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A Geração Ansiosa: O Impacto da Hiperconectividade na Saúde Mental dos Jovens

Pe. Anderson Alves

Falamos anteriormente da “Epidemia do Smartphone”, segundo o livro de M. Spitzer, que traz o mesmo título, publicado em 2018 na Alemanha. Em 2024, foi publicado o livro de Jonathan Haidt, “A Geração Ansiosa: Como a Infância Hiperconectada Está Causando uma Epidemia de Transtornos Mentais”, nos EUA, o qual foi logo traduzido para o português. É uma das obras mais importantes do ano. Já houve reportagens sobre ela na “Revista Veja” e no “Fantástico”, no Brasil.

O autor do livro é Jonathan Haidt, professor na Stern School of Business da Universidade de Nova York. Ele é doutor em psicologia social pela Universidade da Pensilvânia, desde 1992, e lecionou na Universidade da Virgínia por dezesseis anos. Pesquisa sobre psicologia moral e política e publicou “A Hipótese da Felicidade”, “A Mente Moralista” e outras obras.

Segundo “A Geração Ansiosa”, as crianças e os adolescentes estão em perigo. Desde o início dos anos 2010, as taxas de depressão, ansiedade e outros transtornos mentais têm crescido vertiginosamente nesses grupos. Ocorre uma verdadeira “epidemia” de enfermidades mentais nos jovens e o motivo é o excesso de exposição às telas. De fato, temos dados preocupantes: nos EUA, as taxas de depressão e ansiedade aumentaram mais de 50% entre 2010 e 2019, e o suicídio entre adolescentes subiu 48%, sendo as meninas as mais afetadas. Na Itália, houve um aumento de 40% nos atendimentos de emergência por ansiedade ou tentativas de suicídio desde 2020.

De acordo com Haidt, grande parte desse aumento se deve ao crescimento do uso de smartphones e à disseminação generalizada de uma abordagem superprotetora dos pais, que contribuem para a redução gradual do tempo que os jovens passam offline. O autor diz: “Estamos superprotegendo nossos filhos no mundo real e não os estamos protegendo o bastante na internet”.

O autor defende que a “infância baseada no brincar” entrou em declínio na década de 1980 e foi substituída pela “infância baseada no celular”. Esta última é acompanhada por uma hiperconectividade, que alterou o desenvolvimento social e neurológico dos jovens e tem causado privação de sono, privação social, fragmentação da atenção e dependência. As redes sociais prejudicam mais as meninas do que os meninos e isso é investigado pelo autor, assim como os motivos que levam os meninos a migrar do mundo real para o virtual, com consequências desastrosas para eles e para a sociedade.

Diante desse cenário catastrófico, Haidt mostra o que pais, professores, escolas, empresas de tecnologia e governos podem fazer na prática para reverter a situação e evitar danos psicológicos ainda mais profundos. Um plano de ação que não podemos nos dar ao luxo de ignorar, porque o que está em jogo é o bem-estar de nossas crianças e de toda a sociedade.

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