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Educação no Brasil: PISA e o Uso das Tecnologias Digitais (Parte II) – Pe. Anderson Alves

O relatório PISA identificou problemas no aprendizado em grande parte dos que utilizaram celulares, computadores e tablets durante a pandemia, devido à distração durante o uso, a distração com colegas que estavam utilizando esses meios e devido ao tempo gasto a mais pelo professor antes de iniciar a aula ou para começar a entender o que o professor dizia. O único público que teve resultados melhores com tais equipamentos foi o que fez uso moderado desses meios e unicamente com intenção pedagógica, sem se distrair com jogos ou redes sociais.

O relatório demonstrou que os alunos que passam até uma hora por dia em dispositivos digitais para atividades de aprendizado na escola tiveram uma pontuação 24 pontos mais alta em matemática do que os alunos que não passam tempo em tais aparelhos, segundo a média dos países da OCDE. O texto afirmou: “os estudantes que passam até 1 hora por dia na escola em dispositivos digitais para lazer obtiveram 49 pontos a mais em matemática do que os alunos cujos olhos ficavam grudados nas telas entre 5 e 7 horas por dia”.

Quando as aulas presenciais voltaram, os celulares passaram a fazer parte do cotidiano das crianças, criando problemas para as escolas. O relatório PISA afirmou que as escolas que não criaram regras para o uso dos aparelhos digitais e formas de cumpri-las encontraram mais dificuldade para controlar os estudantes e fazer as aulas renderem.

No Brasil, segundo a pesquisa, 45% dos estudantes afirmaram se distrair usando dispositivos digitais durante as aulas, enquanto a média da OCDE é de 30%; 40% afirmaram se distrair com outros estudantes que estão usando seus aparelhos (a média da OCDE é de 25%). Em média, os estudantes demonstraram menos probabilidade de distração quando o uso de celulares nas instalações escolares é proibido.

“Depender dos celulares dos alunos na escola aumenta o risco de os alunos os usarem em sala de aula para atividades não educacionais ou se distraírem com notificações. Os alunos parecem estar menos distraídos quando desligam as notificações das redes sociais e aplicativos em seus dispositivos digitais durante a aula, quando não têm seus dispositivos digitais abertos em sala de aula para fazer anotações ou buscar informações, e quando não se sentem pressionados a estar online e responder mensagens enquanto estão em aula”, diz o relatório.

O relatório afirma que mesmo nas escolas onde há proibição do uso dos celulares uma grande parte dos alunos mantém a rotina de o usar. Em média, em países da OCDE, 30% dos alunos de escolas em que o uso de celulares é proibido relataram usá-lo várias vezes ao dia, e 21% disseram usá-lo todos os dias ou quase todos os dias. “Esses dados mostram que as proibições de celulares nem sempre são aplicadas de forma eficaz. Os resultados do PISA 2022 também mostram que, em alguns países, quando os celulares são proibidos em suas escolas, os alunos têm menos probabilidade de desligar as notificações de redes sociais e aplicativos em seus dispositivos digitais ao dormir à noite. Essa descoberta sugere que os alunos em escolas com proibições podem não ter oportunidades adequadas para desenvolver estratégias autodirigidas para usar celulares”, finaliza o relatório.

Aproximadamente 65% dos estudantes afirmaram se distrair nas aulas de matemática devido ao celular e outros dispositivos eletrônicos. No Brasil, esse percentual chegou a 80%. O estudo também mostrou que os alunos que passam muito tempo conectados afetam a atenção dos seus colegas: 59% dos estudantes disseram que se distraem com o uso excessivo de aparelhos eletrônicos por parte de outros alunos. Eles obtiveram 15 pontos a menos nos testes de matemática. Segundo o relatório, “isso equivale a ¾ do valor de 1 ano de educação”. Em 13 países, mais de ⅔ dos estudantes frequentam escolas que proíbem a entrada e o uso de celulares. Contudo, segundo o relatório, esses jovens não demonstram um uso mais responsável dos aparelhos do que os demais. Isso requer a colaboração dos pais e demais educadores.

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