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Celulares na Escola: Distribui-los Gratuitamente ou Proibi-los? (Parte II) – Pe. Anderson Alves

Há outros argumentos dados pelos que pretendem permitir ou promover o uso dos celulares por parte de crianças nas escolas. Hoje vamos falar de outros, os quais são expostos e respondidos por M. Spitzer no seu livro sobre a “Epidemia do Smartphone”.

O segundo argumento diz: “ao proibir os celulares, não se retira os mesmos da mente das crianças. O problema permanece, mesmo que os aparelhos não estejam presentes na escola”. A isso, pode-se responder com o seguinte ditado: “longe dos olhos, longe do coração”. Há estudos, e falamos deles em outros artigos, que demonstram que quando o celular está na mesa de estudos o seu efeito de distração é muito grande, o efeito negativo deles é maior do que quando é deixado em outro ambiente da casa, desligado. Dizer que se proibimos os celulares, eles não saem das nossas mentes, é algo que contradiz os fatos, demonstrado inclusive por via experimental. Os jovens não necessitam de celulares e de computadores para estudar, mas sim de silêncio, de um local limpo e ordenado, de livros, papel, lápis, caneta e uma boa dose de concentração e paciência. Só se constrói algo sólido e duradouro quando se dedica muito tempo a essa tarefa, e ela é feita com qualidade.

Outro argumento diz simplesmente: “o mundo atual é digital, e isso é um fato. Nada poderá modificar isso no futuro; e devemos habituar as crianças ao novo mundo”. Em geral, recorre-se a esse tipo de discurso quando não se sabe mais o que dizer. Agora façamos um experimento mental e usemos esse tipo de argumentação para outros assuntos semelhantes. Poderíamos dizer: “o amianto está em nossas casas, e isso é um fato indiscutível; o chumbo está na tinta branca e na gasolina, e isso é outro fato; o álcool sempre foi usado pelas pessoas, por isso, as crianças devem se habituar a isso”?

Se pensássemos desse modo, as nossas crianças deveriam continuar a conviver com essas substâncias nocivas e sofrer o efeito delas. Assim, ao frequentar ambientes com esse tipo de substâncias, as crianças iriam continuar a contrair graves doenças de pulmão, a sua capacidade intelectiva seria diminuída e enfrentariam o drama da dependência, com tudo que decorre dela. Entretanto, nós eliminamos a tubulação de chumbo e o amianto das nossas construções exatamente porque conhecemos os perigos desses materiais. Assim, ninguém poderia dizer razoavelmente hoje: “um pouco de chumbo ou de amianto não faz mal a ninguém”. E nós não promovemos o uso de bebidas alcoólicas nas escolas com o fim de educar nossas crianças ao seu uso responsável, pois simplesmente sabemos que o álcool causa dependência e compromete o desenvolvimento cerebral.

Entretanto, os telefones celulares têm uma série de efeitos nocivos sobre a saúde das crianças e causam dependência. Os seus efeitos sobre a saúde e o comportamento dos jovens é bem maior do que o efeito nocivo de substâncias como o chumbo, ou amianto, a fumaça do cigarro e o álcool. Há ainda outros argumentos sobre o tema, que serão tratados em outros artigos.

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