Na noite da última quinta-feira, 27 de novembro, a comunidade católica da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Parada Modelo, Guapimirim (RJ), viveu um momento histórico e profundamente espiritual: a celebração da Festa de Nossa Senhora das Graças foi marcada pelo rito de dedicação do altar da capela local. A solene Eucaristia foi presidida por Dom Joel Portella Amado, bispo diocesano, e concelebrada pelo administrador paroquial, Padre Caio Martins Farias e pelo Padre Luciano de Moura Mirom, com assistência do diácono permanente Paulo Roberto de Oliveira.
O rito de dedicação do altar é um momento de profunda experiência espiritual e de oração, por se tratar de uma ocasião única na vida da comunidade. Dom Joel, tanto no início da missa quanto durante a homilia, chamou a atenção para o fato de que as pessoas presentes estavam vivenciando um momento singular, que não se repetiria naquela comunidade.
Após a homilia, rezaram-se o Credo e a Ladainha de Todos os Santos. Em seguida, o bispo fez a prece de dedicação e ungiu o altar com o óleo do Santo Crisma. Ao final, após espalhar o óleo enquanto rezava, o bispo incensou o altar, colocou a toalha sobre ele e acendeu as velas, que representam a luz de Cristo.
Em sua homilia, Dom Joel destacou o sentido profundo da dedicação de um altar e da entrega de uma igreja a Deus. “A celebração de hoje tem um propósito: entregar a Deus esta igreja que a comunidade construiu. É uma história que eu não conheço por completo, mas que vocês conhecem bem. Deus a recebe com o amor de Pai e diz: ‘Esta casa é minha, eu a aceito’”, afirmou o bispo, emocionando os fiéis presentes.
Dom Joel também refletiu sobre o simbolismo da casa de Deus, lembrando que a igreja não é apenas um prédio, mas, sobretudo, o povo que nela se reúne. “A igreja é o prédio, mas também é o povo. Em uma família, há pessoas, mas elas precisam de uma casa. Uma casa sem pessoas começa a se deteriorar. A beleza da igreja está em ser morada de Deus entre os homens”, disse.
A homilia, Dom Joel lembrou que na casa de Deus todos são acolhidos. “Na casa do Senhor, todos os pecadores são acolhidos. Porém, devem sair transformados. Esta não é uma casa de pecadores acomodados, mas uma casa de conversão”, afirmou Dom Joel, reforçando o papel da Igreja como espaço de acolhimento e renovação espiritual.
O bispo também destacou a importância da arquitetura e da localização das igrejas como sinais visíveis da presença de Deus. “Os antigos construíam igrejas no alto dos montes, com torres visíveis de longe. Para que todos vejam de longe. O amor de Deus é tão grande que acolhe quem chega”, disse.
Ao final da celebração, Padre Caio Martins Farias agradeceu emocionado a toda a comunidade pelo empenho e dedicação ao longo dos anos. “Lembro quando tudo começou, quando celebrávam a missa embaixo de uma lona, com os pés no barro. Hoje, temos uma igreja. Isso é fruto da fé e do trabalho de todos”, afirmou o sacerdote, reconhecendo também o esforço dos pioneiros da comunidade.
A celebração contou com a participação expressiva dos fiéis, que lotaram a capela para testemunhar esse momento único. O rito de dedicação do altar, com a unção e a incensação, foi vivido com reverência e alegria, marcando uma nova etapa na caminhada da comunidade.
Ao final, Dom Joel deixou uma mensagem de esperança e compromisso: “Ao entrar nesta igreja, que seus olhos se encantem, seu coração se aqueça, e você possa dizer: ‘O Senhor esteja convosco’. E todos respondam: ‘Ele está no meio de nós’. Porque é isso que celebramos: Deus habita no meio do seu povo.”
