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Dom Manoel Cintra e a adoração diária ao Santíssimo Sacramento na Diocese

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A adoração ao Santíssimo atrai jovens de todas as idades

Há exatos, 60 anos, o primeiro Bispo da Diocese de Petrópolis, Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra, publicava Carta Pastoral, comunicando a todos os fiéis que a partir de 1º de janeiro de 1956 estava estabelecido a Adoração Eucarística diária em todo território diocesano.

Esta iniciativa do bispo diocesano teve grande repercussão na espiritualidade diocesana, pois nos grandes e pequenos eventos, paroquiais ou diocesanos e ainda de grupos, movimentos e pastorais, a Adoração ao Santíssimo Sacramento é uma presença certa. Jovens, adultos e idosos com joelhos ao chão adoram Aquele que o senhor de suas vidas.

Para lembrar este memorável fato, publicamos hoje, na solenidade da Imaculada Conceição e dia em que o Papa Francisco abriu oficialmente para o mundo o Ano da Misericórdia, a Carta Pastoral de 8 de dezembro de 1955 de Dom Manoel Cintra.

“Caríssimos cooperadores e diletos filhos.
Tivemos neste ano (1955), que está para se findar, dois memoráveis Congresso Eucarísticos entre tantos outros: o da Diocese, em Petrópolis, e o Internacional, no Rio de Janeiro.

Realizados em proporções e em ambientes diversos, ambos se assemelham pela organização e pela disciplina, pela piedade e pelo fervor, pelas graças e pelos frutos que promoveram. Foram ambos, mercê de Deus, autênticos Congressos Eucarísticos. E assinalaram o ano que termina com bênçãos especiais sobre os indivíduos e a sociedade, sobre as famílias e as paróquias, sobre a Diocese e a Pátria.

Monsenhor Gentil, Monsenhor Antonio Alvarado, Dom Manoel, Monsenhor Mario e seminarista acólito
Monsenhor Gentil, Monsenhor Antonio Alvarado, Dom Manoel, Monsenhor Mario e seminarista acólito

Imperioso pois o dever de nosso agradecimento a Deus Nossa Senhor de quem recebemos todo o dom perfeito. E agradecer é reconhecer, é estimar, é apreciar o favor recebido. Impossível, porém apreciar a Divina Eucaristia como fonte bendita de onde brotaram tão felizes frutos sem o desejo espontâneo de voltar a essa fonte, de frequentá-la, de saciar, nesse manancial infinito de graças, todos os anseios mais recônditos de nossa vida espiritual.

Que felicidade, amados filhos, se nos fosse possível viver sempre presente diante do Santíssimo Sacramento, como se estivéssemos em perene Congresso Eucarístico, participando profundamente de todos os mistérios deste que por excelência o Mistério da Fé! Nossa vida terrena não só se transformaria pelas virtudes que se aprendem junto do Tabernáculo, como também se haveria de nimbar de paz celestial pela presença divina que transvasa adorável neste Sacramento e Sacrifício.

Desejando, portanto, render nossos mais amplos e mais fervorosos agradecimentos pelos assinalados dons que nos trouxe este ano eucarístico, e almejando promover sempre mais a vida eucarística no povo cristão a nós confiado, resolvemos instituir a adoração diária e perpétua do Santíssimo Sacramento em nossas Paróquias e Casas Religiosas. Teremos assim nossa estremecida Diocese sempre ajoelhada aos pés de Jesus Sacramentado; em lausperene permanente, dia após dia, mês após mês, ano após ano. Nosso Senhor estará sempre exposto na Divina Eucaristia em algum lugar da Diocese para, sem interrupção e sem desfalecimento, receber de seus filhos a adoração, a ação de graças, a reparação e a súplica.

A começar de 1º de janeiro próximo (1956), com que intensa alegria vos anunciamos, caríssimos cooperadores e amados filhos, o Santíssimo Sacramento subirá à exposição de nossos altares todos os dias para nos receber e ouvir, para nos atender e abençoar, para nos ensinar e santificar na honrosa intimidade de Sia Eucaristia.

Visão deveras confortadora! E não nos enganamos ao pensar nos magníficos resultados que há de promanar desta interminável adoração. Em primeiro lugar despontará mais clara e definida a vida eucarística dos fiéis; essa vida que se alimenta no Mistério do Sacramento e do Sacrifício de nossos altares. Vida transformada pela Graça de Deus, porque santificada pelo contato interior e pessoas do Autor da Graça, Jesus Cristo, oculto sob os véus eucarísticos. Depois, as resultantes consentâneas dessa vida eucarística nas famílias; o respeito e a pureza, a dedicação e o sacrifício, a concórdia e a paz, a paciência e a perseverança, a oração e a fé, o dever e o amor na educação dos filhos, as vocações sacerdotais e religiosas. E nas paróquias: o afervoramento dos fiéis, a transformação das associações religiosas, o devotamento à causa da Igreja, a aceitação generosa dos deveres da catequese, do apostolado, do Reino de Deus.

Desejamos, pois, ardentemente, caríssimos cooperadores e amados filhos, que o dia exposição seja, em cada Paróquia e em cada Capela, de renovação espiritual. Não só no altar do Santíssimo, profusamente ornamentado com flores e luzes, deverá dizer a todos que o Rei dos Céus está dando audiência no trono eucarístico, como a presença ininterrupta e fervorosa dos adoradores, no revezamento de todas as horas, há de manter acesa a piedade junto à Custódia do Rei do Amor.

E todos hão de retirar dessa entrevista mensal, particularmente marcada com Nossa Senhora, as melhores graças e os mais preciosos auxílios para a vida cristã. Recomendamos ainda a todos os adoradores da Diocese que se coloquem sob a proteção de Maria Santíssima, a Adoradora perfeita do Filho de Deus em todos os seus mistérios, para que a seu exemplo e por sua intercessão, possam oferecer realmente a Jesus-Hóstia a verdadeira lausperene que chegue até Seu Coração Santíssimo.”

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura ‘Ascom Diocese de Petrópolis’.
Texto e Fotos são de propriedade da Diocese de Petrópolis e dos autores em artigos assinados (Lei de Direitos Autorais). 

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