A Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Petrópolis, viveu nos últimos dias momentos de grande alegria, preparando-se com um tríduo para a festa de sua padroeira, celebrada no dia 7 de outubro, com missas ao longo do dia. Entre os padres celebrantes, marcaram presença Padre Mário Coutinho, com a missa para os idosos e enfermos, e o Padre Bruno Leonardo, com a missa das 19h, quando aconteceu a coroação de Nossa Senhora.
O pároco do Rosário, Monsenhor Luís Garcia Mello, agradeceu a participação da comunidade durante o tríduo e no dia 7 de outubro. Durante esses dias, a Igreja do Rosário contou com a participação dos paroquianos e devotos de Nossa Senhora do Rosário, que responderam ao apelo do Papa Leão XIII para rezar neste mês pela paz.
Entre as presenças durante o tríduo, a comunidade paroquial do Rosário se alegrou com a presença do bispo diocesano, Dom Joel Portella Amado, no primeiro dia, 4 de outubro, na missa das 17h. Em sua homilia, Dom Joel refletiu sobre o fortalecimento da fé em tempos de dificuldade. Destacou que o domingo, Dia do Senhor, é o momento em que os fiéis comparecem à igreja para alimentar sua fé, ressaltando que, assim como o corpo, a fé precisa ser nutrida continuamente, sobretudo por meio da escuta da Palavra de Deus e da participação na Eucaristia.
O bispo enfatizou que muitos motivos podem levar as pessoas à igreja, mas que a intenção verdadeiramente central é buscar alimento espiritual. Ao citar o pedido dos apóstolos, “Senhor, aumenta a nossa fé”, Dom Joel afirmou que essa súplica é também a súplica de todos os cristãos diante das incertezas e provações que a vida apresenta.
Segundo ele, momentos difíceis fazem parte da trajetória humana, e não é raro questionar se Deus está atento às dores e sofrimentos que enfrentamos. Dom Joel lembrou, porém, que a verdadeira pergunta deve ser: “De onde vem a força que nos mantém de pé apesar de toda dificuldade e sofrimento?”
Relatando com emoção a própria experiência familiar, Dom Joel contou aos fiéis sobre os nove anos em que sua mãe permaneceu acamada, período durante o qual foi frequentemente questionado sobre como conseguia sustentar a fé diante do sofrimento. Ele reconhece que tais questionamentos são uma tentação comum a todos os que se propõem a viver de acordo com o Evangelho, mas aponta que a resposta cristã autêntica reside na esperança da vida eterna, e não na ilusão de uma existência terrena isenta de dores.
“A fé não nos dá uma vida boa; a fé nos dá a vida eterna”, afirmou, distinguindo a experiência genuína da fé católica de interpretações equivocadas que atrelam necessariamente fé à prosperidade material.
O bispo explicou ainda que, mesmo uma pequena quantidade de fé — como um grão de mostarda — tem força suficiente para atravessar os piores sofrimentos, desde que seja uma fé autêntica e alimentada diariamente, sobretudo por meio da comunhão, da oração e da participação em comunidade.
Situando a celebração no contexto do Jubileu da Esperança, Dom Joel recordou as três virtudes teologais — fé, esperança e caridade — ressaltando que a fé verdadeira alimenta a esperança, fazendo com que, mesmo diante de tantas adversidades e injustiças, o cristão permaneça praticando a caridade e não se deixe vencer pelo desânimo ou pelo mal.
Ao final de sua mensagem, Dom Joel convidou toda a comunidade a fazer juntos a oração dos apóstolos: “Senhor, aumenta a nossa fé.” Segundo ele, esse pedido expressa, de forma simples e sincera, a confiança de todo cristão que busca no Senhor a força para perseverar. Destacou também que não cabe ao fiel exigir de Deus soluções ou facilidades, já que o Senhor conhece as necessidades de cada um. O importante é, conforme orientou São Paulo, “guardar a fé” mesmo nos momentos de maior dificuldade, sem se deixar abalar pelas provações do cotidiano.
Na celebração, Dom Joel ainda recordou a importância da devoção a Nossa Senhora do Rosário e a São Benedito dos Homens Pretos, cuja memória está intimamente ligada à história do Brasil e à superação do sofrimento, especialmente durante o período da escravidão. Para o bispo, a perseverança na fé, alimentada principalmente na Eucaristia e na vida em comunidade, é o que possibilita ao cristão enfrentar com esperança os desafios de cada dia, renovando continuamente seu compromisso com a justiça, a solidariedade e a verdadeira caridade cristã.