Comunicar na Igreja é comunicar o Evangelho e por isso podemos dizer que é um ministério. Esta frase resume o que foi o VIII Encontro de Jornalistas das Arquidioceses, Dioceses, Regionais, Pastorais e Organismos promovido pelo Secretariado Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O encontro aconteceu entre os dias 11 e 13 de setembro, em Brasília, na sede da Cáritas Brasileira e foi organizado pela assessoria de imprensa da CNBB, com apoio do Departamento de Tecnologia e Informação e da Comissão Episcopal Pastoral para Comunicação.
A Diocese de Petrópolis foi representada pelo jornalista, assessor de comunicação e agente da Pastoral da Comunicação, Rogerio Tosta. Na sua avaliação o encontro foi importante para rever assessores de outras dioceses, conhecer suas realidades e troca de experiências. “Fiquei admirado por ver que a maioria dos assessores de comunicação das dioceses e arquidioceses estão envolvidos com a Pascom e como procuram trabalhar esta unidade de assessoria e pastoral”.
Comunicar na Igreja é ministério
Ao abrir o encontro na sexta-feira à noite, o secretário-geral da Conferência, Dom Leonardo Steiner chamou atenção para o fato de que o trabalho feito na Igreja é mais que um trabalho, é um serviço. “Tudo aquilo que nós tentamos realizar, ajudar nas nossas organizações, nas nossas dioceses, nas nossas comunidades é um serviço que nós fazemos. É um trabalho, mas essencialmente é um serviço. Nós nos colocamos à serviço da comunidade, da diocese, porque participamos da vida da Igreja, fazemos repercutir a vida da Igreja e anunciar o Evangelho. Podemos afirmar que este serviço é na verdade um ministério”, frisou.
Em sua opinião, o trabalho do assessor de comunicação no âmbito da Igreja Católica não pode ser visto apenas como um trabalho técnico, mais sim como um ministério, pois está a serviço de algo muito maior, que é anunciar o Evangelho. “Essa repercussão da vida da Igreja e da grandeza do Evangelho é quase um ministério no qual nós anunciamos sempre o Evangelho. Somos homens e mulheres que ao narrarmos os fatos, ao descrevermos os fatos, ao apresentarmos os testemunhos, ao darmos notícia, nós estamos sempre de novo anunciando o Evangelho. Porque a Igreja existe por causa do Evangelho”, disse dom Leonardo.
Na missa, presidida por ele no domingo pela manhã, disse que os jornalistas que atuam na Igreja têm uma importante missão. “Vocês são chamados a evangelizar, serem missionários. Todos os serviços que fazemos em nossas dioceses é evangelização”, disse o bispo na homilia. Para ele o trabalho do assessor deve estar em plena sintonia com o bispo de sua diocese e também com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.
Ao encerrar o encontro no domingo, Dom Leonardo respondeu perguntas dos jornalistas que deixaram claro a necessidade de uma maior aproximação entre seus trabalhos nas dioceses e arquidioceses com a assessoria da CNBB e com a própria instituição para esclarecimentos sobre diversos assuntos. Dom Leonardo disse que aproximação pode ser estabelecida cada vez mais e para isto pretende estreitar os laços com as assessorias dos regionais.
Com relação as declarações da CNBB, Dom Leonardo disse que é preciso entender como funciona a Conferência, lembrando que na Igreja Católica cada diocese tem sua independência e a CNBB não pode intervir, pode sugerir. Ele explicou ainda que, quando um fato ocorre dentro do território de uma diocese ou arquidiocese, a CNBB, mesma cobrada, espera a declaração do bispo local para depois se pronunciar ou repercutir nota diocesana.
Os desafios da Comunicação na Igreja
No sábado pela manhã, as três palestras realizadas por profissionais de jornalismo, pesquisador e professores mostrou o grande desafio da comunicação na Igreja, partindo da premissa que esta comunicação vive uma constante mudança no mundo. A questão aqui, segundo os palestrantes não é a mudança do jornalismo, da forma de fazer jornalismo, apurar matéria, mais sim, os instrumentos para que a informação, para que o trabalho do jornalista chegue ao grande público.
O jornalista da Tv Globo e mestre em Direito pela Universidade de Brasília (UnB), Heraldo Pereira falou sobre os desafios da assessoria de imprensa no atual quadro de comunicação. “Vocês precisam criar e estabelecer a política católica de comunicação social da Igreja”, frisou várias vezes o jornalista, lembrando que a Igreja Católica está presente em todos os pontos do país.
O tema jornalismo em tempos de mudanças estruturais foi apresentada pelo professor Fábio Henrique Pereira que apresentou os encaminhamentos de uma pesquisa relacionada às transformações pelas quais passa o jornalismo atualmente. Ele frisou que hoje é cada vez maior a presença de jovens nas redações e que elas estão sendo ocupadas cada vez mais por jornalistas mulheres.
O planejamento e mensuração em assessoria de imprensa foi apresentado pelo vice-presidente da agência de comunicação Santa Fé Ideias, Maurício Júnior, que apresentou um plano de plano, ressaltando a importância de se ter um bom plano de comunicação. Na sua avaliação as instituições precisam ocupar as redes sociais.
Os participantes contaram com duas oficinas. “Redação para mídias digitais” foi ministrada pelo jornalista do Portal de Notícias Fato Online, Diego Amorim. “Escrever bem é escrever para qualquer lugar, isso inclui também as redes sociais”, pontuou Diego. Nesta oficina, Diego ofereceu dicas de como gerenciar conteúdo na internet, evitando erros e potencializando ações estratégicas.
O repórter fotográfico da Agência Senado, Pedro França, trouxe reflexões sobre a fotografia na era digital. O profissional destacou técnicas indispensáveis para a cobertura de eventos e reportagens, tendo em vista imagens de qualidade. “A fotografia é um importante registro histórico e um documento. Além disso, a imagem pode despertar ou motivar ações nas pessoas”, explicou Pedro. (Fonte: CNBB)