Dom Joel: “A vida consagrada é uma fonte de esperança em meio a esses desafios”

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O Jubileu da Vida Consagrada na Diocese de Petrópolis, além da peregrinação à Igreja Jubilar Santa Teresa, em Teresópolis, foi marcado pelo encontro do bispo diocesano, Dom Joel Portella Amado, com os religiosos e religiosas. Com espírito fraternal e de comunhão, o encontro teve como método a Conversa no Espírito, usado durante o Sínodo dos Bispos em Roma e que vem sendo praticado pela Igreja em diversas partes do mundo.

O conteúdo para orientar os religiosos e religiosas foi apresentado por Dom Joel, que destacou em sua palestra pontos fundamentais do Jubileu, do pensamento do Papa Francisco, como ele vê o mundo e o sentido do Ano Jubilar com o tema Esperança. Dom Joel também mostrou como os consagrados podem aproveitar este Ano Jubilar para revigorar sua missão, lembrando que o religioso e a religiosa não podem ficar fechados em seus conventos.

Ao iniciar sua apresentação, Dom Joel destacou a beleza do encontro por ver a representação da Vida Consagrada da Diocese. “Estamos vivendo uma experiência jubilar única, com uma representação significativa da vida consagrada presente em nossa diocese”, afirmou o bispo, reconhecendo a importância do grande número de congregações na Diocese, principalmente femininas.

Compreender o Jubileu a partir do Livro Levítico

Jubileu da Vida Consagrada em Teresópolis_Foto Rogerio Tosta_Ascom Diocese de Petrópolis

Fazendo uma reflexão sobre o que é e por que do Jubileu, o bispo diocesano frisou que não é possível entender sem ler o capítulo 25 do Levítico, lembrando que o que caracteriza o ano jubilar é ser um “tempo de mudanças, correções e ajustes…”, um período para conversão. Para que todos entendessem bem, ele comentou uma tradição de algumas famílias que é a limpeza dos armários a cada final de ano, jogando fora o lixo, o que não se aproveita e aquilo que ainda é possível aproveitar, fazer da melhor maneira.

“O jubileu é um momento de parar e ajustar a vida, reconhecendo a necessidade de conversão, transformação e mudança. Não é uma celebração mágica, mas uma oportunidade para refletir sobre questões fundamentais da nossa fé”, frisou o bispo, lembrando também o Novo Testamento, citando Lucas, capítulo 4, versículos 16 a 21, afirmando que “onde está Jesus e a proposta do Reino de Deus, o jubileu acontece”.

Desafios Contemporâneos

Explicando por que o Jubileu 2025 tem como tema central Esperança, Dom Joel lembrou as palavras do Papa Francisco, quando afirmou que o mundo atual vive uma “Terceira Guerra Mundial em pedaços”, enfrentando desafios como a recusa da comunhão, a globalização da indiferença e a recusa da transmissão da vida. Segundo Dom Joel, é a partir da percepção do que vem ocorrendo no mundo que o Papa, ao convocar o Jubileu, dá como tema a Esperança.

– É daqui que nasce a identidade do Jubileu. O Jubileu é a presença do Reino de Deus, é a conversão na direção do Reino de Deus, isso deve acontecer num mundo que está pegando fogo”, afirmou o bispo, apresentando algumas questões que já foram inclusive citadas pelo Sumo Pontífice, como as guerras entre países, entre pessoas, entre ideologias, a violência urbana, a recusa à comunhão, a globalização da indiferença e tantos outros.

Tudo isso, ainda na perspectiva do Papa, todos os sofrimentos e dores do nosso tempo podem levar ao desânimo, descrença, desesperança, violência e ao individualismo. Por isso, o tema Esperança para este momento é fundamental. “A Igreja não pode desanimar nem deixar as pessoas desanimarem. Portanto, há um mundo que está pegando fogo. O jubileu precisa falar para esse mundo que está aí. Não dá para pensar o jubileu para dentro. Ele precisa transbordar para esse mundo e no meio dessa confusão toda, pois precisamos, como Igreja, ser sinal de Esperança, que é Jesus Cristo”, afirma Dom Joel.

Jubileu da Vida Consagrada em Teresópolis_Foto Rogerio Tosta_Ascom Diocese de Petrópolis

Importância e Riscos da Vida Consagrada

Falando para os religiosos e religiosas, Dom Joel afirma que “a vida consagrada é uma fonte de esperança em meio a esses desafios. Ela responde aos sofrimentos e fragilidades do mundo com sua radicalidade na entrega e os carismas específicos de cada congregação”.

No entanto, o bispo comentou sobre os riscos enfrentados pela vida consagrada, incluindo a autopreservação, a autoreferencialidade e a caserna (voltar aos quartéis). “A vida consagrada deve evitar esses riscos e focar na missão, na gratuidade, na ousadia, na sinodalidade e na solidariedade”, enfatizou.

Dom Joel lembrou que “a vida consagrada é fonte de esperança para a Igreja e para o Mundo”, destacando que ela aponta para Jesus, é sinal de que o Espírito não abandona a Igreja e é solícita com as vicissitudes da vida.

Ao destacar a radicalidade da entrega de cada um na vida consagrada em prol do anúncio de Jesus, o bispo diocesano chamou a atenção para o carisma de cada congregação religiosa, lembrando que a diversidade é uma beleza quando colocada a serviço e em comunhão, frisando que “nós somos diferentes, mas temos a mesma dignidade. Cada carisma é um presente de Cristo e a novidade de cada carisma, como resposta ao momento histórico, seja na sua criação, seja quando ele é repensado, quando ele é atualizado, não há diferença, pois o Espírito não abandona a Igreja, nem abandona esse mundo”.

Dom Joel, ainda falando sobre o carisma de cada congregação, chamou atenção para a beleza dele na Diocese de Petrópolis, com várias congregações e, por meio delas, a manifestação e o agir do Espírito de Deus. “Daí a vida consagrada ser tão importante e a minha alegria de que em nossa Diocese, a primeira grande celebração do jubileu foi da vida consagrada.”

A peregrinação a Teresópolis foi destacada como um gesto concreto de celebração do jubileu, tanto como ato físico quanto como atitude espiritual. “Peregrinar juntos fortalece nossos laços e nos lembra da importância de viver o jubileu de maneira que transborde para o mundo”, afirmou o bispo.

A celebração do jubileu da vida consagrada na Diocese foi um momento de profunda reflexão e renovação espiritual. “Precisamos viver o jubileu de maneira que reflita a presença do Reino de Deus em nossas ações diárias”, concluiu Dom Joel.

Jubileu da Vida Consagrada em Teresópolis_Foto Rogerio Tosta_Ascom Diocese de Petrópolis

 

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