Na atualidade, a utilização das mídias e da inteligência artificial levanta uma série de preocupações relacionadas à qualidade de vida, saúde e educação. Além dessas questões, surgem dilemas morais que impulsionam pesquisadores a buscar uma “ética digital” adequada aos tempos modernos. Neste artigo, vamos explorar alguns dos princípios dessa ética, fundamentando-nos numa compreensão geral sobre o conceito de ética. Nos próximos artigos, abordaremos a origem da “ética” e procuraremos responder a uma questão sempre presente nesse campo de estudo: a ética é uma realidade única e válida para todos os povos, épocas e nações, ou é algo particular, relativo a cada cultura e contexto histórico?
A ética, ou filosofia moral, examina a vida moral do ser humano e suas ações livres. É uma disciplina filosófica que investiga a vida moral com base em princípios racionais e universais. Isso significa que existe uma vida moral, própria de cada indivíduo, com um conhecimento moral espontâneo, e uma disciplina filosófica que aborda a vida moral.
A ética é universal no sentido da experiência moral, que se refere à vida livre de todos os seres humanos, considerada em sua totalidade. Porém, é também uma disciplina filosófica estudada por poucos. O conhecimento e a vida moral são espontâneos e universais. Cada pessoa escolhe suas ações à luz de uma pergunta fundamental: que tipo de pessoa quero ser? Com base nisso, julga sua vida e o comportamento dos outros.
Além disso, a ética se desdobra em várias correntes e abordagens, cada uma com suas particularidades e ênfases. Por exemplo, a ética deontológica, defendida por Immanuel Kant, foca na moralidade das ações em si mesmas, independentemente das consequências. Já a ética utilitarista, promovida por Jeremy Bentham e John Stuart Mill, avalia a moralidade com base nas consequências das ações, buscando o maior bem para o maior número de pessoas.
Na era digital, essas questões éticas tradicionais ganham novas dimensões e complexidades. A inteligência artificial e as mídias digitais trazem à tona dilemas inéditos, como a privacidade dos dados, a automação do trabalho e a influência das redes sociais na formação da opinião pública. A busca por uma ética digital visa, portanto, a adaptar os princípios éticos tradicionais a esses novos desafios, garantindo que a tecnologia seja utilizada de maneira responsável e benéfica para a sociedade como um todo.
Em resumo, a ética digital não apenas reflete a universalidade da experiência moral humana, mas também adapta os princípios éticos às novas realidades tecnológicas. É uma área dinâmica e em constante evolução, essencial para guiar o desenvolvimento e a implementação da inteligência artificial de maneira justa e responsável.