No próximo dia 29 de novembro, a Catedral São Pedro de Alcântara celebrará seu centenário com uma missa às 9h, presidida pelo bispo diocesano, Dom Joel Portella Amado. Após a celebração, ocorrerá o descerramento da placa comemorativa e a inauguração do Monumento ao Centenário, no Jardim da Catedral. Na ocasião, será anunciado o dia 19 de outubro como feriado municipal em homenagem ao padroeiro de Petrópolis, São Pedro de Alcântara, que também é co-padroeiro do Brasil, ao lado de Nossa Senhora Aparecida.

No mesmo dia, às 14h — horário histórico da inauguração da Catedral — haverá o repique festivo dos sinos. Às 19h, será realizada a bênção e inauguração do Presépio da Catedral, considerado uma atração não apenas religiosa, mas também cultural e turística da cidade. O pároco da Catedral, Padre Thomas Andrade Gimenez Dias, convida todos os petropolitanos a participarem das comemorações, que se estenderão até o dia 14 de dezembro.
As festividades foram abertas no último domingo, 23 de novembro, com a missa do Crisma para jovens e adultos da paróquia, seguida da inauguração da Galeria Fotográfica alusiva ao Centenário, no Deambulatório da Catedral, realizada pelo bispo diocesano. A exposição apresenta imagens desde o início da construção da Catedral, passando por suas diversas etapas, até a instalação dos sinos e a conclusão das obras.

A programação do Centenário da Catedral São Pedro de Alcântara segue até o dia 14 de dezembro e inclui uma homenagem ao Imperador Dom Pedro II pelo bicentenário de seu nascimento. O Imperador e a Princesa Isabel foram fundamentais para o início da construção da Catedral de Petrópolis. Mesmo durante o exílio na Europa, a Princesa Isabel continuou contribuindo para a obra.
Programação:
26 de novembro – Quarta-feira
19h – Sessão Solene pelo Centenário, na Catedral, com a participação do Instituto Histórico de Petrópolis, Academia Petropolitana de Letras, Academia Petropolitana de Educação e Academia Brasileira de Poesia, seguida de recital no órgão da Catedral.
27 de novembro – Quinta-feira
8h – Santa Missa por todos os paroquianos de São Pedro de Alcântara.
28 de novembro – Sexta-feira
8h – Santa Missa por todos os padres que passaram pela Catedral, vivos e falecidos.
29 de novembro – Sábado

“Aos vinte e nove dias do mês de dezembro de mil novecentos e vinte e cinco, sendo Bispo Diocesano Dom Agostinho Francisco Benassi […] sua Exa. Revma. o Sr. Bispo procedeu à bênção da Nova Matriz desta tão nobre cidade de Petrópolis, relicário precioso de ricas tradições.”
(Ata da Inauguração da Matriz de Petrópolis, hoje Catedral)
9h – Santa Missa Solene, presidida por Dom Joel Portella Amado, Bispo Diocesano de Petrópolis. Em seguida, descerramento da placa comemorativa e inauguração do Monumento ao Centenário, no Jardim da Catedral.
14h – Repique festivo dos sinos da Catedral.
19h – Bênção e inauguração do Presépio da Catedral.
30 de novembro – Domingo
9h30 – Santa Missa.
11h – Santa Missa em sufrágio da alma de Dom Pedro II, pelo bicentenário de seu nascimento.
18h30 – Santa Missa.
1º de dezembro – Segunda-feira
8h – Santa Missa.
2 de dezembro – Terça-feira
Dia do Bicentenário do Nascimento de Dom Pedro II
8h – Santa Missa em sufrágio da alma de Dom Pedro II.
14 de dezembro – Domingo
9h30 – Santa Missa.
11h – Santa Missa Solene com participação da Orquestra Ribeiro Bastos, de São João del-Rei (MG).
18h30 – Santa Missa e procissão com a imagem de São Pedro de Alcântara, marcando o encerramento das festividades.
Dados Históricos:

