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Educação e Tecnologias da Informação: o que Ajuda e o que Prejudica as Crianças? (Parte III) – Pe. Anderson Alves

Ao examinar o uso escolar das tecnologias digitais encontramos uma série de efeitos negativos que presumivelmente se reforçam reciprocamente.

Os resultados são os seguintes:

  1. O uso das tecnologias de informação durante as aulas distrai, gerando uma queda do aprendizado entre 10 e 15 % segundo os diversos estudos. A multitarefa (multitasking) provoca distúrbios de atenção.
  2. Para buscar informações os motores virtuais de busca são uteis somente quando quem o usa sabe algo ou muito do assunto pesquisado. Quando isso não acontece, o melhor é buscar os dados nos meios tradicionais, como os livros de textos impressos. Isso pode ser comprovado quando se analisa o índice de abandono dos “massive online open courses” (MOOCS). Nos países ocidentais desenvolvidos com um alto nível de instrução o percentual de abandono desse tipo de cursos é de 92% enquanto nos países menos desenvolvidos e com um nível de instrução inferior a taxa de abandono é de 98%.
  3. Estudos demonstram que quando os meios digitais são usados para registrar informações, isso provoca uma queda na capacidade de reter (memorizar) os dados recolhidos. A razão é que os meios digitais induzem os usuários a ter um tratamento superficial das informações. Por outro lado, uma elaboração mental aprofundada do material é essencial para a sua memorização. De fato, nós nos recordamos o que profundamente pensamos. Por isso, as crianças que visitam um museu como uma máquina fotográfica têm muito menos recordações daquele espaço do que outras que simplesmente olharam o que estava exposto.
  4. O uso de livros de texto eletrônicos no lugar dos livros de papel faz diminuir o rendimento escolar. Sabe-se que 85 % dos estudantes da Silicon Valley preferem a leitura dos livros impressos e justificam a sua preferência com o fato de poder evidenciar melhor (marcando, sublinhando, escrevendo) o conteúdo dos textos.
  5. A capacidade de reter na memória os conteúdos de uma aula é mais elevada quando se toma anotações por escrito, mais do que quando se utiliza um teclado para registrá-las. Isso foi demonstrado por 5 estudos experimentais realizados por 2 pesquisadores dos Estados Unidos. Nesse caso, como em muitos outros, é possível confirmar o que a velha psicologia aristotélica afirmava: nada está na razão sem antes ter passado pelos sentidos. Ao se escrever manualmente um texto, o esforço mecânico e mental é muito maior do que o requerido para digitar algo, o que explica a maior compreensão e memorização do que foi anotado.

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