No último dia 21 de novembro, a Igreja Santa Teresa, em Teresópolis (RJ), foi palco de uma celebração repleta de emoção e significado. Presidida por Dom Joel Portella Amado, bispo diocesano, o sacramento da Crisma foi ministrado a 164 jovens e adultos, reunindo familiares e amigos, na praça em frente a igreja. A data coincidiu com a memória litúrgica da Apresentação de Nossa Senhora, o que inspirou reflexões do bispo sobre a fé, a missão cristã e o papel de Maria na vida da Igreja.
Com a presença de mais de três mil pessoas a missa contou com a presença do bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom José Maria Pereira e do bispo emérito de Itaguaí, Dom José Ubiratan, além de vários sacerdotes que foram padrinhos de crismandos.

Ao final da missa, o pároco, Padre Jorge Pacheco agradeceu a todos que contribuíram para realização da celebração, destacando o trabalho dos catequistas pela dedicação e muitas vezes se adaptando a realidade de cada crismando para que pudessem se preparar para receber a Crisma. O sacerdote agradeceu a disponibilidade de Dom José Maria e Dom Ubiratan, ressaltando o pastoreio de Dom Joel pelo trabalho que vem realizando a frente da Diocese de Petrópolis.
Tanto Dom José Maria, quanto Dom Ubiratan, chamaram atenção dos crismandos, lembrando que a Crisma não é formatura, mais o início de uma missão. Eles lembraram que é preciso dar testemunho de Cristo em todos os ambientes onde estiverem, afirmando que hoje o mundo precisa de esperança, e que esta esperança é Jesus Cristo.
Em sua homilia, Dom Joel destacou a alegria de ver a praça transformada em igreja e santuário, e brincou com os crismandos: “Antes da Confirmação, tem o sermão”, disse, arrancando sorrisos da assembleia. Em seguida, conduziu a reflexão sobre o significado da celebração mariana do dia, afirmando que os crismandos poderiam ser chamados de “Turma Nossa Senhora da Apresentação”.

“Hoje celebramos uma festa que não tem origem bíblica, como outras devoções marianas, nem está ligada a aparições. A Apresentação de Maria nasceu do coração do povo, de uma tradição antiga que permanece viva: apresentar a criança no templo e bendizer a Deus por sua vida”, explicou o bispo.
Dom Joel recordou que, assim como Maria foi apresentada a Deus desde pequena, os cristãos crismados também são chamados a serem “todos de Deus”. “Naquilo que fazem, pensam e sentem, tudo deve ser voltado para Deus. Isso não significa abandonar o mundo, mas viver cada realidade com o coração voltado para Cristo”, afirmou.
Durante a homilia, Dom Joel abordou a humanidade de Maria, que viveu o noivado, o casamento, a gravidez, o parto e os desafios da maternidade. “Se hoje estivesse entre nós, ela viveria tudo o que vivemos, com um detalhe que muda tudo: viver com o coração, a mente e os olhos voltados para Cristo”, disse Dom Joel.

Um dos pontos altos da reflexão foi a comparação entre os laços de sangue e os laços da fé. Ao comentar a passagem do Evangelho em que Jesus afirma que sua verdadeira família são aqueles que fazem a vontade do Pai, Dom Joel destacou: “A força da graça e da Palavra de Deus atuando em nós é muito mais forte do que o sangue. A fé nos une mais profundamente do que qualquer laço biológico”.
O bispo também ressaltou que Deus não nos salva individualmente, mas como povo. “Nenhum de nós é uma ilha. Somos todos irmãos e irmãs uns dos outros. Com Maria, fazemos parte de um novo povo que se constrói pela fé, não pelo sangue”, afirmou.

Ao final, Dom Joel convidou os crismandos a renovarem suas promessas batismais com consciência e entrega. “Na crisma, dizemos a Deus: ‘Eu creio, eu quero, eu confirmo’. Que essa resposta ecoe em cada um de nós até o último suspiro”, concluiu.
A celebração foi marcada por momentos de oração, emoção e comunhão, reafirmando o compromisso dos jovens com a fé católica e com a missão de viver como discípulos de Cristo, sob a inspiração e intercessão da Virgem Maria.