A Catedral São Pedro de Alcântara está localizada em Petrópolis, na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. É dedicada a São Pedro de Alcântara, padroeiro da cidade e co-padroeiro do Brasil, título concedido durante o reinado de Dom Pedro I e jamais revogado.
Originalmente, a Igreja Matriz de Petrópolis era um modesto edifício situado em frente ao Palácio Imperial (hoje Museu Imperial), onde atualmente há uma rua transversal entre a Rua Irmãos D’Ângelo e a Rua Oscar Weinschenck. A construção de uma nova matriz já estava prevista no plano de urbanização de Petrópolis, de 1843, elaborado pelo Major Júlio Frederico Koeler.
Na década de 1870, a ideia da nova igreja ganhou força graças ao interesse de Dom Pedro II e da Princesa Isabel. Em 1871, foi oficialmente decidida a construção da nova matriz, que só começou a se concretizar em 1884. O projeto, em estilo neogótico, foi elaborado pelo engenheiro e arquiteto baiano Francisco Caminhoá, inspirado nas catedrais do norte da França.
Mesmo após a Proclamação da República, a construção continuou com o apoio da Família Imperial no exílio. Em 1901, as obras foram interrompidas, sendo retomadas em 1918 sob a direção do engenheiro Heitor da Silva Costa.

A nova matriz foi inaugurada em 29 de novembro de 1925, nove meses após um apelo dramático de Monsenhor Teodoro Rocha, que faleceu no púlpito após pedir ajuda para a conclusão da obra.
Apesar da inauguração, a Catedral ainda não estava concluída: faltavam a fachada principal, a torre e parte da decoração interna. A fachada começou a ser construída em 1929 e chegou até a rosácea na década de 1930. A torre foi erguida entre 1960 e 1969.
Em 1920, foi revogado o decreto que bania Família Imperial do Brasil. Em 1921, os restos mortais de Dom Pedro II e Dona Teresa Cristina foram trazidos de Lisboa para o Rio de Janeiro e, em 1925, transferidos para a sacristia da Catedral de Petrópolis. Em 5 de dezembro de 1939, o Mausoléu Imperial foi inaugurado, recebendo os sarcófagos do Imperador e da Imperatriz. Em 1971, também foram sepultados ali a Princesa Isabel e o Conde d’Eu.

A Catedral de Petrópolis é uma igreja neogótica em forma de cruz latina, com três naves e transepto pouco pronunciado. Mede 70 metros de comprimento, 22 metros de largura e 19 metros de altura nas naves. A fachada principal possui um portal com arquivoltas em arcos ogivais, um Calvário no lugar do tímpano e estátuas dos quatro evangelistas, esculpidas por Adão Bordignon (c. 1935), além de uma bela rosácea.
A torre, construída na década de 1960, tem 70 metros de altura e abriga um carrilhão de cinco sinos de bronze fundidos em Passau (Alemanha), com peso total de nove toneladas. O maior sino, chamado São Pedro de Alcântara, pesa quatro toneladas e sua vibração dura até 200 segundos.
No interior, os espaços são divididos por arcos ogivais. À direita da entrada está o Mausoléu Imperial; à esquerda, o batistério com a pia batismal da antiga matriz (1848). O altar-mor é feito de pedra de lioz portuguesa. No deambulatório, destaca-se a estátua de São Pedro de Alcântara, esculpida mármore de Carrara por Jean Magrou (c. 1925). Os vitrais datam, em sua maioria, da década de 1930. O órgão, instalado em 1937 por Guilherme Berner, possui 33 registros, três teclados manuais, um pedal e 2.227 tubos, variando de 29 cm a 7 metros de altura.
Datas Históricas:

- 1846 – Criação da Paróquia São Pedro de Alcântara
- 1876 – 12 de março: Lançamento da 1ª Pedra Fundamental
- 1882 – Encomenda do projeto neogótico a Francisco Caminhoá
- 1883 – 19 de fevereiro: Aprovação do projeto
- 1884 – 18 de maio: Início das obras com a 2ª Pedra Fundamental
- 1901 – Paralisação das obras
- 1914 – Projeto de Heitor da Silva Costa
- 1918 – Reinício das obras
- 1925 – 29 de novembro: Inauguração da nova matriz
- 1939 – 5 de dezembro: Inauguração do Mausoléu da Família Imperial
- 1946 – Criação da Diocese de Petrópolis
- 1948 – Posse do primeiro bispo, Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra
- 1960 – Lançamento da campanha Fé, Cultura e Assistência
- 1963 – 22 de setembro: Inauguração do carrilhão
- 1969 – Conclusão da torre da Catedral
- 1971 – 13 de maio: Sepultamento da Princesa Isabel e do Conde d’Eu
- 1975 – Inauguração do novo altar-mor
- 1980 – Tombamento da Catedral pelo IPHAN
- 2015 – 21 de novembro: Dedicação da Catedral






