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Educação no Brasil: PISA e o Uso das Tecnologias Digitais (Parte I) – Pe. Anderson Alves

O Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram, no dia 5/12/22, os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes: PISA 2022. O programa avalia conhecimentos e habilidades de estudantes de 15 anos, em matemática, leitura e ciências. O Programa é um estudo comparativo internacional, realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em função da pandemia de Covid-19, os países-membros e associados da OCDE decidiram adiar a avaliação do Pisa 2021 para 2022 e a do Pisa 2024 para 2025.

Em 2022, 81 países foram avaliados. A nota máxima era 600. Em matemática, a nota média do Brasil foi de 379, 56ª posição no ranking (apenas 16 países ficaram abaixo do Brasil). Cingapura teve a nota mais alta: 575. Em ciências, o resultado do Brasil foi de 403 (62ª posição); em leitura, 410 (52ª posição no ranking). Os melhores países foram: Cingapura, China, Japão, Coreia do Sul, Estônia, Suíça, Canadá e Irlanda (em leitura).

Os alunos que ficaram abaixo do nível 2 em matemática no Pisa 2022 foram 31% no mundo e 73% no Brasil; em leitura, 26% no mundo e 50% no Brasil; em ciências, 24% no mundo e 55% em território nacional. O nível 2 é considerado o mínimo para que os jovens possam exercer plenamente a sua cidadania. As médias brasileiras de 2022 foram praticamente as mesmas de 2018. Desde 2009, os resultados brasileiros são estáveis. A média mundial nessa edição foi a menor de toda a série histórica, iniciada no ano 2000. Mesmo assim, os estudantes do Brasil obtiveram pontuação inferior a ela nas três disciplinas.

Em matemática, em 2022, o desempenho médio brasileiro foi de 379 pontos. A pontuação é inferior à média do Chile (412), Uruguai (409) e Peru (391), e semelhante à média da Colômbia (383) e da Argentina (379). 73% dos brasileiros tiveram baixo desempenho nessa disciplina. Entre os países-membros da OCDE, o percentual dos que não atingiram o nível 2 foi de 31%. Somente 1% dos brasileiros alcançou alto desempenho em matemática (nível 5 ou superior).

Em relação à leitura, o desempenho médio brasileiro foi de 410 pontos. A pontuação é inferior à média do Chile (448) e Uruguai (430), pouco superior à da Argentina (401), e próxima à da Colômbia (409) e do Peru (408). Dos estudantes brasileiros, 50% tiveram baixo desempenho nessa disciplina. Entre os países-membros da OCDE, o percentual dos que não atingiram esse nível foi de 26%. Apenas 2% dos brasileiros atingiram alto desempenho em leitura (nível 5 ou superior), enquanto, nos países da OCDE, a taxa foi de 7%.

Em ciências o desempenho brasileiro foi de 403 pontos, resultado inferior às médias do Chile (444), do Uruguai (435) e da Colômbia (411). Na América do Sul, o Brasil ficou em último lugar, empatado com Argentina e Peru. Entre os brasileiros, 55% registraram baixo desempenho nessa disciplina e 1% atingiu alto desempenho (nível 5 ou superior). Nos países da OCDE, a taxa de baixo desempenho foi de 24%, e a de alto desempenho, de 7%.

O perfil dos estudantes brasileiros participantes na pesquisa é o seguinte: 73,1% dos estudantes da rede estadual; 81,9% dos matriculados no ensino médio; 96,5% das escolas em área urbana; e 76,4% das escolas localizadas no interior. A média mundial caiu devido à pandemia, do isolamento social e educação remota. O relatório afirma que os que fizeram uso moderado de aparelhos digitais durante a pandemia tiveram notas melhores: “os estudantes que passam até 1 hora por dia na escola em dispositivos digitais para lazer obtiveram 49 pontos a mais em matemática do que os alunos cujos olhos ficavam grudados nas telas entre 5 e 7 horas por dia”, disse o relatório. Continuaremos a tratar desse tema.

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