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A epidemia do celular e a demência digital – Pe. Anderson Alves

Em 2013 M. Spitzer publicou um livro de grande repercussão mundial, chamado de “Demência digital”. Ele diz naquela obra que em 2007, médicos da Coreia do Sul registraram em jovens adultos transtornos cada vez mais frequentes de memória, atenção e concentração, com uma evidente superficialidade emocional e embotamento generalizado da inteligência. Eles chamaram isso de “demência digital”.

De fato, algo que aprendemos com os autores que estudam o efeito das mídias digitais sobre a educação é que as questões de saúde e de instrução pública não podem ser tratadas separadamente. Por um lado, uma mente sã vive em um corpo são, segundo um aforismo medieval (mens sana in corpore sano). Por outro lado, uma cultura superior prolonga a vida (ou a qualidade de vida). Um exemplo disso é o tema da “demência”.

A demência é inevitável e as suas causas são múltiplas, vão desde a morte das células neuronais, por causa da presença de placas, como no caso da doença de Alzheimer, ou devido aos distúrbios circulatórios. Além dessas causas principais, há dezenas de doenças raras cerebrais e não cerebrais. O declínio mental é chamado de “demência”, palavra composta de outras duas latinas, “de” e “mens”, e significa, literalmente, “privado de mente”. Sabe-se hoje que a demência é inevitável, porém, quanto maior é a altura intelectual de uma pessoa, mais tempo será necessário para ela decair e tocar o fundo.

Há anos a ciência conhece os fatores protetores mais importantes para retardar ou impedir os efeitos da demência intelectual: o nível cultural alcançado por uma pessoa durante a infância e a juventude é o primeiro fator. Menos importante, mas de qualquer modo influente, é a atividade física. Como o nível cultural alcançado nos anos que precedem à idade adulta, também o exercício físico age como prevenção contra o declínio mental.

Entretanto, os smartphones influenciam negativamente ambos os fatores – o movimento e o crescimento da cultura –, pois prejudicam em modo evidente a atividade física e mental das pessoas. Por causa deles, o nível cultural e a saúde física delas decaem. Por isso a expressão “demência digital” não é uma fórmula vazia, e muito menos deve ser entendida metaforicamente. Revela, claramente, a preocupação bem conhecida com a conexão entre as mídias digitais e a saúde física e mental das pessoas. Essas geram problemas de natureza médica, econômica e social cada vez mais fortes.

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