Domingo de Ramos – Dom Joel reflete sobre a Semana Santa: “Jesus não veio para guerrear, Ele veio para carregar nossos pesos”

Iniciando a Semana Santa, o bispo diocesano, Dom Joel Portella Amado celebrou o Domingo de Ramos em Corrêas, iniciando com a procissão no Colégio Padre Correa e seguindo até o Santuário Jubilar Nossa Senhora do Amor Divino. A procissão, além dos fiéis, contou com a presença de crianças representando os Apóstolos e um menino, sendo Jesus, seguiu montado num pônei, representando Jesus que entrou em Jerusalém montando num jumento.

O Pároco e Reitor do Santuário, Padre Rodrigo Alberti convidou todos os fiéis e viveram e participar de todas as celebrações da Semana Santa, principalmente do Tríduo Pascal, que se inicia na quinta-feira e termina, no sábado, com a Vigília Pascal. Padre Rodrigo lembrou que a Semana Santa não é um feriadão, e, repetindo as palavras do bispo, convidou a todos a viver a semana como um retiro.

Durante a homilia, Dom Joel fez uma profunda reflexão sobre o significado da semana mais importante da fé cristã. Em sua homilia, marcada por tom pastoral e clareza catequética, o bispo destacou que a Semana Santa não pode ser reduzida a um feriado a mais, mas precisa ser vivida “em espírito de retiro, de recolhimento e oração”.

“Estamos começando a semana mais importante da nossa fé, e ela não pode passar como se fosse um feriadão. Não se trata apenas de vir à igreja, pegar o ramo bento e levá-lo para casa. Esse ramo deve nos lembrar, todos os dias, que a Semana Santa é um tempo forte de conversão e de encontro com o Senhor”, afirmou Dom Joel, acompanhando com leve humor: “Vai balançando o ramo para que todo mundo veja que você celebrou o Domingo de Ramos. Não esconda o sinal!”

A homilia teve início com uma recordação da missa da noite anterior, presidida por Dom José Maria Pereira, recém-ordenado bispo, que veio agradecer à Virgem Maria por sua vocação e pedir intercessão para o seu ministério episcopal. Dom Joel, então, convidou os fiéis a rezarem por ele, ressaltando o valor da comunhão espiritual entre o povo de Deus.

“Hosana ao Filho de Davi”: clamor ou contradição?

Ao comentar a liturgia do dia — que contempla tanto a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém quanto a proclamação de sua Paixão — Dom Joel ressaltou o paradoxo entre os gritos de júbilo no início da semana e o clamor pelo sangue na Sexta-feira Santa:

“No Domingo de Ramos, o povo dizia ‘Bendito o que vem em nome do Senhor!’, mas poucos dias depois gritavam: ‘Crucifica-o!’ Isso não é estranho?”, questionou. “É o mesmo povo, mas o sofrimento e o desejo de vingança cegaram seus corações. Esperavam um Messias guerreiro, que pagasse o mal sofrido com mal ainda maior. Mas Jesus não correspondeu a essa expectativa.”

Segundo o bispo, essa inversão de sentimentos revela algo profundo sobre a fragilidade humana diante da dor: “Quantas vezes, sofrendo injustamente, dá vontade de revidar? De pagar na mesma moeda? Mas Jesus não entrou em Jerusalém com lanças ou espadas. Ele entrou montado num jumento. Ele veio humilde, trazendo a paz, e com as mãos vazias, prontas para abraçar”, explicou.

Um jumento e o peso do mundo

Durante a homilia, Dom Joel fez uma analogia com o jumento — animal simples e resistente —, escolhido por Jesus para entrar na cidade santa. “Jesus jamais teria entrado em um cavalo de batalha. O jumento — ou burro de carga, como queiram — representa aquele que carrega o peso. E a partir de hoje, quem carrega o peso dos nossos pecados é Ele, Jesus. O jumento sai de cena, e Jesus assume o madeiro da cruz”, disse Dom Joel, convidando os fiéis à contemplação do mistério pascal.

Voltando-se diretamente ao coração do povo, o bispo convocou a todos à vivência interior do Tríduo Pascal: “Talvez você não consiga parar todos os compromissos, mas onde estiver, viva essa atitude de recolhimento. Procure compreender quem é Jesus, o que Ele disse, o que Ele fez e o que Ele mandou fazer. Essa semana é um tempo de nos deixarmos tocar por Ele.”

Encerrando, Dom Joel enfatizou que Jesus deseja mais do que ramos ou panos no chão. Ele quer o coração humano inteiro e sincero: “Se aquele povo de Jerusalém não soube acolher Jesus como devia, que ao menos o meu coração o acolha. Aquele povo ofereceu ramos e roupas. Eu ofereço meu coração convertido. Que a nossa Semana Santa seja um verdadeiro retiro e, com ele, uma Páscoa muito feliz.”

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