A Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) une-se à Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) na promoção do Dia de Unidade de Oração. Na próxima quinta-feira, 1º de maio, o convite é para que todas as comunidades façam um dia de oração pela Síria.
O Dia de Unidade de Oração é uma iniciativa mensal organizada pela ACN, com a renovada parceria da CNBB, fortalecendo essa ação de solidariedade e comunhão. A cada mês, os cristãos serão convidados a se unir em oração por uma nação específica, especialmente aquelas marcadas por conflitos, perseguições religiosas e crises humanitárias.
A parceria entre a CNBB e a ACN fortalece a conexão entre o testemunho cristão e a ação pastoral, convidando todos os fieis a serem agentes de esperança e transformação. Em comunhão com Síria, essa iniciativa reafirma o papel da Igreja no cuidado com aqueles que sofrem, promovendo uma cultura de paz, reconciliação e fraternidade, onde o Evangelho possa florescer e dar frutos de justiça e amor.
A solidariedade da Igreja ao país
Quinze anos se passaram desde a eclosão da guerra na Síria, que deixou milhares de mortos, milhões de desabrigados, cidades destruídas e uma profunda crise econômica e social. Em 2018, o Papa Francisco convocou a um Campanha para o período do Natal e expressou sua preocução com o país. “Minha amada Síria está sendo atormentada por uma guerra que dura oito anos (…) neste momento, eu gostaria de tornar minha, a esperança das crianças na Síria”, declarou o Papa Francisco pedindo paz à época.
Mesmo antes do início do conflito, o país sofria com alto desemprego, corrupção e falta de liberdade política sob o presidente Bashar al-Assad, que sucedeu o pai, Hafez, após sua morte em 2000. Em março de 2011, manifestações pró-democracia começaram na cidade de Deraa, no sul do país, inspiradas por levantes em países árabes contra governos opressivos, na chamada Primavera Árabe.
A gerente de Projetos da ACN Internacional, Regina Lynch, fez uma viagem de 10 dias em 2021 ao país sobre o qual deu o seguinte relato sobre as consequências da Guerra: “Na Síria, você pode ver que as pessoas estão cansadas, muito cansadas, vivendo situações extremamente difíceis por dez anos. A luta ainda continua na região noroeste. Embora quando visitamos Damasco, Homs e Aleppo não houvesse sensação de insegurança, a destruição foi terrível. Os sírios estão se perguntando como irão e quem irá ajudá-los, a reconstruir o país. Mas antes disso, tem que haver alguma forma de paz”. A ACN mantém uma ajuda à Síria com projetos e iniciativas de solidariedade.
Entenda as causas dos conflitos na Síria
A escalada de violência e conflitos na Síria é um fenômeno complexo com diversas causas. Aqui estão cinco pontos principais sobre o tema:
O regime de Bashar al-Assad respondeu violentamente a protestos pacíficos que começaram em 2011, utilizando forças de segurança e militares para reprimir a dissidência, levando a um aumento da tensão e à militarização do conflito.
A Síria possui uma sociedade multicultural e multissectária. As divisões entre grupos religiosos e étnicos, como sunitas, alauítas (do qual Assad é parte) e curdos, exacerbaram as tensões e alimentaram a violência.
O envolvimento de potências estrangeiras, como a Rússia, Irã e Estados Unidos, alterou a dinâmica do conflito, pois cada um apoia diferentes grupos e objetivos, intensificando a violência e prolongando a guerra.
A guerra civil permitiu o surgimento de grupos extremistas, como o Estado Islâmico (ISIS) e a Frente al-Nusra, que se aproveitaram do vácuo de poder e da desordem para expandir seu controle territorial e disseminar ideologias violentas.
O conflito resultou em uma grave crise humanitária, com milhões de deslocados internos e refugiados, além de altos índices de mortalidade civil, destruindo infraestrutura e serviços básicos, e gerando um legado de sofrimento que repercute na região e no mundo.
Willian Bonfim, com informações ACN
Fonte: CNBB – Comissão Missionária da CNBB e Ajuda à Igreja que Sofre convidam ao “Dia de Oração pela Síria”, no próximo 1º de maio – CNBB