A Semana Santa é um período significativo para os católicos, pois comemora a Paixão de Cristo. Ela começou com o Domingo de Ramos, celebrado no dia 13 de abril, e atinge seu ponto alto com as celebrações do Tríduo Pascal, que se estende da Quinta-feira até o Sábado, culminando na grande celebração da Vigília Pascal.
Dom Joel Portella Amado, bispo diocesano de Petrópolis, convida todos os fiéis a viverem este período como um retiro. “Nós estamos na semana mais importante da nossa fé, e ela não pode passar como se fosse um feriadão, um dia a mais. Ela não pode passar assim. Ela tem que ser vivida conforme o Espírito Santo inspirou a Igreja para vivê-la. Ela tem que ser vivida num espírito de retiro”.
Em meio à correria do dia a dia, quando muitas pessoas ainda trabalham no período do Tríduo Pascal, o bispo diocesano comenta que “não vão ser as tarefas e a correria da vida que vão me impedir de rezar mais, de fazer aquilo que a Igreja chama de retiro, e que hoje não é tanto exterior, é muito mais interior, pois, onde eu estiver, viva essa atitude de recolhimento. Fazendo o quê? Procurando compreender quem é Jesus, o que Ele disse, mais ainda, o que Ele fez, o que Ele mandou fazer”.
Em meio ao Tríduo Pascal, a Igreja Católica convida os fiéis a celebrar a Missa dos Santos Óleos, ou do Crisma, que acontece na quinta-feira pela manhã, 17 de abril, às 9h, na Catedral São Pedro de Alcântara, em Petrópolis. A missa é presidida pelo bispo diocesano e concelebrada pelo clero diocesano e religiosos, com a participação dos fiéis. Nesta missa, o bispo abençoa os santos óleos utilizados para os sacramentos do Batismo, do Crisma, nas ordenações sacerdotais e na Unção dos Enfermos ao longo do ano litúrgico. Durante essa missa, como sinal de unidade com o bispo diocesano, os padres renovam suas promessas sacerdotais.
Tríduo Pascal tem seu ponto alto com a Vigília Pascal
O Tríduo Pascal é o momento mais importante da Semana Santa e da fé católica, iniciando com a Missa da Ceia do Senhor, ou do Lava-pés, na Quinta-feira Santa. Nesta celebração, é lembrada a Última Ceia de Jesus com os Apóstolos, quando Ele institui a Eucaristia e lava os pés dos discípulos, afirmando que “quem quiser ser o primeiro entre vós, seja o servo de todos” (Marcos 10,44).
Na Sexta-feira Santa, às 15h, com a celebração da Paixão do Senhor, a Igreja Católica recorda os últimos momentos de Jesus até sua morte na cruz. Neste dia, não há missa; apenas uma celebração que lembra a morte de Jesus. Normalmente, em todas as igrejas católicas, além da celebração, ocorre uma encenação ou teatro sobre a vida de Jesus.
Durante discurso ao clero de Toronto, em 14 de setembro de 1984, São João Paulo II disse: “A elevação do Filho do Homem na cruz é um sinal do amor do Pai”. Para ele, na cruz de Cristo encontramos a verdadeira fonte de salvação, a suprema revelação do amor de Deus e a raiz profunda da comunhão com Deus e entre nós.
O ponto alto do Tríduo Pascal acontece com a Vigília Pascal, celebrada no sábado à noite, que recorda a Ressurreição de Jesus. Sobre esta celebração, o Papa Bento XVI, na audiência pública de 15 de abril de 2009, dentro da Oitava da Páscoa, afirmou que: “A ‘Via Sacra’ até o Calvário, que percorremos com Jesus no Tríduo Sagrado, tornou-se a reconfortante ‘Via lucis (luz)’. Visto a partir da Ressurreição, podemos dizer que este caminho de sofrimento é um caminho de luz e de renovação espiritual, de paz interior e de esperança firme. Depois do choro, depois da perplexidade da Sexta-feira Santa, seguida do silêncio carregado de expectativa do Sábado Santo, na madrugada do ‘primeiro dia depois do sábado’ ressoou o anúncio da Vida que triunfou sobre a morte: ‘Dux vitae mortuus / regnat vivus’, o Senhor da vida estava morto; mas agora Ele está vivo e triunfante!”
A celebração da Vigília Pascal é marcada por uma rica simbologia:
Liturgia da Luz: A Vigília Pascal começa na escuridão, simbolizando o túmulo e o mundo antes da Ressurreição de Cristo. Um novo fogo é aceso e abençoado, e o Círio Pascal, representando Cristo como a Luz do Mundo, é aceso a partir desse fogo. O círio é então levado para a igreja escura, e a luz é gradualmente espalhada para as velas da congregação, simbolizando a propagação da luz e da vida de Cristo.
Liturgia da Palavra: A Liturgia da Palavra é mais extensa do que em qualquer outra missa durante o ano, com múltiplas leituras do Antigo Testamento que relatam a história da salvação, desde a criação até a promessa do Messias. Essas leituras demonstram como Deus tem sido fiel ao seu povo ao longo da história e como a Ressurreição de Cristo é o culminar do seu plano de salvação.
Renovação das Promessas Batismais: A Vigília Pascal é um momento tradicional para o batismo de novos católicos. Toda a congregação renova suas promessas batismais, reafirmando seu compromisso com Cristo e com a Igreja. A água é abençoada, e aqueles que são batizados são imersos nela, simbolizando sua morte para o pecado e seu ressurgimento para uma nova vida em Cristo.
Liturgia da Eucaristia: A Vigília Pascal culmina na celebração da Eucaristia, que é a fonte e o ápice da vida cristã. A Eucaristia é um memorial do sacrifício de Cristo e uma participação na sua Ressurreição. Ao receber a Eucaristia, os católicos são unidos a Cristo e uns aos outros.
Você pode acompanhar e participar das celebrações acessando o site: www.diocesepetropolis.com.br