O Diácono Permanente Fábio Luiz de Souza Baia conta que desde sua juventude, sentiu uma forte chamada ao serviço ministerial. “Queria me entregar a Deus de forma completa, integral, mas ao mesmo tempo sabia que minha vocação não era o sacerdócio. Sempre desejei constituir uma família”, explica. Esse discernimento, embora não tenha sido rápido, foi um processo profundo e transformador.
“Ao longo dos anos, busquei entender o que Deus queria de mim. Conheci as realidades da Igreja, estudei e me apaixonei pela Palavra de Deus. Essas experiências foram fundamentais para o meu ingresso na escola diaconal no Rio de Janeiro, na ocasião em que morava lá”, lembra o diácono, que durante os cinco anos de preparação continuou a discernir intensamente sua vocação. “O desejo de ser totalmente pertença de Deus se firmou em meu coração.”
Ao servir nas pastorais da Diocese, especialmente nas áreas sociais, Fábio destaca que vive seu ministério com muita alegria. “Amo estar com o povo de Deus, pregando, rezando, adorando e visitando aqueles que mais necessitam. Tenho me gastado por Ele”, compartilha.
Os desafios, segundo ele, são inevitáveis em qualquer vocação, mas a realização em sua missão minimiza as dificuldades. “O povo tem sede de Deus e precisamos atender a essa urgência. Quando Jesus nos diz que ‘a messe é grande, mas os operários são poucos’, Ele nos lembra da importância de agir rapidamente em meio à colheita espiritual.”
O diácono Fábio também fala sobre o equilíbrio necessário entre sua vida familiar, trabalho profissional e missão pastoral. “Vivo uma grande benção, pois consigo conciliar minha missão com o trabalho. Ajudar meu pároco na administração paroquial facilita essa dinâmica”, afirma.
Entretanto, ele enfatiza a importância do diálogo e da parceria com a família. “Aprendemos que a missão exige entrega, e tudo o que somos deve ser vivido pela missão de evangelizar. O diaconato não é apenas meu, mas da minha família. Se não fosse assim, não conseguiria viver com integralidade a missão que me foi confiada.”
Fábio Luiz finaliza ao reconhecer que sua jornada não é apenas fruto de esforço pessoal, mas uma manifestação da graça divina. “Não é por mérito, mas unicamente pela Graça de Deus”, conclui, reafirmando que cada passo de sua vida ministerial é um eco do amor e do chamado que recebeu.
A nutricionista Gisa, esposa do diácono permanente Fábio Baia, compartilha como tem sido sua vivência ao lado do marido durante seu discernimento e formação no diaconato. Ela revela não apenas os desafios e alegrias que enfrentou, mas também como essa jornada transformou sua perspectiva sobre a fé e a comunidade.
De acordo com Gisa, Deus começou a dar sinais da vocação de Fábio ao diaconato há muitos anos. “Ele foi nos preparando ao longo do tempo, amadurecendo em nós a Sua vontade de forma particular e em casal. Quando chegou o momento certo, começamos a dar os passos concretos, iniciando a formação dele na Escola Diaconal”, relata.
Para Gisa, esse discernimento trouxe consigo uma nova realidade. “Desde o início, entendendo a missão do diaconato, Deus nos deu docilidade e maturidade para aceitar as mudanças e renúncias que viriam em nossas vidas”, diz ela, destacando a importância da espiritualidade compartilhada.
Conciliar a rotina familiar com a missão pastoral de Fábio é um desafio que Gisa e sua família encaram com diálogo e organização. “É preciso conversa e uma boa dose de planejamento para que haja equilíbrio entre a vida familiar, matrimonial e diaconal”, afirma.
Gisa se sente chamada a servir junto de seu marido. “Acredito que a vocação do diaconato permanente, em que o diácono é casado, também é um chamado para a esposa, que deve acompanhar o esposo em algumas missões e evangelizar com ele, especialmente junto às famílias”, explica.
A transformação na visão de Gisa sobre a Igreja é notável desde que Fábio se tornou diácono. “Minha visão se expandiu como intercessora pelas vocações e pelo clero, abrangendo todos os graus: bispos, sacerdotes e diáconos. Precisamos rezar sempre por eles, pelo Papa, pelas congregações e pelos missionários que dedicam suas vidas à evangelização”, afirma com convicção.
As palavras de Gisa revelam uma jornada de fé conjunta, onde cada passo dado por Fábio no ministério diaconal é acompanhado por seu amor e apoio. Sua experiência mostra que o chamado ao serviço é um laço que une não apenas o diácono e sua comunidade, mas também a família, como um todo, em uma missão de amor e evangelização.