O bispo diocesano, Dom Joel Portella Amado presidiu a Santa Missa de Natal, das 11h, na Catedral São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, no dia 25 de dezembro, concelebrada pelo pároco da Catedral, Padre Thomas Andrade Gimenez Dias.
Em sua homilia, Dom Joel, refletiu sobre o verdadeiro significado do Natal. Para ele, a celebração do nascimento de Jesus não pode se restringir a uma data no calendário, mas deve ser vivida diariamente, por meio de atitudes concretas de amor, simplicidade e humanidade.

“Diante de nós está o desafio de que o Natal não seja apenas mais um dia no calendário”, afirmou Dom Joel. “Amanhã, preocupados com as trocas de presentes e com o peso na balança, podemos acabar não percebendo aquilo que o Natal quer dizer para nós.”
O bispo explicou que a pedagogia da Igreja propõe duas celebrações principais para o Natal: a Missa da Noite, conhecida como Missa do Galo, e a Missa do Dia. Ele destacou o simbolismo do galo, que canta antes do amanhecer, como um anúncio da novidade que está por vir: “Ele anuncia algo novo, que ainda não chegou, mas está para chegar.”
Durante a homilia, Dom Joel também refletiu sobre o Evangelho de João, que afirma: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Para ele, essa é a essência do Natal: “A comunicação do amor de Deus se fez carne, se fez humano e veio habitar entre nós. O mais profundo do mistério de Deus se fez humano.”

O presépio como centro da mensagem
Um dos pontos centrais da reflexão foi o presépio, símbolo que, segundo Dom Joel, deve estar presente não apenas nas casas, mas no coração de cada cristão. “Aquele que tem todos os títulos — Filho de Deus, Messias, Salvador — vem até nós como uma criança frágil, menor talvez que muitos dos bebês que hoje alegram nossas igrejas”, disse.
Ele lembrou que, mesmo diante de um mundo marcado por guerras, violências e desigualdades, Deus escolheu nascer numa gruta, entre os animais, para mostrar que a verdadeira grandeza está na simplicidade. “Essa é a novidade: Deus tem poder para tudo, mas se faz um menino.”

Segundo o bispo, o que torna o presépio tão especial é a presença da humanidade despojada. “O que há de mais belo no presépio é a nossa condição de sermos humanos. Deus se fez humano para nos mostrar que é pelo humano que compreendemos o mistério do Natal.”
Ele recordou que, na maioria das imagens do Menino Jesus, as mãos estão estendidas — gesto que, para ele, simboliza o convite de Cristo: “Vem ficar comigo, vem perceber que o céu está aqui.”
Dom Joel ainda fez um apelo aos fiéis para que deixem de fora do presépio sentimentos como ganância, orgulho, vaidade e vingança. “Essas coisas não estão presentes no presépio e acabam tirando de nós o verdadeiro sentido do Natal. Quando há fraternidade, caridade, solidariedade, bondade e amor, aí sim o Natal é todo dia.”

Ao final da celebração, Dom Joel incentivou os presentes a levarem a mensagem do Natal para além da igreja. “Se você não tem presépio em casa, baixe uma imagem no celular. Olhe para o Menino Jesus e diga: ‘Quero que meu coração seja uma gruta de Belém, onde você possa nascer todos os dias’.”
E concluiu com um gesto de partilha: “Olhe para quem está ao seu lado e deseje, do fundo do coração, um feliz Natal. E complete com algo que você realmente deseja para essa pessoa. Que o Natal não seja apenas uma noite ou um dia, mas um modo de viver.”






