Na tarde do dia 28 de dezembro de 2025, a Catedral São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, acolheu fiéis de diversas regiões da diocese para a missa solene da Sagrada Família, presidida por Dom Joel Portella Amado, bispo diocesano. A celebração marcou o encerramento do Jubileu da Esperança, convocado pelo Papa Francisco para ser vivido ao longo de 2025, e também o início das comemorações pelos 80 anos da Diocese de Petrópolis.

Em sua homilia, Dom Joel destacou que o Jubileu, mais do que um evento litúrgico, é um tempo de profunda renovação espiritual. “Há exatamente um ano, abrimos este Jubileu movidos pela fé e pela esperança. Hoje, elevamos a Deus nossa gratidão por tudo o que vivemos. Mas é preciso ir além: o que levamos para nossas vidas, nossas famílias, nossas comunidades?”, questionou o bispo, convidando os fiéis a refletirem sobre os frutos concretos do ano jubilar.
Inspirado na tradição bíblica do Jubileu, especialmente no livro do Levítico, Dom Joel recordou que esse tempo é um chamado à alegria pela presença de Deus e ao compromisso com a conversão e a justiça. “O Jubileu não é apenas calendário. É convite à transformação, à esperança que se torna ação”, afirmou.
O bispo também fez memória do Papa Francisco, idealizador do Jubileu da Esperança, que faleceu em 2025. “Francisco quis dizer ao mundo que vale a pena ter esperança. Ele nos deixou esse presente: a certeza de que, apesar das dores do mundo, a esperança não decepciona, como nos ensina São Paulo”, disse Dom Joel, recordando ainda as palavras do Papa na Jornada Mundial da Juventude de 2013: “Não deixem que lhes roubem a esperança”.

A escolha da Solenidade da Sagrada Família para encerrar o Jubileu não foi por acaso. Segundo Dom Joel, a Sagrada Família é o modelo de como viver a esperança no cotidiano. “Jesus quis nascer em uma família para nos ensinar que, diante das dificuldades, não estamos sozinhos. A esperança se fortalece quando caminhamos juntos”, afirmou, destacando que o Evangelho do dia, que narra o exílio da Sagrada Família, mostra que o amor de Deus não elimina os problemas, mas nos dá força para enfrentá-los.
Durante a celebração, também foi realizada a entrada solene das relíquias de dois santos e uma beata contemporâneos: Santa Dulce dos Pobres, São Carlo Acutis e a Beata Isabel Cristina. “Eles são testemunhas de que a santidade é possível hoje. Santa Dulce, mulher da caridade; Carlo Acutis, jovem missionário digital; Isabel Cristina, mártir da pureza e da dignidade”, explicou Dom Joel.

A presença das relíquias marcou o início oficial das comemorações pelos 80 anos da Diocese de Petrópolis, criada em 13 de abril de 1946. O bispo recordou a história da diocese e homenageou seu primeiro pastor, Dom Manuel Pedro da Cunha Cintra, que, diante de tantos desafios, confiou à Nossa Senhora do Amor Divino o desejo de formar um seminário. “O que parecia impossível, hoje é realidade. Agora é a nossa vez de continuar essa missão com uma esperança ativa e inquieta”, exortou.
Ao final da celebração, Dom Joel concluiu com uma mensagem de encorajamento: “Terminamos este ano com alegria — a alegria de quem, apesar dos problemas, tem no coração a esperança. Que este novo tempo, marcado pelos 80 anos da nossa diocese, seja vivido com fé, fraternidade e compromisso missionário”.





