto-me enriquecida e leve por participar deste momento tão especial. Este lugar nos transmite calma e tranquilidade”, declarou com emoção. Agradecendo a Deus pelas graças recebidas, ela compartilhou uma experiência pessoal: “Minha filha teve sucesso em uma cirurgia de um mioma de 5,7 kg. Hoje, graças a Deus, ela está bem.”

A conexão espiritual e o sentimento de comunidade foram sentimentos recorrentes entre os visitantes. A atmosfera de fé e intercâmbio de experiências reforçou a importância do Santuário como um espaço sagrado. “Aqui, não apenas celebramos a vida, mas também a união entre irmãos e irmãs em Cristo”, comentou Dona Marli, que completa 79 anos no próximo dia 30 de setembro.

Em sua homilia, Dom Joel compartilhou reflexões sobre acolhimento e amor em comunidade, exibindo um tom de esperança. “No início da celebração, o padre Mario fez uma pergunta retórica: quem estava feliz? Com curiosidade, ele prosseguiu questionando quantas pessoas estavam ali pela primeira vez e quantas já frequentavam o Santuário há anos. Ele destacou que, independentemente do tempo de participação, todos são acolhidos na casa do Bom Jesus. É isso que realmente importa”, afirmou o bispo diocesano.

Dom Joel enfatizou que o acolhimento se estende a todos, seja para os que chegam pela primeira vez ou para aqueles que já estão há décadas visitando o Santuário. Ele salientou que “todos nós somos acolhidos pelo Bom Jesus, e ao sermos acolhidos, nos sentimos bem.”

Refletindo sobre as dificuldades da vida, o bispo lembrou: “Na vida, há sofrimento, contas a pagar, doenças, maldade… Qualquer um desses fardos é o que Jesus se refere quando diz: ‘Vinde a mim, vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.”

Dom Joel fez várias perguntas aos romeiros, instigando a reflexão sobre como todos podem voltar para casa após a missa. “Quem volta feliz para casa? Acredito que todos. Vocês vivenciaram um carinho especial aqui, onde até mesmo os pequenos momentos, como comer um pastel, são sinais do amor do Bom Jesus.”

Sobre a importância de viver em comunidade, Dom Joel lembrou que, independentemente do tempo de peregrinação de cada um, todos devem levar consigo o amor do Bom Jesus. “Não devemos sair daqui da mesma forma que chegamos; precisamos sair melhores. A Eucaristia, a palavra de Deus, é o alimento que nos sustenta.”

Dom Joel também abordou a segunda palavra que Jesus nos ensina: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração.” Ele afirmou que Jesus nos convida não apenas a vir, mas a aprender seu modo de vida. O bispo adverte que não podemos ser egoístas. “Quem aprende com o Bom Jesus deve estar disposto a pensar nos outros”, enfatizou.

História

Em meados do século XVIII, camponeses portugueses oriundos da Vila de Matosinhos se fixaram na vertente oriental da Serra do Sucupira, abrindo roças de subsistência com pequenas plantações e gado. Devotos do Bom Jesus, por volta de 1773, ergueram no local uma pequena ermida de pau-a-pique em louvor ao Bom Jesus Crucificado.

Com a frequência de fiéis, romarias e pagamentos de promessas, é elevada à curato por volta de 1776. Com a ajuda de Pedro da Costa Lima, o antigo templo serviu ao povoado até 1862, quando foi demolido.

No mesmo ano, por iniciativa do Sr. Martinho Álvares da Silva Campos, então proprietário da Fazenda do Matosinhos de Sardoal, foi construída uma capela de maior porte arquitetônico, que possuía altar-mor e dois altares laterais com imagens belíssimas, especialmente a do Bom Jesus Crucificado.

A atual igreja teve sua pedra fundamental lançada em 1953 e foi concluída em 1959 pelo pároco italiano Luiz Raymondo. A grande romaria acontece anualmente no último domingo de agosto, onde os fiéis dão graças e pagam promessas pelos milagres alcançados.

No local, existe uma “sala dos ex-votos” com testemunhos milagrosos desde o século XVIII, numa demonstração de devoção ao santo milagroso.

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