A Missão Casais Restaurados realizou, no último fim de semana, um retiro para lideranças, reunindo 142 casais no Sítio São José do Oriente, em Secretário. O evento contou com a participação de várias paróquias e casais de outras cidades, como Juiz de Fora, Três Rios, Paraíba do Sul, entre outras.
Os coordenadores da Missão Casais Restaurados, Paulo e Carla Cleffs, manifestaram sua alegria pelo retiro, que foi orientado pelo Padre Mário José Coutinho e encerrado com a missa presidida pelo bispo diocesano, Dom Joel Portella Amado.
Por Rogério Tosta / Ascom Diocese de Petrópolis
Paulo Cleffs agradeceu a presença do Assessor Eclesiástico da Pastoral da Família, Padre Manoel Gouvêa, destacando seu constante apoio à Missão Casais Restaurados. Padre Manoel, por sua vez, aproveitou a ocasião para convidar os casais a participarem do Jubileu das Famílias, que acontecerá em agosto. Ele fez questão de frisar que o evento não é apenas para casais, mas para toda a família: “É para pai, mãe, filhos e todos que compõem a família. O Jubileu acontecerá no Santuário Jubilar Bom Jesus de Matosinhos”.
O diácono permanente Cláudio Nelson Portilho também foi lembrado por sua dedicação e apoio à Missão Casais Restaurados, assim como todas as pessoas que atuaram na cozinha e no grupo de intercessão. Paulo Cleffs agradeceu a todos, ressaltando a importância do envolvimento e da colaboração de cada um. Ao se dirigir ao bispo, afirmou: “Estamos felizes por este primeiro momento do Casais Restaurados com o senhor e nos colocamos a serviço da Igreja, pois queremos caminhar sempre unidos ao nosso pastor diocesano e à Igreja”.
Dom Joel expressou sua alegria em estar com os participantes da Missão Casais Restaurados, reforçando o convite para o Jubileu das Famílias em agosto. Ele destacou a felicidade que seria ver o Santuário Bom Jesus de Matosinhos lotado com as famílias da Diocese. Também agradeceu a acolhida e incentivou todos a continuarem testemunhando Cristo na sociedade através da vivência familiar.
Vivendo o Jubileu da Esperança
Durante a homilia, Dom Joel destacou a importância de celebrar o Jubileu da Esperança neste ano. Segundo ele, qualquer evento realizado pela Igreja deve ser permeado por esse espírito.
“Seja qual for o evento – seja um encontro, um retiro, uma assembleia, uma procissão –, tudo o que fizermos este ano será em clima de jubileu”, ressaltou Dom Joel.
Ele relembrou que a Igreja já viveu marcos importantes, como o Jubileu do ano 2000 e o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, em 2014. Agora, segundo ele, o grande desafio é cultivar a esperança em meio a tempos difíceis. Ao refletir sobre o cenário atual da humanidade, Dom Joel chamou a atenção para os riscos do desânimo diante das dificuldades:
“Basta olhar para este mundo e ver todas as dores, todos os problemas… O Papa Francisco percebeu algo crucial: não se trata apenas dos problemas, que já são grandes. Ele chega a dizer que estamos vivendo uma terceira guerra mundial em pedaços. Mas o mais grave é o risco de perdermos a esperança.”
Para Dom Joel, a preocupação do Papa Francisco se fundamenta no perigo do desespero: “Se há problemas, em Cristo e na força do Espírito, nós os enfrentamos e seguimos até o fim.”
A Família em Tempos de Incerteza
Outro ponto central da homilia foi a crise enfrentada pela instituição familiar. Dom Joel criticou a forma como, atualmente, a sociedade encara a família como uma estrutura ultrapassada ou dispensável: “A família, enquanto tal, passa por um momento bastante complicado. Mas não porque tenha problemas – afinal, esta não é a vida eterna, e dificuldades sempre existirão. O problema é que chegamos a um ponto em que dizem que a família é uma construção histórica ultrapassada, algo que hoje não é mais necessário.”
Ele alertou que essa mentalidade leva a tendências como o movimento NOPA (No One Wants to Be a Parent – “Ninguém Quer Ser Pai”) ou a chamada “co-parentalidade”, na qual pais compartilham a criação dos filhos sem uma estrutura familiar tradicional.
Para enfrentar desafios como a crise da fé e da família, Dom Joel enfatizou a necessidade de um reencontro com Cristo. Ele explicou que as leituras bíblicas do dia (5º Domingo do Tempo Comum) mostram que, mesmo nos momentos mais difíceis, Deus nunca deixa de estar presente:
“No Evangelho, vemos Cristo chamando os discípulos. Na segunda leitura, o Cristo Ressuscitado aparece a Paulo no momento em que ele estava prestes a cometer um grande equívoco. E, na primeira leitura, o profeta, em oração, tem uma visão. O que isso nos ensina? Que, nem mesmo nos momentos mais difíceis, Jesus deixa de se fazer presente.”
Segundo ele, essa é a convicção que a Igreja deve ter ao anunciar a fé. Dom Joel reforçou a importância de uma das frases mais conhecidas da liturgia no Brasil:
“Quando dizemos ‘O Senhor esteja convosco’, qual é a resposta? ‘Ele está no meio de nós.’ Isso é mais do que uma saudação, é uma profissão de fé.”
