Durante o quarto dia da Visita Pastoral ao Decanato São Pedro de Alcântara, o bispo diocesano, Dom Joel Portella Amado, celebrou a Santa Missa na Comunidade Católica Jesus Menino, em Petrópolis. A celebração foi concelebrada pelo decano, Monsenhor Luís Mello, e assistida pelo diácono Anderson Sales.
O fundador da Comunidade, Antônio Carlos Tavares de Mello, mais conhecido como Tônio Tavares, manifestou a alegria da comunidade em receber o bispo diocesano. Os filhos da comunidade, Alex e Felipe cantaram uma música de autoria deles para o bispo, manifestando todo carinho de todos para com Joel.
Em sua homilia, Dom Joel refletiu sobre o sentido do sofrimento humano à luz da fé cristã, convidando os fiéis a compreenderem a dor não como castigo, mas como caminho de encontro com Deus e com o próximo.
O bispo inspirou sua reflexão em uma frase presente no Salmo e na primeira leitura do dia: “O sofredor clama a Deus, e Deus o escuta”. Segundo ele, essa expressão resume a confiança que o cristão deve ter na presença amorosa do Senhor, especialmente nos momentos de tribulação. “A Palavra de Deus hoje nos convida a pensar no sofrimento — muitas vezes agudo, intenso, ou mesmo pequeno —, mas que sempre se faz presente na vida de todos nós”, explicou.
Dom Joel destacou que a principal pergunta diante da dor não deve ser o motivo pelo qual ela existe, mas o que se pode fazer com ela. “A pergunta mais importante não é o ‘por quê’, mas o ‘para quê’. O que eu vou fazer com o sofrimento quando ele aparece diante de mim?”, questionou. Para o bispo, a fé é a resposta que orienta a transformação da dor em gesto de amor. “Nós seguimos o mandamento de Jesus para, dentro das nossas limitações, tentarmos ser parecidos com Ele. E o mandamento de Jesus foi amar a Deus e amar o próximo.”
Durante sua homilia, Dom Joel também alertou para o perigo da discriminação e do julgamento, temas inspirados pelo Evangelho proclamado na liturgia. Ele recordou que, muitas vezes, o ser humano é tentado a se considerar melhor que o outro, especialmente diante de quem sofre. “Quando olhamos para alguém e pensamos ‘eu sou melhor que ele’, estamos deixando o demônio colocar esse pensamento na nossa boca. Diante de Deus, ninguém é superior. Somos todos filhos e filhas amados do mesmo Pai.”
O bispo reforçou que Deus escuta o clamor de quem sofre, mas que deseja agir no mundo através das mãos, dos olhos e da voz de seus filhos. “Deus olha para quem está sofrendo. Mas quem são os olhos de Deus, as mãos de Deus e os braços de Deus? Somos nós. Quando estendemos a mão a quem precisa, é o próprio Deus que se faz presente.”
Durante a celebração, Dom Joel manifestou sua alegria em celebrar com a Comunidade Jesus Menino, cujo carisma é profundamente marcado pela acolhida e pela fraternidade com os mais frágeis. “É muito significativo que, neste dia, estejamos celebrando aqui. O Espírito Santo fez nascer, no coração desta comunidade, uma sensibilidade profunda à dor e ao sofrimento, cuja resposta é a acolhida, o cuidado e o amor fraterno”, afirmou.
Dom Joel fez memória de São Paulo, a partir da segunda leitura do dia, e convidou os fiéis a perseverarem na fé, mesmo diante das dificuldades. “São Paulo dizia: ‘Vou ser morto porque preguei o Evangelho’. Há injustiça maior do que essa? Mesmo assim, ele permaneceu firme. Que guardemos em nossos corações aquela bela expressão: ‘Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé’.”
Ao concluir a homilia, o bispo exortou a comunidade a manter firme a esperança cristã. “Também nós precisamos guardar a fé, a esperança e a caridade. É nelas que encontramos força para transformar o sofrimento em amor concreto, em presença viva de Deus no mundo.”








